Elefante falante?

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Se tivesse que descrever a aparência de Animy em uma palavra seria facilmente a palavra exótica.

Sua beleza era diferente, mas de modo exótico e selvagem.

Flora tinha sua beleza suave, Syra tinha sua beleza mansa, mas Animy era selvagem.

Seus olhos brilhavam de um jeito áspero, como uma águia observando tudo ao redor.

- Este é meu nome. – Ela disse sobre eu chama-la quando notei ser ela.

Na verdade, a minha essência notou ser ela.

O rosnado era ouvido ao invés de palavras, assim como Syra tinha sons de golfinho, e assim como Flora tinha som de sininho. Mas apenas eu conseguia entender.

A forma como ela tinha dito, poderia ser uma brincadeira facilmente, mas seus olhos não brincavam. Eles estudavam, cada partícula minha. Cada pisca, cada respirar.

Animy era uma fera desconfiada, e eu era o ser desconhecido vagando sobre seu território.

- Eu vim por você. – Eu disse voltando ao meu eixo novamente.

Animy sequer piscou.

Ela não tinha raiva como Flora, e nem tristeza que Syra tinha antes de ver que me tinha de volta.

Animy tinha o vazio.

Era ainda pior do que Flora, parecia que eu ano era nada para ela.

Apenas um ser qualquer que ela deveria se mante atenta.

- Nem imagino por que fiquei por último. – Ela disse com seus olhos focados nos meus, atenta a qualquer coisa que eu mostraria com as suas palavras.

As quais devo confessar que não havia entendido muito bem.

Então eu apenas disse dando ombros. – Alguém tinha que ficar.

Nos seus olhos vazios, um lampejo de algo brilhou rapidamente em seus olhos.

Quase como aprovação.

Então era assim que teria Animy, com a sinceridade e transparência crua.

Assim seria então.

- O que quer? – Ela perguntou mostrando um pouco que sentimento em suas palavras, mas não era algo bom como antes. Era desgosto. Ela estava contando os segundos para que eu fosse embora.

Olhei para trás em busca de ajuda moral, mas Sombras já havia sumido.

Provavelmente se foi assim que notou Animy chegar.

- Quero conversar. – Eu disse erguendo a minha cabeça. Mas não alta demais, apenas o suficiente para que ela soubesse que não tinha medo.

Animy tinha instinto selvagem, se eu mostrasse medo ou insegurança, ela não confiaria em mim.

Ela me olhou por alguns segundos, me estudando de modo que parecia ver a minha maldita alma.

Mas então, seus ombros relaxaram quase imperceptivelmente.

- Venha. – Ela disse se virando.

Assim que se virou, pude ver que ela tinha uma calda, uma calda de leão.

Sua pele era revertida de pelos suave e curtos, e seu rabo era assim.

Ela começou a andar, e logo eu estava atrás dele obediente.

Andamos em silencio por algum tempo, de repente eu não estava mais andando sobre a terra úmida, e sim sobre uma rocha acinzentada.

Olhei para frente vendo então vários animais.

Falando no Diabo - Elo do submundo (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora