Flora

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Depois de muito rirem da minha cara, os meninos decidiram que iriam voltar para o inferno.

Damon ficou comigo, alegando que não havia nada para fazer lá no momento.

E eu não podia estar mais feliz por isso.

Mais tarde, foi nos servido o almoço, fomos para a sala de jantar, e havia muito ouro por toda a mesa, talheres, pratos e taças. Todos repletos de ouro.

Perguntei a Zyndor porque de não dar esse ouro ao povo, e ele me disse que no submundo o ouro não tem valor. Você vive e ganha de acordo do modo como viveu na terra. Isso se o submundo estiver bem, o que não é o caso no momento.

- Não entendo muito bem. – Eu murmurei sentada sobre a grande e extensa mesa. Esperando me servirem a comida. Senti um aperto no peito ao meu lembrar que quem costumava me servir a comida era Jeremy. E Damon estava do meu lado. – A comida aparece em suas mesas de acordo como o modo que viverem? Como mágica?

Eu perguntei já me sentindo uma tola por deixar sair a palavra "magica" da minha boca.

- Não é bem assim. – Zyndor disse. Parecia meio sem jeito. – Existem níveis no submundo. Como os camponeses.

Os serviçais começaram a servir a mesa.

- Como assim? – Perguntei com a atenção focada nele.

- Bem, os camponeses vivem depois da floresta, mas vivem melhor. A terra deles é mais fértil, é como se as poucas emoções boas da trindade fossem para lá. É claro que agora devem estar comendo menos e com comidas e menor qualidade. – Ele disse. – Mas ainda assim, vivem melhores do que o povo daqui.

Pisquei meus olhos confusa com a questão óbvia. Provavelmente era lá que a minha mãe estava.

- Por que não vamos para lá até tudo voltar ao normal? – Eu perguntei encarando a comida posta em minha frente, era parecida com a da terra, mas havia menos cor. O cheiro não vinha até mim, e a cara não era tão bonita.

- Quando Lúcifer te deu este plano, ele idealizava que você seria como ele. – Zyndor disse cuidadosamente. – Ele fez esses níveis, para aqueles que foram mais bons, aqueles que foram nível médio, e aqueles que por um triz não foram para o inferno.

Eu assenti mexendo na comida com o garfo, sentindo logo Damon me cutucar com o pé. Quando olhei para ele, ele sinalizou alguma coisa, mas estava muito focada na conversa para entender.

- Ele achou que esse seria um lugar de sofrimento, imaginou que você faria o nível mais baixo sofrer quase como no inferno, mas você não é bem como ele. – Zyndor disse. – Se você pudesse os tratava todos como iguais, mas Lúcifer não permitiu que mudasse os níveis. Quem é do nível alto, não pode ir para o nível médio, e assim vai.

Coloquei a primeira garfada sobre a minha boca, e me virei para perguntar detalhes sobre cada nível, mas ao sentir o gosto amargo na boca. Eu tive que ser muito forte para não cuspir tudo fora.

Eu dei duas mastigada, e engoli a força a comida, aquela desceu como chumbo na minha garganta.

- Sinto muito majestade. – Ouvi um dos servos que imagino ser o cozinheiro falar. – Tentei usar temperos para melhorar o sabor, mas está ficando cada vez pior.

Eu assenti precisando me recompor para falar.

Peguei a taça para beber a agua, mas antes que eu fizesse isso, Damon segurou a taça. Olhei para ele confusa.

É claro, a agua também estaria com gosto ruim.

- Tudo bem, não é culpa de ninguém. – Eu disse sorrindo gentil para o cozinheiro que me olhava preocupado. – Vou tentar resolver isso o mais rápido possível.

Falando no Diabo - Elo do submundo (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora