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Lena Luthor pov

— Ele é só uma criança, Lena...

— Lex, você está me ouvindo? — Resmungo, enquanto meu irmão dirige. — Liam está de todas as formas tentando foder a irmã dele, ele quer que eu brigue com Lysa a todo momento. — Vejo meu irmão engolir a seco. — Primeiro foi a câmera da Zoe, agora ele prejudica a namorada de Lysa. Madelyn ficou sabendo que a mãe de Mia bateu nela diante da turma, o que mais aquela mulher não fez? A garota me contou que os pais a levaram para o padre dar a cura para o demônio dela. A merda da cura gay.

— Espera, eles fizeram isso? — Afirmo.

— Quem me garante que um padre não abusou dela? O jeito como ela contou e como ficou, me deram indícios de que ela foi violentada. Não gosto de saber que minha filha está crescendo, que está quase namorando, mas também não quero que algo ruim aconteça para namorada de Lysa.

— Irei conversar com ele novamente, mas nada de internatos...

Resmungo alguns palavrões por Lex ter a típica mania de passar a mão na cabeça das crianças, fico o restante do caminho em silêncio, Maddie me contou que faz alguns dias que Mia não vai ao colégio, que a menina nem mesmo responde as mensagens. Franzo o cenho ao ver a garota morena sentada nos degraus da escada de entrada, desço do veículo assim que Lex estaciona e noto os arranhões nos braços da menina, assim como alguns hematomas.

— Mia? — Ela levanta o olhar, noto que está chorando. — Querida, o que faz aqui fora nesse frio? — Tiro o meu blazer e envolvo ela com o mesmo

— E-Eu... — O corpo dela todo treme. — Eu fugi...

— Vem, vamos entrar.

— A Lysa, ela...

— Lysa está na casa da tia dela, foi passar alguns dias lá, vamos.

Ajudo Mia a se levantar do degrau, abraço a menina de lado com cuidado e a guio para dentro de casa, seus passos são lentos, seu corpo treme intensamente devido o frio e o choro, respiro fundo para controlar meu próprio corpo. Atravesso o hall de entrada junto com a menina, vejo Kara deitada no sofá da sala lendo, a loira parece notar a minha presença e se senta sorrindo, mas seu sorriso logo dá a vez para sua preocupação.

— O que aconteceu?

— Eu vou subir com ela, pode preparar um chá e pegar uma roupa das meninas? Algo confortável e quente.

— Claro, claro.

A loirinha se apressa para fazer o que pedi, subo devagar com a menina e a guio direto para o banheiro do meu quarto, coloco a banheira para encher, também coloco alguns sais de banho e me sento sobre a tampa do vaso. Vejo o lábio inferior dela tremer, a menina mordo o mesmo para travar um choro e guia o olhar para qualquer canto do banheiro, exceto para mim.

— E-Eles me levaram outra vez para ser curada. — Murmura. — Eu fiquei apavorada, mas consegui fugir pelos fundos da igreja.

— Mia, preciso que me diga com todas as letras para que eu possa tomar uma providência e preciso que esteja certa de que é o que quer. — Ela se encolhe, libero um suspiro. — Eu também já fui violada, Mia. Sei como se sente, sei a dor que carrega e sei que se sente suja. Em parte sentimos que é nossa culpa, carregamos um peso sem igual, mas você precisa saber de uma coisa. — Ela me olha um pouco surpresa e curiosa. — Não é sua culpa e não foi sua culpa, você nunca será a culpada por ser uma vítima.

— Também te levaram para receber a cura? — Nego.

— Não, querida. Um homem me abordou armado, ele me violentou de maneiras inimagináveis. — A vejo derramar uma lágrima. — Sei como é estar morta por dentro e como é ter um pingo de esperança, ter alguém que faça com que nos sentimos vivas, mesmo após vivermos uma atrocidade. E sei que minha filha é quem te faz se sentir viva. — Ela afirma. — A decisão é toda sua, Mia. Eu não posso te manter aqui ilegalmente, mas posso fazer o melhor para fazer todos pagarem por terem te machucado e posso providenciar um lar amoroso e seguro.

Babysitter - Karlena / Supercorp Onde histórias criam vida. Descubra agora