"Onde está a sua coroa?"

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Depois que eu e Zyndor finalizamos a discussão sobre o assunto da coroa.

Decidi que iria subir para conhecer melhor meus aposentos reais, mas a verdade crua era que eu precisava ficar sozinha.

Reorganizar meus pensamentos.

Quando subi, não havia quase ninguém ali.

Alguns Demerys, mas nenhum dele trocou palavras comigo. Apenas se curvaram rapidamente enquanto voltavam para os seus afazeres.

Enquanto isso, eu fingia estar familiarizada com tudo isso.

Me chamarem de majestade, curvarem diante mim e me respeitarem acima de tudo.

Como agora, ninguém falava comigo me olhando nos olhos.

Era estranho demais.

Meu quarto era muito grande, de modo bem exagerado.

Eu banheiro então nem se fala.

Não queria ficar ali. Ao mesmo tempo que era grande, era pequeno, pois era cheio de moveis e objetos luxuosos.

As cores se resumiam entre preto e vermelho. Além do ouro, é claro.

- Olha só quem está de volta. - Uma voz masculina, porém frágil e suave disse me fazendo tomar um pequeno susto. - Achei que nunca mais veria você.

Quando me virei para trás, a primeira coisa que passou pela a minha cabeça foi. Por que diabos tem alguém no meu quarto, mas pela forma como ele conversou comigo, ele provavelmente me conhecia.

E ele não tinha culpa de eu não me lembrar dele.

Quando meus olhos focaram na pessoa em questão. Pude observar alguém que eu acho, que é um gronco, porém, este era menor, do meu tamanho.

Ou seja, bem menor.

Os groncos pareciam todos altos e grandes.

Este era pequeno e magro, seu rosto não era raivoso, muito pelo contrário. Ele era inocente demais.

Me levando a crer que ele não era um gronco, talvez uma espécie muito parecida.

Ele tinha orelha pontudas como eles, sua pele era cinza meio marrom como eles também. E não havia se quer um fio de cabelo nele.

- Oi... - eu disse sem saber o que dizer de fato como deveria falar, ou até mesmo como chama-lo.

Ele abriu um sorriso mostrando seus pequenos dentes, deixando seu rosto ainda mais meigo do que já era.

Seu olhar mostrava algo como empatia. - Não se preocupe, eu sei que não se lembra de mim, e nem de nada daqui.

Eu soltei um suspiro de alivio. Por um segundo, pensei que ele não sabia disso, e estava esperando que eu agisse como seja lá como eu era com ele.

- Meu nome é kilton. - Ele disse estendendo a mão para mim. Até sua mão parecia inofensiva. - É assim que os humanos fazem não é?

Ele me olhou com vergonha e de modo hesitante, provavelmente porque ao invés de pegar a sua mão, eu fiquei analisando-a.

- Ah, não. - Eu disse apressadamente apertando a sua mão em forma de comprimento. - É assim mesmo.

Eu disse, e logo sua preocupação em saber se estava mesmo fazendo certo, se foi.

- Então... - eu comecei dizendo para iniciar algo como uma conversa. - kilton, o que exatamente é você?

Eu soltei a pergunta que estava entalada em minha garganta.

Falando no Diabo - Elo do submundo (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora