Sabe-tudo

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- Você está tão linda desse jeito, meu doce. – Minha mãe dizia enquanto cortava verduras para o jantar.

Passei o dia conhecendo o primeiro nível, era encantador, todas as pessoas estavam felizes em me ver. Isso me acalmou em relação ao terceiro nível.

Por mais que eu ainda esteja sofrendo pensando neles, sinto que as coisas podem estar melhores quando eu voltar.

Kilton tinha preocupação com o terceiro nível, graças à sua mãe que morava lá.

Então, sei que ele vai fazer de tudo para ajeitar melhor as coisas.

Não vou ficar muito tempo aqui, preciso voltar e encarar as coisas, mas, neste momento, é impossível.

- Mas eu sinto falta da sua aparência antiga. – Ela disse, olhando para mim com aquele mesmo sorriso encantador.

- É só a senhora olhar para o espelho, mãe. – Eu disse, rindo levemente, enquanto colocava mais lenha na lareira.

Ela riu levemente com isso.

- Ei, e o Damon? – Ela perguntou curiosa. – Disse que antes de dormir ele chegaria.

E realmente eu disse. Pois achei que ele viria, mas não sinto nada pelo elo. Acho que ele está decepcionado comigo, com razão.

Não consegui encarar de frente o meu próprio povo.

Ele deve nem mesmo conseguir olhar para mim.

- Ele deve estar tão ocupado. – Murmurei, sentindo um apertar forte no peito. Não queria nem pensar no que ele estava pensando de mim agora. Doía muito. Minha mãe, como se soubesse disso, largou a comida para me abraçar. – Está tudo bem.

Eu murmurei, sentindo seu abraço aconchegante.

Como eu vivia sem isso?

- Eu sempre estava e estou aqui por você. – Ela disse, afastando-se de mim para me olhar nos olhos. – Você é a pessoa mais incrível que existe.

Eu sorri, sentindo meus olhos marejarem.

Depois que jantamos, não conversamos muito. Ela estava tão cansada que só queria dormir.

Eu, por outro lado, não consegui piscar os olhos. Eu só consegui chorar, provavelmente chorei a noite inteira.

Sequer vi o tempo passar.

Na manhã seguinte, estávamos plantando algumas coisas enquanto algumas crianças brincavam na rua.

Todas estavam cheias de lama, sujas e muito felizes.

-Eles não param, né. – Eu disse, enquanto observava os meninos correndo e rindo de um lado para o outro.

- São todos impossíveis. – Escutei uma voz feminina desconhecida se aproximar de mim e minha mãe.

- Edina. – Minha mãe se levantou da horta para recepcioná-la.

O quintal das casas era todos apertados, o que os separava eram as cercas de madeira. Edina estava do lado de fora da cerca, encostada na mesma.

Fui até lá para cumprimentá-la também.

- Olá, são seus filhos? – Eu perguntei, sorrindo para ela.

Edina era uma mulher muito bonita, cabelos negros cacheados e pele negra também.

- Esses pestinhas são. – Ela disse, observando carinhosamente seus quatro filhos.

Uma pequena curiosidade se formou, e não consegui deixar de perguntar.

- O que faz crianças virem para o submundo? – Eu perguntei curiosa, sei que entre humanos é impossível a procriação aqui.

Falando no Diabo - Elo do submundo (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora