"Preciso ver minha mãe"

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Antes de começarmos o capítulo de hoje, percebi e recebi algumas mensagens de que a galera estava confusa sobre a questão dos "níveis". Então, em um capítulo do livro, onde Eloise questiona Zyndor sobre seu reino, ele explica que o Submundo foi dividido em níveis, mas ele só menciona dois níveis:

Primeiro nível: Camponeses que moram além da floresta onde a Trindade habita. Eles são mais ricos em alimentos, pois praticamente vivem em um campo onde há frutas, animais e água em abundância. Durante os anos de tormenta em que Eloise estava fora, eles estavam comendo pouco, mas ainda estavam "melhores" que o povo do segundo nível.

Segundo nível: A galera que vive depois da floresta, onde está o reino de Eloise, o povo que Eloise conheceu. Lá, eles precisam ir até a floresta para caçar e buscar alimentos.

Terceiro nível: Povo que vive em condições piores do que todos os acima, e que precisa da ajuda do segundo nível e da rainha para ter o que comer. (Irão saber mais sobre ele ao decorrer do capítulo).

Esses níveis foram divididos por Lúcifer, que planejava que Eloise fosse como ele. Os níveis são divididos conforme as pessoas se comportaram na Terra. Se a pessoa era boa, mas não o suficiente para ir para o céu, ela ficava no primeiro nível. Se era uma pessoa de meio termo, ficava no segundo nível. Se era uma pessoa ruim, mas não ao ponto de ir para o inferno, ela ficava no terceiro nível.

Eloise era proibida pelo próprio pai de misturar os níveis, apesar de ela fazer o possível para que todos vivessem como iguais.

Boa leitura mis amores!

O caminho para o terceiro nível parecia interminável. Cada passo que eu dava era acompanhado por um crescente sentimento de apreensão. Os groncos e Zyndor que me acompanhavam mantinham uma distância respeitosa, conscientes da gravidade da situação. O ar ao nosso redor parecia mais denso, como se a própria atmosfera estivesse ciente da injustiça que pairava sobre aquele lugar. Mas eu não via nada, não havia entrada, pessoas ou sequer barulho delas. Apenas mais árvores por todos os lados.

Kilton insistiu para que viesse comigo, e ele andava logo atrás de mim em silêncio total. O peso de sua presença era reconfortante, mas eu sabia que essa era uma batalha que precisava enfrentar sozinha.

De repente, todos pararam.

- Por que paramos? - perguntei, olhando ao redor, confusa.

- É aqui. - Kilton disse, olhando para frente. Mas quando olhei na mesma direção, não havia nada a não ser árvores.

- Apari ratari. - Zyndor disse, olhando fixamente para a frente. O chão começou a tremer de repente, me fazendo olhar para o solo, assustada. E de repente, diante de mim, o chão se abriu e uma muralha começou a emergir, elevando-se até uma altura onde eu não conseguia ver o fim. - Você não queria que Lúcifer visse como o povo do terceiro nível vivia bem, então escondeu-os com magia do submundo.

Ele disse ainda olhando para frente, sem conseguir me encarar nos olhos.

Olhei de volta para a muralha. As portas eram enormes, feitas de um metal negro que parecia absorver toda a luz ao seu redor.

Respirei fundo e pedi para os groncos abrirem o portão.

Quando se abriram com um rangido alto, uma visão desoladora se revelou diante de mim. As casas estavam em ruínas, a paisagem era árida e quase sem vida. As poucas pessoas que se moviam pareciam sombras de seres humanos, magras e esqueléticas, com olhos que brilhavam de ódio e ressentimento.

Um calafrio percorreu minha espinha. Respirei fundo, tentando manter a compostura enquanto entrava naquele lugar de sofrimento.

Não havia música, sons de pássaros, conversas e muito menos risadas. As pessoas andavam pelos cantos, como se tentassem evitar qualquer contato.

Falando no Diabo - Elo do submundo (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora