Diego coletou todas as memórias da Ordem planejando a incriminação de Lino e as colocou na mente dele pelo reator enterrado embaixo da prisão, que tinha a função de manter os presos estáveis para que não houvessem rebeliões.
Lino se contorcia ao receber as memórias. Os quatro outros presos se levantaram e o rodearam olhando espantados. Diego via o que se passava na cabeça de Lino através de um monitor. Implantou as memórias de Drak Nazar chegando na maternidade para que ele tivesse noção de seus poderes.
"Lino, você me ouve?"
Não obteve resposta.
"Lino dos Santos, falo com você. Você pode me escutar?" Diego repetiu.
"Eu escuto, porém, como te verei?" Lino perguntou à voz familiar que falava diretamente com ele, de uma forma intensa como nunca lhe ocorreu.
Falando telepaticamente na mente dele, Diego disse-lhe sobre os muitos poderes que ele possuía, que poderia sair dali se quisesse.
— COMO?! — ele perguntou em voz alta, e os outros presos perceberam assustados que ele falava com alguém.
Pensaram que ele estivesse tendo algum tipo de alucinação. Até mesmo os presidiários de outras celas olhavam para dentro do seu recinto.
"Você pode fazer da mesma forma que fez ao xingar sua professora. Da maneira como você estudou no início dos seus pensamentos, quando eles eram conturbados, porém, menos intensos."
"Como isso funciona?" Lino quis saber, perguntando na mente de Diego.
"Você pode manipular o campo." Diego revelou.
"Me ensine como!"
"Precisamos de mais tempo. Só quero que saiba que farei de tudo para te tirar daí, mesmo que sejam necessários todos os meus esforços." Diego enviou por fim.
Lino permaneceu preso tempo suficiente para se habituar aos ritos da penitenciária. Estava farto de continuar ali pagando por um crime, que Diego deu certeza que ele não cometeu.
Diego tentava fazer contatos e iniciar a devolução dos poderes. Tentava de alguma forma libertar a alma trancafiada de Drak Nazar e permitir que ele canalizasse sua energia.
"Será necessário um equipamento mais avançado para fazermos o procedimento." Diego disse, lamentando.
"Está dizendo que terei que ficar mais tempo aqui?" Lino perguntou impaciente.
"Estou com limitações, o reator é tudo que tenho, mas ele não foi feito para isso."
Diego sabia que não poderia arriscar soltá-lo, porque arriscaria seu disfarce. Para ele, não adiantaria ter Drak solto sem o apoio de mais aliados no Brasil e no exterior.
Lino sentia um frio ardente. Uma fúria emanava de seu corpo como uma febre que o fazia suar.
Detentos de facções distintas se encontraram ao tentarem sair pelos rombos no caminho pelo qual Lino percorria implacável em direção a saída do presídio.
Eles chegaram na parte externa. A noite foi iluminada quando coquetéis molotovs explodiram ao serem jogados contra um grupo de presos que acabava de sair. Os presos que lançaram fizeram-no para impedir que os recém-chegados tentassem se unir a eles e atrapalhar o plano que eles haviam desenvolvido: pular o muro após Lino desativar a cerca elétrica.
Alguns detentos conseguiram fugir, mas Lino não conseguiu conter o campo eletromagnético que fazia a corrente elétrica fluir, então os presos foram lançados do alto do muro quando partículas brancas voaram dos pontos em que eles se seguravam. Os corpos caíram fazendo uma sequência de sons como TRUMP's secos de ossos quebrando, e PLOFT's de intestinos sendo espalhados pelo chão.
Teresa observou a rebelião pelas câmeras de segurança, viu as explosões e percebeu que Lino não conseguia sustentar mais a energia da cerca. Então, ela viu Lino se preparando para uma nova investida.
Um helicóptero surgiu do alto circundando o lugar. O farol incidiu buscando focalizar o alvo, até que encontrou Lino e uma forte luz iluminou-o.
— Mandem os guardas. — ela ordenou aos agentes.
— Eles são muitos, não tem guardas suficientes pra todos eles, e precisaríamos de uns dez somente para Lino. Poderíamos fazê-los adormecer em alguns minutos dopando-os via reator, mas levaria tempo o bastante para que Lino escape.
— Então, mate. — ela disse, serena.
— Matar quem, Teresa? — o oficial perguntou chocado, temendo a resposta que poderia ouvir.
— Todos-eles. — ela disse pausadamente usando apenas duas sílabas.
Teresa instruiu o agente a dar o comando letal. Todos os presos caíram mortos, apenas Lino permaneceu de pé, testemunhou todos os detentos de todas as facções caírem como se tivessem sido desativados.
Lino correu em direção ao muro a toda velocidade. Uma grande quantidade de concreto se desprendeu da parede quando o muro recebeu o impacto. A contenção possuía diversas camadas de tijolos que ficaram à mostra.
Ele caiu no chão e viu carcereiros adentrarem o local. Eram três, depois cinco, oito, dez, quinze. Todos segurando armas teasers. Formaram um semicírculo ao redor dele o prendendo contra a parede. Após ter sido lançada uma abundante quantidade de gás lacrimogêneo sobre ele, com os excessivos teasers disparados, Lino foi capturado pelos carcereiros.
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COMANDO SUPERIOR: A Ascensão de Drak Nazar
Science FictionO desaparecimento de agentes da Abin no ano de 2070 levanta suspeitas e conspirações envolvendo segredos guardados pelo governo brasileiro. Um líder da inteligência internacional começa a investigar, enquanto todo o mundo se vê diante de uma ameaça...