Enquanto Houver Razões 65

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Ranny: Já acordou amor da vida? - pegava a pastinha na mochila da filha para verificar se havia alguma lição de casa.

Giovanna: Uhum - sentou se na cama ainda sonolenta.

Ranny terminou de verificar a agenda da filha e então deixou o material para fora, já que havia lição. Iria aproveitar o fim da tarde para ajudar a filha, pois sabia que no dia seguinte após uma tarde no clube, a filha chegaria em casa cansada demais para querer fazer o dever.

Ranny: Vamos tomar banho? - olhou a filha que mantinha os olhos pequeninos devido ao sono - Pra depois terminar o dever que a tia Malu passou.

Giovanna: Ah papai - se jogou de costas caindo novamente nos acolhedores travesseiros.

Ranny: Bora preguiçinha - disse sorrindo andando até a cama da filha e a pegando no colo, com um braço sustentando as costas e o outro abaixo das dobras do joelho, e então seguiu para o banheiro.

Raphael assim que chegou em casa foi para o chuveiro tirar o cloro da piscina, queria ter ficado na casa de Ranny, mas agora sentindo o corpo relaxar com a água caindo refrescante por seu corpo, sentia que precisava descansar as horas atrasadas de sono. Depois que deu banho na filha Ranny preparou um suco de melancia para ele e a filha manterem o corpo hidratado, pois mesmo insistindo para que Giovanna tomasse água a todo o instante devido ao calor, quase nunca era atendido.

Ranny: Então vamos lá - sentou-se ao lado da filha na banqueta da cozinha.

Giovanna: Não gosto dessa lição - fez careta esticando as duas mãos por cima da mesa pra agarrar o copo que Ranny havia colocado ali.

Ranny: Como não? - se inclinou até que a mão tocou a alça da gaveta, tirou dali um canudo e colocou no copo da filha, deixando na ponta para que a pequena não precisasse tirar o copo do balcão - Português é muito importante, não gosta dos seus livrinhos?

Giovanna: Gosto - disse mexendo o suco com o canudo - Mas é que prefiro contar os dedinhos.

Ranny apenas sorriu, puxou a apostila da filha que estava do outro lado do balcão juntamente com o estojo. Abriu na página em que a professora havia mencionado na agenda e lia o enunciado para que pudesse auxiliar a pequena.

Ranny: Precisa circular todas as vogais - disse entregando o lápis para ela - Quais são mesmo as vogais? - se virou de lado e apoiou um braço no balcão observando a filha.

Giovanna: "A" do vovô. - disse olhando o pai que balançou a cabeça sorrindo.

Rammu: Isso mesmo, e quais mais?

Giovanna: "I", "Ó" e "U" - tinha quatro dedinhos levantados. - Papai quantos são mesmo?

Ranny: São cinco - olhou a filha - Falta só mais uma.

Giovanna: Eu não sei qual é - disse chateada - Qual é a outra?

Ranny: Sabe, claro que você sabe - colocou a mão em cima da letra "E" que havia na apostila - Como é que se chama essa?

Giovanna aproximou o rosto da folha, colocou o dedinho acima da boca para que pudesse pensar. Ranny esperava calmamente a filha, sempre teve muita paciência de fazer os exercícios escolares com ela.

Giovanna: Eu não lembro papai - firmou o lápis na folha e circulando onde o dedo do pai estava - Mas é uma vogal porque você ta mostrando.

Ranny: É sua danadinha - sorriu - Vou ajudar você a se lembrar - se levantou pegando o copo dele e da filha e levando até a pia - É a letra do nome do vovô.

Giovanna: Já lembrei - falou empolgada - É a letra "E" do vovô Edson né?

Ranny: Isso meu amor! - disse radiante - Agora só tem que circular todas essas letrinhas que acabou de dizer.

Enquanto a filha circulava, Ranny lavou toda a louça que havia acumulado desde sexta-feira antes de ir ao jantar com Raphael, quando terminaram o relógio já marcava seis da tarde. Lembrou de ligar para Lucas para convidar Sophia de ir ao clube com eles.

Ranny estava no quarto da filha pegando uma troca de roupa, toalha, protetor solar, e algumas outras coisas para que a mochila da menina ficasse já pronta para o passeio do dia seguinte. Foi quando notou que o telefone da casa de Lucas foi retirado do gancho, demorando alguns segundos para que alguém falasse.

Sophia: Quem é? - atendeu enquanto via TV, já que passava uma programação que ela gostava muito.

Ranny: Sophi? - disse sorrindo - É o tio Ranny, tudo bem?

Sophia: Tio! Você me ligou - Levantou-se do sofá e correu até a porta da sala para que pudesse ir até a garagem, se afastado da TV que tinha o volume alto. Lucas ao escutar a filha, logo a seguiu atento na conversa - Eu estou com muita saudade tio Ranny - andava até o portão da casa mirando o chão - Meu pai não sabe contar histórias igual as suas, e nem arrumar meu cabelo para as aulas de ballet, você não pode namorar ele mais uma vez?

Ranny: Sophi, eu também estou morrendo de saudades - disse se sentando na beirada da cama da Giovanna, seu coração doía ao escutar a menina - Vou ensinar o seu pai a fazer as coisas direitinho tudo bem? - tentou amenizar a resposta - Ele está por aí? - Preferiu não contar o motivo da ligação, para que Sophi não ficasse magoada caso a resposta do pai fosse negativa, o que no momento era o mais propício.

Sophia: O papai ta aqui - se virou para que pudesse andar até a sala, mas não foi preciso já que Luvas estava na porta a olhando - Tio Ranny... - Sentia vontade de dizer uma coisa, que só havia dito para o Lucas e para o pai até então.

Ranny: Oi minha linda - disse carinhoso.

Sophia: Eu amo muito você - Sua voz saiu baixa, estava tímida, ainda mais porque percebeu a presença do pai, que ficou surpreso com a declaração da filha.

Ranny: Ô minha boneca - seus olhos estavam marejados, sempre sentiu uma ligação muito forte com Sophia, mesmo que tivesse rejeitado a ideia de Lucas de formarem uma família juntos, sempre quis cuidar de Sophi, assim como fazia com a própria filha, mas era tão complicado... - Eu amo você também viu? Muito mesmo.

Depois que Lucas atendeu Ranny explicou que os meninos iriam jogar futebol no clube do Einstein e que Giovanna havia pedido para que ela convidasse a Sophi para que pudessem passar o domingo juntas. Na hora ele pensou em se opor, ainda estava muito magoado com Ranny, e por mais que parecesse infantil da parte dele, sentia como se além de tê-lo rejeitado, ele havia rejeitado a filha dele também. Talvez um dia tudo isso não fizesse mais sentido pra ele, mas por enquanto esse sentimento ainda estava vivo. Mas Sophi parecia tão feliz por Ranny ter ligado, seus olhinhos brilhavam vendo o pai conversar com o moreno, estava curiosa para saber o que ele queria. E ele se sentiu mal por pensar em mentir, Sophia já não tinha o pai e nem parentes além do pai, só a mãe de Lucas que já era bem idosa e mal reconhecia a neta. Por que ele tinha que afastar as únicas pessoas que além dele se importavam com a menina? Por isso disse que Ranny poderia pegá-la pela manhã. Tanto Giovanna quanto Sophia ficaram radiantes com a notícia.

Enquanto Houver Razões (Romance Gay) - Mpreg - RespostandoOnde histórias criam vida. Descubra agora