COMANDO SUPERIOR: A Ascensão de Drak Nazar

Capítulo três - I - Diego

Naquele dia, ele chegou ao complexo da Agência Espacial Brasileira no Rio de Janeiro, mesma cidade em que morava. Estava responsável por aplicar uma palestra sobre os microrganismos que eram parte do funcionamento da cúpula. Haviam cinquenta estagiários no auditório.

O organizador da palestra era responsável pelos termos de sigilo, que deviam ser assinados por todos os presentes. Ele recolheu todos os documentos em uma pasta e passou a palavra a Diego, ele explicou que os microrganismos eram reproduzidos no hangar ao lado do prédio de bioengenharia.

— Raciocinem comigo: temos dois anéis sólidos de metal em volta da Terra, que se conectam nos polos norte e sul do planeta. Com isso, são delimitadas quatro partes da circunferência. Cada uma dessas partes é uma película de microrganismos que capta energia solar e a armazena e distribui de forma programada conforme os softwares. A energia armazenada é direcionada aos anéis, e é nesse momento que utilizamos a propriedade dos microrganismos de se converterem em luz para criar os jatos e enviar pelos disparadores, distribuídos ao redor da estrutura dos anéis.

Um estagiário levantou a mão, mostrando ter algo a perguntar.

— Sim? — Diego cedeu a palavra.

— Não é perigoso caso um dos operadores da sala de controle cometa um erro e acabe fazendo o jato errar as estações receptoras?

— Isso não é possível de acontecer, os disparadores não são operados manualmente para o envio de energia às estações na Terra. Isso é necessário, pois como a cúpula e os anéis estão rotacionando com a Terra, mas em uma velocidade diferente da qual o planeta gira, o envio dos jatos é interrompido e restabelecido cada vez que a seção do anel avança mais rápido que a terra e alcança uma nova região do planeta. Além disso, toda a elaboração do sistema assegura exaustivas regras de direcionamento que mantém o foco de cada um dos disparadores diretamente nas estações receptoras.

"Os disparadores são alocados em seções cilíndricas que podem girar em torno do anel e voltarem-se para o exterior. Quando eles estão nessa posição, e apenas nesse caso."

"É autorizado o controlador focalizar cometas que estejam em rota de colisão com a Terra e desintegrá-los antes que eles cheguem até nós."

Diego encerrou sua resposta e fez uma expressão enquanto balançava a cabeça perguntando se a resposta foi satisfatória.

— Obrigado pela explicação. — o estagiário respondeu.

— Senhor Diego? — Uma moça sentada algumas cadeiras atrás levantou a mão.

Diego apontou para ela, indicando que falasse.

— Os microrganismos só se convertem em luz quando vão trocar de lugar com outro conjunto de microrganismos, certo?

— Você está certa. — respondeu.

— Como eles vêm para as estações receptoras? Quero dizer, para onde eles pensam que estão indo após serem convertidos em luz?

— Ótima pergunta. Nas estações receptoras os terminais são uma enorme piscina contendo microrganismos. Os que estão armazenados no interior dos anéis levam uma descarga elétrica e dessa forma são forçados a quererem escapar trocando de lugar com os microrganismos na piscina da estação para onde o disparador está programado para enviá-los.

Em seguida eles caminharam até o andar superior onde atravessaram a passarela para o hangar dos microrganismos. Diego fez a experiência em que ele aplica um choque e os microrganismos se transferem para outro tanque com uma quantidade pequena de seus semelhantes.