Sequestro consentido

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Depois que Killian me deixou em casa, eu subi para o meu quarto após comer qualquer coisa, quando estava dando cinco da tarde.

Mais tarde naquela noite, esperei mais alguma mensagem de Damon, mandei perguntando se estava tudo bem, mas nem sinal ele tinha.

Jantei com Emma e Jeremy vendo que os ânimos estavam mais calmos hoje.

Logo após jantar, subi para o meu quarto entrando no banheiro para tomar meu banho.

Sentindo a falta do Damon corroer em meu interior. Geralmente era esse horário que ele chegava para ficar comigo o resto da noite.

Depois que terminei o banho, vesti a minha roupa dentro do banheiro, pois já imaginava que Killian estaria do lado de fora, em meu quarto.

Mas ao me vesti pude ver o meu reflexo no espelho, aquilo que já venho evitando a algum tempo.

Meu rosto estava com algumas gotas de agua, meu cabelo preso em coque e um pouco úmido. Mas principalmente eu via ali, o rosto da minha mãe. Seus olhos, sua boca, apenas o meu nariz era diferente do dela.

Por isso eu estava evitando olhar no espelho nos últimos meses, não podia suportar a ideia de lembrar do rosto da minha mãe. Lembrar o quão parecido comigo ela era.

O soluço ficou preso em minha garganta, dói a forma como eu não parava de lembrar do seu esqueleto no chão. Exatamente na posição como ela morreu.

Nem mesmo digna de enterro, passando os últimos segundos de sua vida se lembrando de mim. E principalmente precisando de mim.

E quem sabe, com a esperança de eu arrumar ajuda.

Pisquei várias vezes afastando as lagrimas que estavam prestes a transbordar em meus olhos.

Algumas lagrimas escaparam dali, e eu rapidamente as limpei com a ponta da toalha.

Respirei fundo tentando afastar a dor física em meu peito, me lembrando que Killian já deve ter ouvido eu segurar o choro. E me lembrando que Damon estava longe, ele não podia ficar preocupado comigo agora.

Mas eu conseguia sentir a confusão vindo dele, seja lá o que está acontecendo agora. Damon parecia confuso e ansioso.

Sai do banheiro vendo uma sombra de alguém na sacada.

- Vai ficar de babá de novo? – Eu perguntei com um sorriso zombeteiro, mesmo que ainda sentisse a agonia em meu coração. Mas logo o sorriso se foi quando vi que não era Killian quem estava na sacada.

Era Neriun.

Ela se virou para mim com aquele rosto que parecia não dar um sorriso a décadas, coisa que eu não duvidava nem um pouco.

- É, eu sou a babá da noite. – Ela resmungou olhando em volta, reparando no meu quarto.

Eu assenti um pouco (muito) chocada com isso.

Bem, pelo menos não é vaclav.

Fui em direção cama pensando que quanto mais rápido eu dormir, menos eu tenho que lidar com Neriun.

Quando me deitei na cama, não conseguia nem mesmo fechar os olhos, eu sentia Neriun me observar da sacada o tempo todo.

Olhei para ela tendo a certeza de que ela me encarava. Não com raiva ou coisa do tipo, ela só estava encostada no batente da porta da sacada enquanto me observava.

Eu sei que não iria dormir tão cedo assim, então não iria custar nada perguntar as coisas que eu mais tinha dúvida em relação a ela.

- Por que não é Killian quem está aqui? – Eu perguntei com curiosidade.

Falando no Diabo - Elo do submundo (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora