- II - PODER

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O auditório do projeto Sirius, no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), estava lotado para o evento que teve tanta repercussão na mídia. As mulheres trajavam vestidos e roupas na cor preta, os homens, terno.

Algumas pessoas ainda entravam pelos fundos da sala e desciam em direção ao proscênio. Descendo para as primeiras fileiras, as poltronas vazias ficavam mais escassas, um lugar ali era uma raridade. Na primeira fileira, os jornalistas e fotógrafos disputavam o melhor espaço para entrarem com o link ou conseguirem uma boa foto.

— Senhoras e senhores, é com muito orgulho que introduzo vocês à cerimônia principal desta importante noite. — O cerimonialista anunciava eloquente. — Não só para nós, já que agora em diante poderão ter novos ares para diversos cantos do mundo. O futuro chega ao planeta Terra e a humanidade faz mais uma revolução em seus aparatos tecnológicos. Sim...

"Está noite vocês serão apresentados a algo novo, nunca visto por qualquer um de vocês. Talvez em alguma obra futurista isso fosse possível. Hoje, minhas nobres senhoras, meus caros senhores, damos um passo em direção ao futuro."

"Eu gostaria de convidar ao púlpito o professor Estevão!"

Uma brecha da cortina foi aberta e o homem surgiu, caminhou até onde estava Osmar, o cumprimentou com um abraço e se posicionou diante do microfone.

— Há algum tempo, tive a honra de conhecer os estudos de um homem, um rapaz bondoso, com ideias geniais. — Estevão dizia. — Hoje eu estou orgulhoso de vir aqui fazer essa breve apresentação sobre um projeto desenvolvido na instituição em que leciono.

"Trabalho há décadas na área da energia nuclear e suas aplicações que excedem os fins militares ou de energia. Quando recebi a solicitação de Lino para utilizar um dos reatores de potência da UFRJ, fiquei preocupado com a ideia, obviamente..."

Houve um murmurinho de risadas.

"Mas, apesar disso, eu decidi confiar na equipe que trabalha dia e noite para dar vida não só a Cidade Universitária, como a toda a cidade maravilhosa do Rio de Janeiro."

"Sem me prolongar, gostaria de dar as boas-vindas ao presidente da república, o excelentíssimo senhor Cristóvão Freitas Brasiliense."

A brecha da cortina vermelha elegante se abriu novamente e por ela entrou o Sr. Brasiliense. Caminhou acenando alegremente para todos os lados. Cumprimentou Estevão segurando a mão direita dele com as duas mãos.

— Boa noite ao povo brasileiro e a todos que nos assistem ao redor do mundo. Concedo meu agradecimento especial a Estevão. É com muita honra que autorizo o início da exibição desta noite. Com vocês, Lino dos Santos.

Os dois se dirigiram à lateral do palco por onde desceram e sentaram-se em lugares reservados na primeira fileira.

A grande cortina se abriu completamente e o palco ficou visível. Lino entrou pela lateral, ele usava um microfone de lapela. Caminhou para o centro. Atrás dele havia uma mesa futurista branca.

— Boa noite, senhoras e senhores. Eu me chamo Lino, esta noite apresentarei uma tecnologia, esperançoso de que ela seja útil em suas vidas, e que tenha potencial de modificar a forma com que interagimos com o ambiente ao nosso redor. Ela pode mudar a maneira com que nos locomovemos pelo planeta, a velocidade com que fazemos isso ou o tempo que levamos para enviar encomendas para outros lugares do país ou até mesmo para outros países.

Lino se posicionou atrás de um aquário em forma de cubo. Havia outro idêntico à sua esquerda.

Ele pegou de um suporte ao lado do aquário uma bola verde, de tamanho suficiente para que mesmo quem estivesse na última fileira do auditório pudesse enxergar.

COMANDO SUPERIOR: A Ascensão de Drak NazarOnde histórias criam vida. Descubra agora