Enquanto Houver Razões 38

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Depois de deixar a filha ir, mesmo com o coração na mão, Ranny foi embora e Mai seguiu com a sobrinha para a casa dos pais, e como Ranny lhe pediu, só puxou o assunto com o pai e a mãe quando a sobrinha já estava dormindo, lá no quartinho que os avôs decoraram pra ela assim que souberam que teriam a primeira neta. Suzana estava sentada no braço do sofá ao lado do marido, que tinha a expressão séria. Maite andava pelo escritório do pai enquanto contava os acontecimentos daquela tarde.

Suzana: Quando esse menino vai tomar juízo Antônio? – negava com a cabeça – não gostei nada do jeito dessa tal de Camila, e aposto que contou pra nossa neta de maldade.

Maite: Claro que foi mãe! – bateu na mesa – eu queria acabar com ela, mas dessa vez Raphael vai me ouvir, ele que mantenha essa cria bem longe dos meus olhos.

Suzana: Mai, não fale assim – repreendeu a filha – será seu sobrinho, nosso neto, assim como Giovanna, não temos que fazer diferença só porque Giovanna veio do casamento, e ele, ou ela talvez, veio de um relacionamento tão errado.

Maite: Ah mãe, me poupe – revoltada – Se quiser tratá-lo como trata a Gi então o problema é seu! Eu não sou obrigada!

Suzana: Diz isso agora que está com os nervos a flor da pele querida, quando estiver com a cabeça fria vai ver que a criança não tem culpa de nada – olhou o marido – O que pensa disso meu bem?

Antônio: Só vou acreditar que esse filho é do Raphael, quando eu ver o resultado do DNA.

Suzana: ANTÔNIO! – o olhou espantada – acha que Raphael vai fazer essa moça fazer DNA? Por Deus! Ele largou o marido por ela, acha que o filho não seria dele?

Maite: HAHAHA – ria enquanto se jogava no colo do pai e o enchia de beijos – agora sei que existe alguém de pulso firme nessa casa – o pai a olhou – na verdade sempre soube – sorriu sem graça.

Antônio: Se ela foi capaz de se envolver com um homem casado, é capaz de qualquer coisa querida – pousou a mão na perna da filha e olhou a esposa – Mas, se Raphael for mesmo o pai o que poderemos fazer? É nosso neto.

Maite: Qual é pai, mantenha sua dignidade. Não comece a amolecer o coração, sei que com a idade tudo é comovente, mas Camila é uma piranha! – depois dos pais repreenderem mais uma vez a filha, todos foram dormir.

(...)

O final de semana voou. Maite ligou para o irmão e contou toda a anarquia que Camila causou no hospital, comentou sobre o quanto Giovanna ficou ressentida quando soube da gravidez, além de ter rezado uma missa para ele no telefone, dizendo o quanto ele era burro por ter se descuidado e permitido que Camila engravidasse. Raphael ficou uma fera ao saber de tudo, chegaria logo após o almoço e iria direto pra casa dos pais, já que Gi estava por lá. Estava decidido a recuperar seu casamento, independente de Lucas, de Camila, de gravidez, e tudo o mais que estivesse no meio do caminho. Mal conseguiu expor seu projeto no evento, a cabeça não parava de relembrar Ranny. Na sala. Apenas de lençol. Com Lucas. Sentia o estômago embrulhar a cada lembrança. Já Ranny aproveitou que a filha não estava em casa, e foi passar o final de semana na casa do namorado, no domingo marcaram de ir almoçar na casa dos pais de Ranny, já que Christian voltaria na segunda feira para casa. Marcou com Maite que pegaria a filha no fim da tarde.

Suzana: Veja meu bem, seu pai chegou! – ela e a neta estavam sentadas na aconchegante rede da varanda, enquanto Raphael se aproximava pelo caminho entre o gramado em frente à casa dos pais.

Giovanna ergueu-se com dificuldade, já que estava deitada em um dos lados da rede, quando a avó sentada fazia impulso para que fossem sacolejadas de um lado para o outro. Assim que viu o pai, se deitou de novo. Aquilo foi um soco na cara de Raphael, que sempre era recebido com um grande abraço pela filha.

Raphael: Oi mãe – beijou-lhe a testa e então se inclinou pra pegar a filha no colo – E essa mocinha aqui que nem foi dar um abraço no papai?

