Ranny sabia que o motivo dela preferir ir era pelo ressentimento que estava de Raphael, devido a notícia dada por Camila. Raphael ainda tentou convencer a filha de ficar, mas foi inútil. E assim que se despediram de todos, os dois entraram no carro e em minutos já não se via mais o carro de Lucas. Os três foram em uma sorveteria, Gi quase não mexeu no sorvete, não parava de contar sobre o final de semana na casa dos avós. Quando Lucas os deixou em frente ao condomínio, desceu do carro e prolongou a despedida com o namorado, já que ficaria fora por uns dias. Ranny preferiu não voltar ao assunto sobre Camila com a filha, nem teria nada para dizer. Os dois estavam sentados na enorme mesa de jantar que havia na sala, Ranny ajudava no dever de casa, enquanto Gi resmungava enquanto fazia. O interfone tocou e Ranny atendeu. O porteiro avisou que Raphael estava na portaria, e ele o autorizou subir. Como a porta estava apenas encostada, Raphael abriu sem tocar campainha, e sorriu quando viu Ranny com as duas mãos abertas, enquanto Giovanna tocava a ponta dos dedos do pai contando um a um para solucionar o problema dado pela professora. Se aproximou dos dois e ficou em silêncio para não atrapalhar o raciocínio da pequena.
Giovanna: DEZ! – olhou o pai. – Se ele ganhar mais quatro ele vai ter dez né?
Ranny: Isso! – disse sorrindo, virou na cadeira e mirou Rapha logo atrás – Você pedindo autorização pra subir?
Raphael: É – tirou a mão do bolso e se sentou na cadeira ao lado de Gi, de frente para Ranny – Não estou a fim de ter surpresas ao chegar na sua casa.
Giovanna: Papai, olha esse – nem ligou para a chegada do pai, estava de joelhos na cadeira e olhava sua apostila. Apontou o segundo problema.
Raphael: Olha só – inclinando pra ler a lição da filha – Esse aqui vai precisar de mais dedos.
Então a pequena ficou um bom tempo fazendo o dever, tendo a ajuda do pai e do pai. Ranny olhava Raphael surpreso pela paciência que ele estava com Giovanna, nunca tinha sentado para ajudá-la com a lição. Assim que terminaram Ranny se retirou para tomar banho, pois sabia que Raphael queria conversar com a filha.
Raphael: O papai veio aqui pra conversar com você – puxou a filha da cadeira e a sentou no seu colo.
Giovanna: Por quê? – segurou um lápis, e o passou levemente sobre o vidro da mesa fingindo escrever.
Raphael: Porque a tia Mai me contou que você está muito triste comigo, e eu não quero isso – apertou mais o braço em volta da filha e a puxou pra perto, depositando um beijo em sua cabeça.
Giovanna: Mas você não vai mais gostar de mim, igual não gosta do papai. – Olhou fixamente a ponta do lápis deslizando sobre a mesa.
Raphael: Gi não diga uma coisa dessa – ergueu a filha e a sentou na mesa, de frente pra ele – Não importa quantos filhos eu tenha, vou sempre amar você, não duvide disso nunca.
Giovanna: Mas a Camila me contou – olhou o pai – E você nem gosta mais do meu desenho – triste.
Raphael: Esquece o que ela disse, não é verdade – respirou fundo – a Camila disse isso porque está brava com o papai, e quis deixar você triste, porque eu ia te ver triste e ficaria triste também. E eu adoro seus desenhos meu amor.
Giovanna: Você não tá mentindo? – balançou as perninhas penduradas.
Raphael: Não, quero muitos desenhos. Vou encher minha sala deles, todas as paredes de desenhos – A pequena abriu um enorme sorriso – Não está mais triste com o papai?
Giovanna: Não, só porque você não tá mentindo – disse fofa.
Quando Ranny voltou para a sala, encontrou os dois deitados no tapete vendo o filme Rio. Balançou a cabeça, tinha perdido as contas de quantas vezes tinha assistido aquele filme. Raphael provavelmente assistia pela primeira vez, e dava altas gargalhadas com a filha. Sentou no sofá e acompanhou o filme, antes da metade Giovanna não aguentou e adormeceu no braço do pai. Ranny imaginou que o moreno estava entretido com o filme, pois apenas quando acabou ele ergueu o rosto para olhá-la no sofá.
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Enquanto Houver Razões (Romance Gay) - Mpreg - Respostando
RomansaAté onde você deixaria tudo por amor? O que seria seu limite? Quantas noites de choro iria aguentar? Quantos datas importantes passaria sozinho? Quanto tempo suportaria a dor da solidão? Me pergunto se estou agindo errado, se devo acabar com tudo is...