- V - IMPÉRIO CONTROLADOR DE MENTES

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Vinícius, chefe da Abin, olhava monitores com imagem de pessoas zumbificadas retornando para dentro de suas casas com as ruas destruídas e gente caída ao chão.

Ele olhou para os funcionários na sala de monitoramento da sede da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em Brasília. Perguntou, histérico, para cada um dos funcionários o que havia acontecido, pediu uma explicação, mas nenhum deles soube responder.

— Parece que alguém invadiu o sistema por um breve momento. — disse um agente que trabalhava na operação do Sistema Nacional de Reatores de Fusão (SINARF).

— ISSO É IMPOSSÍÍÍÍVEL!!! — ele falou de forma quase prepotente, não tinha pulso firme para aplicar a bronca que queria dar em cada um deles, mesmo sem saber se havia um culpado.

Estava na sala o diretor-geral do DRCM (Departamento de Reatores de Controle Mental). Um homem de terno, mais alto, forte e possivelmente mais astucioso que Vinícius. Era um neurologista com especialização em técnicas de manipulação cerebral por indução magnética. Um curso ofertado pela Abin aos seus funcionários mais renomados.

O diretor estava de cabeça baixa ouvindo as reclamações plenamente justificáveis de Vinícius, que se voltou para ele com toda a autoridade da qual ele, de fato, só almejava ter.

— Isso é impossível! NÃO É??! — Ele disparou incisivamente ao diretor, que permaneceu de cabeça baixa.

Houve um silêncio. Todos tinham plena consciência da gravidade daquele incidente que afetou todo o país.

— O que faremos com todos os corpos? — perguntou um oficial.

— CREME TODOS! Suma com eles. Desapareça! Eles nunca existiram. Essas pessoas nunca nasceram e NUNCA morreram. Nenhum deles existiu!

Os funcionários se entreolharam.

— Manter a memória de toda a população alterada, quando elas olharem fotografias ou tentarem acessar os sentimentos que tinham pelos desaparecidos... Isso criará uma instabilidade crescente no sistema que só aumentará com o passar dos dias. — o oficial disse a Vinícius, que por sua vez se voltou ao diretor.

— Os reatores não lidam com dados, eles lidam com energia. A informação que eles trabalham é um valor de energia armazenada, não uma quantidade de dados em terabytes. Isso não é um problema.

Vinícius olhou com repreensão para o oficial que fez a pergunta. As informações sobre o funcionamento dos reatores era um mistério até mesmo para os agentes. Mas isso, pelo estado de nervo que Vinícius estava, não era justificativa suficiente para que ele deixasse de lançar ao oficial:

— Ainda sou obrigado a lidar com perguntas idiotas.

COMANDO SUPERIOR: A Ascensão de Drak NazarOnde histórias criam vida. Descubra agora