Babysitter - Karlena / Supercorp

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Kara Danvers pov

Encho a boca de sorvete para tentar aliviar um pouco da minha angústia, escolher ficar em meu apartamento ao invés de dormir com Lena, não foi a melhor decisão já tomada por mim, mas foi necessária. Resmungo ao ouvir a campainha tocar, ignoro o som chato até o mesmo parar, mas choramingo ao ouvir a porta sendo destrancada.

— Zoe estava certa, você não iria abrir a porta. — Minha namorada reclama, continuo olhando o nada e comendo o meu terceiro pote de sorvete. — Lysa me contou...

— Não é novidade. — Resmungo, sinto a mulher se sentar ao meu lado.

— Por que não me contou?

— Faria diferença?

— Claro que sim, Kara. Acha mesmo que eu iria deixar alguém te humilhar? Fazer com que se sinta inferior? Ou se sentir apenas um passatempo? — Deixo algumas lágrimas caírem. — Querida, eu amo você e jamais deixaria aquilo impune.

— Por que não me contou que aquela mulher estaria presente?

— Eu não fazia ideia, meu bem. — Encho a boca de sorvete outra vez. — Olhe para mim, Kara. — Reconsidero por alguns segundos antes de olhar ela. — Eu nunca estive com Laurel, nunca nos envolvemos da maneira que ela fez parecer. Nunca estive aberta para relacionamentos, um vibrador era um ótimo auxiliar nos momentos em que busquei prazer, mas eu nunca me deitei com ela.

— Mas...

— Olhe para mim. — Pede quando desvio o olhar. — Você sabe o quanto aprecio a sinceridade, estou sendo muito sincera com você, amor. Nunca estive com Laurel.

— E-Ela disse que eu era só uma diversão para você, que logo vocês estariam juntas outra vez... — Lena acaricia minha bochecha.

— Ela precisa ser internada em um hospital psiquiátrico. — Desdenha me fazendo rir. — Não pretendo deixar a minha loirinha, eu amo você.

— Mesmo?

— Oh, claro. — Ela me dá um selinho, sinto meu estômago revirar. — E então, esse é o seu terceiro pote de sorvete?

— Sim... — Murmuro nauseada. — Acho que minha barriga não está legal. — A mais velha rir e tira o pote das minhas mãos.

— Nenhuma barriga ficaria após três potes de sorvete, meu amor. — Ela me abraça. — Nunca mais deixe de dormir comigo, está ouvindo? Já estou acostumada a dormir com uma coala agarrada em mim, as últimas noites foram horríveis.

— Para mim também. — Choramingo, me encolho contra ela. — Minha barriga está doendo, amor.

— Vou preparar um chá para você, não deveria ter tomado tanto sorvete assim.

A mais velha deixa um beijo em minha cabeça antes de ir para cozinha, acaricio minha barriga em uma tentativa de aliviar a dor, mesmo que eu saiba que tal gesto não irá operar um milagre e fazer ela parar de doer. Assim que Lena volta, tomo todo chá que ela preparou para mim, volto a me acomodar contra o corpo da minha namorada, que acaricia minha barriga suavemente.

Fecho os olhos apreciando a carícia deliciosa de Lena, aproveito para repassar todas as palavras ditas pela mulher, sua afirmação de que nunca se envolveu com Laurel, foi um truque para me desestabilizar, para me deixar mal e me fazer brigar com Lena. Abro os olhos ao sentir a carícia parar, Lena sorrir ao perceber que ainda estou acordada e se inclina para me dá um demorado selinho nos lábios.

— Quer dormir aqui essa noite ou quer ir para casa? — Pergunta, entorto os lábios pensativa.

— As crianças...