Suzana: Dá um beijo no seu pai filha – olhou a neta se inclinando em direção a rede, querendo sair do colo de Raphael.

Giovanna: Eu quero balançar – já estava deitada de barriga pra baixo no colo do pai, de tanto que se jogou de volta pra rede. Raphael então a colocou de volta na rede, não queria obrigar a filha.

Raphael: Deixa mãe – Giovanna então se deitou novamente na rede, e juntou as duas laterais se fechando nela.

Quando Maite viu Raphael queria dar uns bons gritos com ele, só não o fez porque Giovanna iria escutar. Mas quando Antônio chamou o filho para conversar no escritório, ela foi atrás. Lá sim Raphael escutou poucas e boas. Raphael saiu do escritório até com a cabeça doendo, de tanto que escutou o pai e a irmã falarem. Saiu pela porta da sala, iria conversar com a filha. Foi quando viu o carro de Lucas parar em frente à casa. Desceu os três degraus da varanda e andou até o carro. Notou que Ranny acompanhava seus passos. Quando chegou perto, apoiou um dos braços no capô e se inclinou na janela.

Raphael: Oi Ranny – olhou para o Lucas – Fala Dr. Viana.

Lucas: Herrera – sorriu apoiando a mão direita sobre a coxa do namorado – Como foi o evento?

Ranny: Pode chamar a Giovanna? – disse quase no mesmo instante.

Raphael: Foi bom, meu projeto foi bem aceito – a mão que estava sobre o capô se fechou em punho, assim que a mão de Lucas parou sobre a perna do moreno – Ranny queria que a deixasse aqui, eu a levo mais tarde.

Lucas: Negativo – olhou Raphael – Combinamos de ir tomar sorvete, já cedemos nosso passeio no final de semana passado Herrera – Ranny o olhou. Não estava acreditando que ele pensou que poderia decidir sobre a vida da filha dele. Como se ele tivesse escutados seus pensamentos, disse rapidamente – Não é anjo?

Antes que Ranny pudesse responder, escutaram os gritos da filha ao ver o pai no carro. Saiu em disparada da casa dos pais de Ucker, e correu direto pro carro de Lucas, já que as casas dali não tinham portão.

Giovanna: Papaiii – enquanto a filha corria, Ranny destravou a porta do carro fazendo Raphael se erguer e dar passos para trás. Ranny encostou a porta quando saiu e pegou a filha no colo quando a menina se jogou nos braços dele.

Ranny: Só passeando né Dona Giovanna – sorriu para a mãe de Christopher que acompanhava Suzana até eles.

Regina: Casa da vovó é assim Ranny, só se faz coisas gostosas – sorriu e foi até o moreno abraçá-lo.

Ranny: Sei bem, depois não querem nem voltar pra casa – rindo retribuiu o cumprimento. Logo em seguida cumprimentou a mãe de Raphael.

Giovanna: Papai a vovó fez bolo de cenoura com chocolate – olhou a avó que sorria.

Ranny: Que tentação! Você guardou pra mim? – sorrindo para a filha.

Giovanna: Só se a tia Mai não comeu tudo – todos riram.

Suzana: Entra um pouquinho Ranny, você adora esse bolo!

Ranny: Não vai dar – virou pra olhar Ian no carro – O Lucas precisa ir, ele vai viajar hoje pra visitar a filha, vai só nos levar na sorveteria porque prometeu pra Gi, e nos deixar em casa – colocou Gi no chão.

Suzana: Deixem o sorvete para outro dia – olhou para Raphael que permanecia calado as olhando – Rapha te leva depois, não é meu filho?

Raphael: Claro, se quiser pode ficar Ranny.

Ranny olhou Lucas, que permanecia sério. Não queria dispensá-lo, mas gostava tanto dos pais de Raphael, e estava devendo uma visita, tinha se afastado tanto, sendo que sempre lhe trataram tão bem.

Ranny: Obrigado Su, mas eu preciso mesmo ir – olhou a filha – quer ficar mais e seu pai te leva depois? – Gi desviou o olhar do pai para o pai, e então voltou a olhar Ranny.

Giovanna: Quero ir tomar sorvete com o tio Lucas.

Enquanto Houver Razões (Romance Gay) - Mpreg - RespostandoOnde histórias criam vida. Descubra agora