Enquanto Houver Razões 12

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Era sábado. Ranny faria plantão com Camila e sabia que a noite seria longa. Como combinado, Raphael passaria em sua casa para pegar a filha. Ele ligava todos os dias agora para Giovanna, ficavam falando um bom tempo, ela contava detalhe por detalhe sobre o dia na escola. No hospital evitava ao máximo cruzar com ele. Sempre que ele chegava Ranny se retirava em seguida. Ainda mais porque Camila sempre estava atrás dele, parecia até sombra.

Ranny: Nada de ir dormir tarde está ouvindo? – olhou a filha enquanto retirava algumas peças de roupa e colocava em uma mini bolsa de viagem – E tem que escovar os dentes antes de ir para a cama.

Giovanna: Papai – rolou os olhos – Eu já sei de tudo isso, você fala toda hora – disse emburrada.

Ranny: É, porque conheço bem a filha que tenho! – fechou a bolsa - Diz pro seu pai que coloquei seu tetê bem aqui – colocou a mão no bolso da lateral – Pegou a chupeta? – a filha colocou a mão dentro do bolso do shorts e com dificuldade retirou a chupeta rosa – Certo, acho que é isso... – ouviram a campainha.

Giovanna: É o papai! – correu na frente e abriu a porta.

Raphael: Gatinha! – pegou a menina no colo – Como abre a porta sem perguntar quem é hein? – bagunçou o cabelo da filha.

Giovanna: Porque eu sabia que era você ué – apertou o nariz do pai.

Ranny: Raphael, acho que coloquei tudo aqui – esticou a bolsa. Ele passou a filha para um braço só e pegou a bolsa em seguida com a mão livre – Ela vai te pedir mamadeira antes de dormir, eu não sabia se você tinha as coisas em casa então coloquei o Ninho e o Nescau aí também, e precisa por ela para fazer xixi antes de dormir, mesmo que ela negue, se não ela vai fazer xixi na cama. Ah e faça ela escovar os dentes – Ranny dizia sem parar - E qualquer coisa me liga, vou deixar o celular bem...

Raphael: Hei! Ranny tudo bem... – estava segurando o riso – Eu vivi com ela por quatro anos, acho que sei de tudo isso certo? – Ranny baixou de leve o rosto e colocou as duas mãos juntas em frente a boca também segurando o riso.

Ranny: Certo, tem toda a razão, me desculpe – baixou os braços e aproximou dele, já que Giovanna estava em seu colo – Tchau minha vida, se comporte viu? – colocou uma mão apoiada nas costas da filha e ficou na ponta dos pés para beijar sua testa – Eu amo você.

Giovanna: Também te amo papai – passou os braços em volta do pescoço do pai – Vou morrer de saudade.

Ranny: Awn meu Deus, eu não mereço tanto! – sorriu – Também vou morrer de saudade – tentou se afastar, mas a pequena a segurava com força, deixando-o cara a cara com Raphael. Ele olhava a cena fascinado. Nunca encontraria pai melhor que Ranny se um dia tivesse outros filhos – Bebê se não soltar o papai vai chegar tarde no trabalho – após isso a filha o soltou – Vou te ligar depois tudo bem? – a menina balançou a cabeça – Tchau Raphael, estou te confiando a minha vida, não me decepcione mais uma vez.

Raphael: Não se preocupe. É minha vida também – sorriu de leve e saiu com a filha.

Ranny saiu quase na sequência, passaria a noite inteira acordado, mas nem se abalava por isso. Era isso que mais estava fazendo nos últimos dias. O que o deixava incomodado era saber da companhia que teria. Chegou ao hospital, e notou que a emergência estava vazia. Ficou na sala por algumas horas, até que recebeu o prontuário de uma idosa que havia escorregado no banho. Quando acabou de tratar este caso, notou que já eram quase onze da noite. Prometeu que ligaria para a filha. Entrou na sala e discou o número de Raphael.

Raphael: Oi Ranny... – disse depois que verificou o número dele na tela do celular.

Ranny: Ela já dormiu? – rabiscava em um bloquinho de notas.

Enquanto Houver Razões (Romance Gay) - Mpreg - RespostandoOnde histórias criam vida. Descubra agora