the perfect pair

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Eu não faço a mínima ideia de quantos copos a Catra bebeu desde que a gente chegou, mas sei que assim que o show terminou ela tinha bebido mais ou menos uns 9.

Desde quando nos conhecemos eu tenho uma queda imensa por ela, e ela sabe disso, mas ela nunca tentou nada comigo além de amizade.

E já que não consegui o papel de namorada eu tento sempre ser a melhor amiga possível, o problema é que sempre a Catra se mete em problemas, some do nada, se envolve em brigas com pessoas que não deve, enfim.

Estou procurando ela pelo restaurante a mais de meia hora e nada, já fui na área externa, interna, até em baixo do balcão do bar eu procurei e nem sinal dela, as vezes que tentei ligar todas ela não atendeu.

Pelo o que sei a banda já foi embora então não tem como Catra ficar perturbando eles, mas não vou embora daqui sem ela, nem que eu tenha que dormir na rua. Saio do bar e vou pra frente do mar que está agitado e bem alto já que agora passa de meia noite.

Olho para os lados e vejo uma pessoa bem longe sentada na areia onde o mar ainda não alcança, só observando as ondas, reconheço o cabelo curto balançando com o vento e corro até lá.

—Catra! Achei você, eu te procurei o restaurante inteiro e- tá tudo bem? —Ela traga o cigarro que tem na mão mas não olha pra mim, e ela não parece bêbada.

—Tá, eu só... tô pensando. —Catra responde meio rouca.

—Entrapta arrumou meu carro e foi pra casa com o dela. —Digo calma e sento ao lado dela na areia, nunca vou cansar de apreciar a beleza dessa mulher. —Se quiser a gente pode ir também.

Ela traga o cigarro de novo, o afunda na areia e olha nos meus olhos sem expressão alguma.

—Porquê você ainda tá aqui Scorpia?

—Como assim?

—Você poderia ter ido embora a qualquer momento, eu sumi por horas e só te dei trabalho me procurando, porque você continua aqui? —Saquei, é mais um dos picos de depressão que ela tem, não acontece sempre, mas eu sei lidar com isso por mais difícil que seja.

Acalmar, acolher e reconfortar, esse é o lema.

—Você é minha amiga Cat, eu sempre vou estar aqui.

—Mas eu só sou grossa com você, não te trato bem como você merece, eu sou uma pessoa horrível de conviver e...—Ela começa a falar rápido demais então eu interrompo e tento fazer a primeira fase, acalmar.

—Ei, respira fundo, você não é uma pessoa horrível, você é a pessoa mais incrível que eu conheço, olha o tanto de qualidades que você tem.

—Eu só atrapalho as pessoas Scorpia, tanto é que...foi por isso que ela se foi.

—Você se culpa não é? —Pergunto.

A "mãe" da Cat faleceu quando a antiga casa delas pegou fogo por um vazamento de gás e até hoje Catra acredita que se tivesse feito alguma coisa, Shadow Weaver estaria aqui ainda, por mais que ela fosse uma mãe péssima, Catra sempre teve um apego enorme por ela, só nunca demonstrou isso.

—Você não faz ideia o quanto. —Ela encosta a cabeça no meu ombro ainda olhando a paisagem.

—Mas olha, sua genitora não ia ficar feliz se te visse assim. —Ela ri baixinho pelo apelido que a gente deu pra SW quando éramos mais jovens, por mais que ela não ligasse muito pra Cat, ela nunca deixou de ter suas preocupações como mãe, ainda mais com a saúde mental da filha que nunca foi das melhores. —Principalmente se te visse aqui, do meu lado, ela nunca gostou de mim.

Between Songs | CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora