heather

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—Porque a surpresa? Achei que você tinha imaginado que eu voltaria.

Não, eu nem cogitei essa possibilidade, quanto mais longe ela estivesse de mim, melhor, Adora segura minha mão com força e eu fico apenas paralisada tentando processar tudo.

—Scorpia, se acalma. —Por mais que ela esteja um pouco longe é visível o brilho do suor na sua pele, provavelmente pelo nervosismo já que é uma tarde nublada e fria.

—Eu tô calma, e eu voltei por você Catra. —Ela caminha para mais perto com a arma ainda apontando para mim. —Voltei pra ter você de volta.

—Você parece uma psicopata falando assim. —Não duvido de que ela realmente seja. —Porque você só não me deixa em paz e vai embora? Não percebeu ainda que eu não te quero?

Tento não demonstrar o quanto estou nervosa nessa situação, e principalmente preocupada, Adora permanece quieta e vejo a respiração dela alterada.

—Ah mas vai querer, tem querer, pelo bem da sua namoradinha. —Arregalo os olhos e entendo o que ela quer.

O alvo dela não sou eu, é a Adora.

Ela deve pensar que se matar a Adora eu vou voltar correndo para ela, felizmente não é bem assim que as coisas funcionam.

Minha namorada solta a minha mão e dá um passo a frente.

—Vai ter que passar por mim pra ter a Catra, eu já te derrubei uma vez, não tenho medo de tentar de novo.

—Adora, não é em mim que ela quer atirar. —A loira me olha confusa, eu apenas chego perto dela e a puxo para um pouco mais longe de Scorpia pelo braço.

Nessas horas que eu lamento por essa praça não ser movimentada.

—Não era pra deixar meu plano tão óbvio assim, Cat. —As mãos da Scorpia tremem muito, mesmo com um pouco de distância é perceptível.

Eu quero fazer alguma coisa mas sei que se eu tentar há muitos riscos, esse é o problema.

Entre nós três fica um silêncio constrangedor, Scorpia não mira nem em mim e nem na Adora, apenas no espaço vazio entre nós duas.

—Bem, vamos acabar logo com isso?

—Não vamos não. —Respondo. —Eu só quero entender porque tudo isso Scorpia, porque você pirou desse jeito?

—Porque eu te amo Catra! Eu quero passar o resto da minha vida com você, sempre quis. —Ela grita e abaixa a arma.

—Mas de que adianta fazer tudo isso? Você já me bateu, quase me matou e agora tem um arma apontada pra minha namorada, isso é amor?

Ela não responde, apenas encara Adora com ódio.

—Se não fosse por ela eu teria você Catra, é tudo culpa dela.

—Ah sim, a Adora é a culpada de você ser uma psicopata obsessiva e abusiva?

—Se ela não tivesse aparecido nas nossas vidas nada disso estaria acontecendo, a gente estaria feliz Catra, eu e você, eu só quero ver você feliz!

—Então me deixa em paz! Eu estou mais feliz do que nunca estive na vida, porque você tem que estragar isso?

—Chega! Você vem comigo sim. —Ela ergue a arma mais uma vez e puxa o gatilho.

O som estridente da arma ecoa em meus ouvidos, quase que instantaneamente com o barulho sinto meu braço esquerdo arder acompanhado de uma dor terrível, ponho a mão em cima pressionando, sinto o sangue escorrer no meu corpo e nas minhas roupas e o vejo cair no chão da praça.

Between Songs | CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora