Enquanto Houver Razões 35

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Giovanna não queria deixar o pai ir embora de jeito nenhum, estava sentada no colo dele e sempre que ele tentava se levantar ela o agarrava pelo pescoço.

Raphael: Gi, o papai precisa ir embora – apertou o nariz da filha – senão eu perco meu emprego e você vai ter um papai falido.

Giovanna: O que é isso? – fez uma careta.

Raphael: É uma pessoa sem dinheiro, e então nada do que você pedir eu vou poder te dar, quer isso?

Giovanna: Não – riu enquanto mexia no botão da camisa do pai.

Raphael: Então me deixa ir agora? – olhou o enorme bico que se formou na boca da filha e sorriu – Diz uma coisa que queira, qualquer coisa e o papai vai comprar lá e trazer.

Giovanna: Quero pedir uma coisa – inclinou o rostinho de lado e foi caindo devagar com o corpo.

Raphael: Pode pedir – puxou a filha para que ficasse sentada direito, mas Gi continuava se jogando de lado.

Giovanna: Que você namore o meu papai de novo – por essa Rapha não esperava.

Raphael: Filha – coçou a garganta – Isso eu não posso, e seu pai tem namorado agora.

Giovanna: É, mas ele me disse que você é mais bonito e mais forte... – tirou a franja dos olhos.

Raphael: Ele disse? – sorriu bobo – E por que ele disse isso?

Giovanna: Porque é meu segredo e dele ué – ergueu os ombros.

Ouviram uma batida na porta. Em seguida foi aberta e Ranny entrou.

Ranny: Despediu do seu pai? – sorriu pra filha que balançou a cabeça e envolveu os braços no pescoço de Rapha.

Raphael: Sim, e não me deixa ir embora por nada – passou a mão nas costas da filha que tinha o rosto colado com o seu.

Ranny: Ela precisa ir tomar banho, estou super atrasado – andou até a janela para abrir.

Raphael: Novidade, não é? – riu – Sempre está atrasado.

Ranny: Raphael, não estou sempre atrasado – virou os olhos. – Tenho me dado bem com o relógio ultimamente.

Raphael: Que bom, fico feliz que esteja se dando melhor em mais uma coisa sem mim.

O quarto teria ficado um completo silêncio se Giovanna não tivesse se pronunciado.

Giovanna: Papai hoje não tem ballet, a tia que disse.

Ranny: Eu sei amor – andou até o banheiro da filha – A tia Mai vai pegar você na escolinha hoje.

Raphael: Olha só que legal hein? – fez cócegas na filha que se jogou de vez na cama se encolhendo e rindo.

Giovanna: Para papai – dava gargalhadas e gritos com a brincadeira do pai, Ranny que estava preparando a roupa da filha sorria no banheiro escutando a farra dos dois.

Raphael: Vai sair com a tia Mai hoje, toma conta dela viu? – Giovanna fez que não com a cabeça enquanto segurava uma risada – Toma sim, a tia Mai ó – girou o dedo perto da cabeça gesticulando que Mai era doida.

Ranny: Raphael para já com isso! – saiu do banheiro, nem tinha visto o que Rapha havia feito, mas sabia como ele gostava de implicar com a irmã, Gi que tentava não rir, caiu na gargalhada com o pai brigando com o pai.

Raphael: Mas eu não fiz nada! Só estou protegendo minha filha daquela sem noção - Ranny pegou Gi deitada em seu colo e seguiu novamente pro banheiro.

Giovanna: Eu vou contar pra tia Mai papai – falou alto para que o pai escutasse.

Raphael esperou a filha tomar banho, estava na sala brincando com a Mel quando a campainha tocou. Escutou Ranny gritando que ele abrisse, que deveria ser sua mãe.

Helena: Oi Rapha – sorriu e entrou no apartamento indo direto pra cozinha, deixou algumas sacolas por lá – Estou surpresa em te ver por aqui.

