Adora disse pra eu vir pra casa dela as três da tarde, cheguei e Bow está aqui, não disse uma palavra desde que entrei e agora estamos nós três na sala se encarando e sem dizer uma palavra.
—Então, Adora, porque chamou a gente? —Bow quebra o silêncio.
—Ah, sim, é que eu recebi uma proposta da prefeitura aqui da cidade.
—Prefeitura? —Pergunto.
—É, eles querem que a gente faça um show pro aniversário da cidade na praça de eventos, mas tipo, não é o show que a gente tá acostumado a fazer.
—Espera, quer dizer que é um show mesmo? Com palco alto, telão, venda de ingresso pista e camarote?! —Me animo.
—Exatamente, a gente vai ter até uma equipe.
—Ai que sonho! Mas porque você não falou isso pra gente por mensagem? —Percebo Bow e Adora se olhando como se combinassem alguma coisa.
—É porque eu preciso conversar com você Glimmer, não dá pra gente fazer um mega show desses estando brigados e...
—A gente não tá brigado, você que deu um tempo comigo e até agora não fez questão de olhar na minha cara. —Interrompi.
Respiro fundo e tento não chorar, minha semana não foi nada fácil, quando Adora foi lá em casa eu fiquei com medo de contar mas o estado da minha mãe está piorando.
Eu e Bow demos esse tempo a quase dois meses e desde o dia que eu conversei com a minha mãe sobre isso, que ela disse pra eu falar o que sinto pra ele, eu simplesmente não consegui, não consegui contar sobre toda a minha dor, mas eu sei exatamente como iria falar.
A pior parte é que ele parece tão bem, como se nem lembrasse que eu existo, talvez nem lembre mesmo.
—Olha, se a gente ficar desse jeito a galera vai perceber, não vai ser bom se isso cair na mídia e você sabe.
—Então você quer voltar comigo só por causa da mídia e não porque você já teve o tempo que você queria?
—Não foi isso que eu quis dizer...
—Mas foi o que pareceu. —Não consigo segurar e as lágrimas começam a cair, vejo Adora saindo da sala e indo pro quarto com o celular na mão.
—Glim, eu amo você mais do que tudo nesse mundo e você sabe disso.
—Eu também te amo Bow, muito, mas não dá se você não decidir o que você quer!
—Eu sei o que eu quero.
—Então me diz! —Respiro fundo, a hora é agora. —Você não tem noção Bow, do quanto eu chorei noites e noites por medo de que você fosse parar de me amar, você não tem noção de quantas vezes eu li e reli nossas conversas e quantas mensagens eu digitei e apaguei, você não tem noção do quanto me faz falta o seu abraço, o seu beijo, as suas piadas, você não tem noção do quanto me faz falta acordar do seu lado na cama e ver você sorrindo pra mim com os olhos brilhando, sinto falta das suas mensagens de bom dia, sinto falta de ir almoçar com você depois da faculdade, você me faz falta Bow, todos os dias, eu pensei demais sobre mim, sobre nós e eu sei o que eu quero, eu quero você de volta pra mim meu amor, e eu prometo que se a gente tentar, só dessa vez, eu vou ser a mulher que você merece ter.
Sinto o peso sendo tirado das minhas costas na hora, choro soluçando e vejo Bow sem reação, ele apenas levanta do outro sofá, agacha na minha frente, seca as lágrimas do rosto dele e depois as minhas.
—Glim, minha princesa, você já é a mulher que eu mereço, até mais do que isso e sim, eu tenho noção de tudo o que você disse porque eu também sinto falta, eu amo você, e eu amaria em milhões de vidas, porque você não apenas coloriu o meu mundo, mas se tornou tudo nele, a gente precisa entender que todo relacionamento tem conflitos e tá tudo bem, acontece, o importante é a gente saber conversar sobre eles, nesse tempo que a gente se afastou eu conversei com a garota da faculdade, ela ficou emburrada e não olha mais na minha cara, depois disso eu comecei a perceber o quão insuportável ela era e que você estava certa de ficar insegura, eu fui muito egoísta aquele dia de ter ido direto ao ponto sem me explicar de nada, eu realmente achei que aquilo seria a melhor opção, pra mim e pra você, mas eu tava com medo, medo de te perder de vez. Desde aquela noite eu me culpo todos os dias, me sinto culpado por deixar você sozinha todo esse tempo.
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Between Songs | Catradora
FanfictionSaio do bar para tomar um ar e a vejo fumando um cigarro encostada na parede com a cabeça baixa, qualquer um que a olhasse calma desse jeito jamais imaginaria que ela havia iniciado a poucas horas uma discussão das grandes lá dentro. Fiquei só parad...