Enquanto Houver Razões 44

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Raphael parou o carro em frente ao condomínio, como as meninas estavam acordadas não iria descer para ajudar.

Ranny: Muito obrigado – olhou o moreno – Está chegando a festa dos seus pais não é?

Raphael: Que isso Ranny. Sim, sim... Vocês vão?

Ranny: Vamos – se inclinou pra dar um beijo no rosto do moreno, mas como ele não esperava uma atitude assim dele, acabou se virando na hora, e o beijo saiu bem no canto da boca – Vai dormir agora, desculpa atrapalhar sua noite.

Raphael: Ranny eu queria ver com você um coisa – coçou a garganta antes de prosseguir – queria saber se deixaria a Gi viajar comigo.

Ranny: Viajar com você? – o olhou – Quando?

Sophia: Quero fazer xixi – disse se enfiando no meio dos dois.

Raphael: Vou tirar uns dias de férias, não sei bem quando, e nem pra onde vou... Mas queria levar ela.

Ranny estava boquiaberta. Se lembrava de quantas vezes discutiram porque Raphael nunca tinha como tirar férias, vivia dizendo que o hospital dependia dele, que não tinha como ficar dias fora. Que no máximo poderia ter 3 dias seguidos de folga. As viagens dos dois eram sempre curtas e próximas. Ranny sempre pedia para que fizessem uma viagem, e nunca foi atendido.

Ranny: Férias? – sorriu – Ora, ora. Quem diria hein? – olhou Sophi – Já estamos indo querida – o olhou novamente – Claro que pode Rapha, você é o pai dela afinal.

O coração de Raphael foi parar na boca. Ele sentia. Ele o chamou de Rapha. Tinha vontade de rir. Não sabia o que havia demais naquilo, mas tinha vontade de dar uma grande gargalhada. Parecia que até podia respirar com mais facilidade agora. Se sentia leve. Como ele o fazia bem, só em dizer seu nome de uma maneira mais carinhosa. Parecia um grande idiota se sentindo tão feliz por isso. Ranny pareceu nem perceber o que tinha acabado de dizer. Saiu tão natural que passou batido por ele.

Raphael: Então depois te falo direitinho quando eu vou, qualquer coisa vou na escola, converso com a professora, pego as lições adiantadas e faço com ela, sei lá. Dou um jeito, pra não prejudicar ela nas aulas.

Ranny estava tendo alucinações, só podia.

(...)

Passaram-se quase dois meses desde o dia em que Sophia havia dormido pela primeira vez com Ranny. E só dormiu depois que Ranny a colocou em sua cama, e dormiram de mãos dadas, por isso Giovanna não podia ver Sophia chegar perto do pai, que já fazia manha. Ranny precisou explicar para a filha que Sophi estava assim porque sentia falta do pai, mas que sabia que Ranny era pai somente dela. Mas Sophia a cada dia se apegava mais em Ranny. Mal podiam sair de casa quando ela ficou com a imunidade baixa, a pequena desde os quatro anos só via o pai dentro do quarto, deitado em uma cama e raramente saiam de casa. Já Ranny era muito diferente, além de tratar ela muito bem ainda era divertido. Não que iria substituir Roberto. Mas Sophia era pequena demais pra entender que Ranny era apenas o namorado do pai, que não poderia ser pai dela. Ela só queria continuar se sentindo amada e protegida, assim como se sentia quando estava perto de Ranny. O único problema disso tudo, era que cada vez mais Lucas fincava raízes.

Praticamente todos os dias ele e a filha dormiam na casa de Ranny. Já estava se sentindo casado novamente. Ele opinava sobre sua casa, sobre suas ações e principalmente sobre Giovanna. O que sempre acabava em discussões com Raphael. Que não admitia que o rival desse palpite sobre sua filha. Agora Raphael já estava envolvido na vida da filha. Quando Gi levou uma mordida na escola, Ranny apenas enviou um recado para a professora via agenda mesmo, questionando sobre o ocorrido, pedindo mais atenção, pois não havia gostado nada de sua filha ter sido marcada, mas que sabia como eram crianças, e que por isso não tomaria nenhuma atitude mais radical. Mas Raphael quando ficou sabendo, no dia seguinte estava lá, por pouco não tirou a pequena da escola, e só não o fez porque Gi chorou pra ficar. Pegava a filha na escola quase duas vezes na semana, o que a deixava radiante. Agora podia participar das conversas das amiguinhas, sem ficar triste com isso. Já Ranny não achava certo Lucas querer mandar na filha dele, não queria se indispor com o namorado, mas sabia que Raphael não estava errado. Então muitas vezes acabava discutindo também com Lucas, discussões bobas que logo passavam, porque ele sempre se redimia. E logo depois fazia novamente. Ranny e Raphael se davam muito bem em parceria, apresentaram o projeto que fizeram juntos ao Dr. Moretti e receberam só elogios. Dulce e Ucker estavam no céu depois que Ranny deu a notícia de que não teriam apenas um bebê, e sim dois. Dois meninos.

Lucas: Ranny ela vai perder quase uma semana inteira de aula! – estavam na cozinha, ela preparava o jantar.

Ranny: Lucas, nós já conversamos sobre isso – desligou o fogo – Ele foi até a escola, já conversou com a professora, a Gi não vai se prejudicar.

Lucas: Anjo eu sei que pode não concordar com a minha opinião, mas ele está sendo um grande irresponsável.

Giovanna: Papai – disse entrando na cozinha com o sapato do seu pai, e os braços cheios de pulseiras – hoje eu vou pra casa do papai?

Lucas: Não gatinha – pegou Gi no colo – Hoje vamos ir ao cinema, você não me pediu ontem?

Ranny apoiou as duas mãos na pia e ergueu o rosto olhando pra cima. Não estava a fim de discutir mais uma vez.

Giovanna: Mas eu não sabia que ia pro papai – disse no colo de Lucas. – Eu não quero mais ver filme.

Sophia: Eu quero – segurava a mochila de Ranny nos ombros.

Ranny: Posso saber o que as duas estão fazendo fuçando nas minhas coisas? – olhava Sophia com a sua mochila.

Sophia: Estamos brincando – olhou pra cima vendo Gi no colo do pai – Né Gi?

Giovanna balançou a cabeça e Lucas a colocou no chão, logo as duas dispararam de novo pro quarto.

Ranny: Você se esqueceu que temos uma festa hoje? – disse rodeando Lucas com os dois braços.

Lucas: Que festa anjo? – selou os lábios do namorado e prendeu o inferior entre os dentes.

Ranny: Da Suzana e do Antônio amor – disse rindo tentando soltar o lábio – Por isso nada de cinema.

Lucas: Anjo não vou me sentir confortável – deslizou a mão nas costas de Ranny por dentro da camisa – É a família do seu ex marido.

Ranny: Amor se não quiser ir eu vou entender – o olhou – Mas se eu não for eles irão ficar ressentidos, sempre foram muito atenciosos comigo, não vou deixar de ir.

Lucas: Eu sei meu amor – passou o nariz pelo nariz dele – Não me importo se você for, desde que na volta seje todo meu – apertou sua cintura.

Quando Sophia soube que Giovanna iria sair com o pai, logo implorou pro pai a deixar ir também. Então Ranny foi com as duas meninas. A festa era em um sítio da família de Raphael, no interior da cidade, mas não muito longe da capital. Giovanna e Sophia eram as únicas crianças da festa, por isso todos as paparicavam o tempo inteiro.

Enquanto Houver Razões (Romance Gay) - Mpreg - RespostandoOnde histórias criam vida. Descubra agora