Raphael: Pois é – coçou a cabeça – Vim dar tchau para a Gi antes de pegar o voo pro Rio.

Helena: Ah que bom – o olhou – ela tem um amor muito grande por você e pelo o pai, tenho muito receio dela sofrer mais do que já está sofrendo com tudo isso...

Raphael: Se depender de mim ela não irá sofrer Helena, hoje consigo ver que ela é a coisa mais preciosa que tenho, e não quero perder nunca. Chega de perdas... – Helena sorriu.

Helena: Fico feliz por isso Rapha, mesmo com tudo o que fez para o meu filho, sei que no fundo vocês dois se amavam, cada um ao seu jeito... Mas não vamos tocar em coisas que já foram resolvidas – abriu um sorriso radiante – Me diga! Como ficou ao saber sobre o bebê?

Raphael congelou. Não sabia que Ranny havia falado sobre o filho com a mãe dele. Ele parecia tão feliz, talvez mais feliz do que sua mãe iria ficar ao saber da boa nova.

Raphael: Ahm eu... Eu...

Ranny: Feliz – disse rápido entrando na sala – Todos ficamos felizes com a notícia, Dulce e Christopher merecem tudo o que estão vivendo agora – olhou para Raphael – não é?

Raphael: É, claro! Todos estamos contentes pelo bebê da Dulce – disse olhando Ranny.

Helena: Eu fiquei tão feliz quando soube – viu Giovanna sair do quarto e vir toda linda de uniforme – Quase tão feliz quando me contaram que essa boneca ia nascer! – abaixou pra que Gi viesse ao seu encontro – E aqui está a bailarina mais linda da vovó! – gargalhou assim que Gi se jogou em seus braços.

Ranny: Vou lembrar você disso quando tiver outra neta, viu mãe? – sorriu mexendo nas sacolas em cima da mesa da cozinha – O que é isso tudo?

Helena: É tudo pra Gi – ergueu-se com a neta no colo – Biscoitos, Iogurtes, Chocolates...

Giovanna: Ebaaaaaa! – encheu o rosto da avó de beijos.

Raphael: Helena – balançou a cabeça sorrindo – Sabe o quanto Ranny gosta quando faz isso.

Ranny: Mamãe, pelo amor né – tirou as besteiras da sacola indignado com tanta porcaria.

Helena: Ranny, sua filha é uma criança! Às vezes precisa comer isso sabia? E não sei de onde virá a próxima neta, porque Christian não mostra interesses por filhos tão cedo, só se vier daí – disse por fim.

Ranny e Raphael se olharam.

Ranny: Mãe, a Gi precisa estar na escola até as 08h15, depois terá que entrar pela diretoria. Então chega de papo furado e agiliza.

Depois de muitos beijos e abraços nos pais, Giovanna foi com a avó para a escola. Como o celular de Rapha tocou, ele foi próximo da varanda para atender, e não pegou carona com as duas. Quando desligou Ranny já estava quase pronto para sair, colocou o celular no bolso e a olhou.

Raphael: Então o seu namoro e do Lucas está sério mesmo? – fez Ranny o olhar com o comentário.

Ranny: Como chegou a essa conclusão? – estava em pé, uma perna dobrada com o pé apoiado no sofá enquanto se inclinava para amarrar o cadarço do seu sapato.

Raphael: Ué, já até trás ele pra dormir na sua casa, junto com a nossa filha.

Ranny: Então sim, nosso namoro está sério mesmo – trocou a perna – Mas nem tanto quanto você e Camila, que já irão aumentar a família.

Raphael: Ranny, sabe que não existe família nenhuma, que a única família que construí foi a nossa. Eu, você e a Gi.

Ranny: Construiu e destruiu também, né? – pegou a mochila seguiu rumo ao elevador, lá embaixo se despediram com um aceno de mão, e cada um seguiu pro seu carro.

Enquanto Houver Razões (Romance Gay) - Mpreg - RespostandoOnde histórias criam vida. Descubra agora