Capítulo Dez - I - Autorrevelação de Draknazar

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— Mesmo que nós, eventualmente, tivermos algum inimigo, nós não teremos nenhum inimigo. Ficou claro? — Draknazar dizia. — Todos nos apoiam.

— Vocês sentiram isso? — Drak perguntou, após sentir como se o chão sob seus pés tivesse desaparecido e retornado em uma fração de segundo, como quando usava uma base de teleporte.

Todos olharam pela janela e desceram para a área externa da Abin, olharam para fora. Os carros na rua, os pedestres, os prédios e o céu estavam perfeitamente em seus devidos lugares. O calor do sol era sentido por eles, sua luminosidade era emitida usando a energia contida nos microrganismos para simular através da conversão deles em luz a radiação do sol.

Para que a população não visse a nova órbita, a cúpula funcionava como uma grande tela. Nela, era mostrado o sistema solar e as constelações durante a noite, ou o céu azul durante o dia, um grande holograma que não se tratava apenas de imagens, mas também retratavam os efeitos que os corpos celestes provocariam estando naquelas posições representadas pela imagem ao redor de todo o planeta.

Draknazar caminhava por um corredor em direção à saída do prédio da Ordem, no centro do Rio. Os agentes lhe diziam que não deveriam expor para a população a mudança de órbita, que eles inevitavelmente acabaram por descobrir, mesmo que para toda a população não houvesse nenhum indício de que eles estavam a oito vírgula seis anos-luz de distância.

Diego estava ao lado direito de Draknazar. Uma multidão de três milhões de pessoas estava diante do palanque imponente que foi erguido sob a areia de Copacabana. Seis compridas bandeiras do Rio estavam estiradas três de cada lado do púlpito. O líder intergaláctico passou por cima de seus conselheiros membros da Ordem, e manteve firme sua posição de revelar ao mundo que algo imensamente importante havia afetado todo o planeta:

— Conforto a todos para que não temam. Eu, Draknazar, neste momento intempestivo, apesar da aparente normalidade, revelo a única verdade que lhes interessa:

"Eu vim de Andrômeda e unifiquei meu conselho ao da Via Láctea visando livrar vocês dos males que seus próprios governantes os impunham. Mas não é só isso, existe algo maior que me traz aqui."

A multidão murmurava impressionada.

"Existe na sua cultura um atrativo para um ser maligno de uma galáxia distante. Andrômeda estava livre dessa ameaça, mas a Via Láctea era uma vítima vulnerável para o ataque desse ser. Logo, eu não poderia esperar que ele viesse até a Via Láctea para em seguida perceber que ela e Andrômeda estariam em breve unificadas. Eu não poderia permitir que ele tentasse impor seus planos à minha galáxia, por isso uma intervenção se fez necessária."

Arthur tentava fazer contato e não obtinha sucesso. A autorrevelação fez com que os países se posicionassem contra os membros da Ordem e ameaçassem ataques às fronteiras de países aliados de Drak, vizinhos aos seus territórios. — O caos estava instaurado.

"Existe entre nós os que se fortalecem com sangue humano, o que é uma prática condenável com morte. Todavia, o Coveiro Galáctico é o único que viaja como um nômade e invade galáxias e seduz para si todas as almas de humanos já mortos. Isso nada se compara com aqueles que se alimentam ocasionalmente, por necessidade ou por esporte, de pequenos mamíferos ou até mesmo almas humanas em uma escala menor."

O pronunciamento foi seguido de uma fala de uma porta-voz do império carioca. Ela explicava que naquele momento pessoas presentes ali poderiam ter familiares em risco ao redor do mundo no conflito que irrompia.

— Eles, esses países, são um empecilho para o avanço da humanidade! — Paloma, a porta-voz, dizia com potência, suas cordas vocais vibravam fortes. Ela conseguiu convencer os súditos de Draknazar, com a ajuda dos reatores de fusão implantados secretamente ao redor do mundo, que ele os levaria pelo caminho certo.

COMANDO SUPERIOR: A Ascensão de Drak NazarOnde histórias criam vida. Descubra agora