A preocupação de Douma era nítida, ele não queria ter machucado a amada.
- Eu... ah... eeh... - Nenhuma palavra saía da boca do mais velho, ele não conseguia pedir desculpas pois nunca precisou.
S/n com raiva fechou seu punho e bateu no antebraço de Douma, o mesmo se surpreendeu e massageou o local, não sendo o suficiente, pareceu ser tão fraquinha, ela socou novamente o antebraço. O mais velho segurou a mão fechada de Kochō quando ela daria uma terceira vez.
- Me solta! - Ela puxou suas mãos, mas não deu porque Douma segurou forte.
Um minuto de silêncio... Os olhares deles se encontraram, foi instantâneo, parecia ter cheiro de droga no ar, mas era apenas feromônios. Uma tensão, foi quando S/n deixou um sorriso escapar de seus lábios, ah, a paixão... ela cega a gente que é uma beleza. Focando aqui, Douma olhou os lábios da Kochō se mexerem, ele puxou suas mãos para perto de si, a cabeça dela ficou bem próxima do peitoral dele, tanto que sentiu os batimentos cardíacos, ela nunca teve tanto contato assim com um cara, estava puramente nervosa e paralisada.
Ninguém estava olhando, mas nosso pequeno Baji (escorpião venenoso), conseguiu escapar da caixa pelo descuidado de Kanae e nesse exato momento ele estava balançando seu rabo peçonhento pertinho do casal apaixonado, hora do rango, nhaminhami.
Repentinamente, Douma soltou as mãos dela, deslizou até a cintura dela, pegou-a firme e jogou ela contra si, agora ambos estavam deitados no sofá, S/n por cima do branquelo. Vocês tinham que ver a cara do pequeno escorpião ao perceber que na hora que ia macetar o pé de alguém, o pé voou pra cima e sumiu da sua visão. Como um demônio infiltrado, ele começou a andar pela casa, qual seria sua próxima vítima? A pipoca mofada que tinha debaixo do sofá era uma opção, mas esse rapaz estava com sangue nos olhos.
FOCO S/N KOCHŌ, FOCOOOO, tu é nova demais menina. A garota sabia que aquela situação não era conveniente, afinal, parecia que Douma estava escondendo algo bem sério no celular. A mesma abriu sua boca e mordeu com força o ombro dele, o branquelo tomou um baita espanto, segurou ela pelos ombros e jogou a mesma do seu lado sentindo uma lesão no ombro.
- Tá louca, porra? - Ele disse tocando na marca da mordida que estava por debaixo da sua camisa.
- Vo... vo... você... - Ela começou a corar com pensamento incertos. - Não tem vergonha? Tá brincando com a minha cara? Eu não sou qualquer uma, não, tá? Minha mãe me ensinou muito bem o que fazer nessa situação, seu... seu... estranho... - a mesma com o rosto queimando de vergonha se levantou do sofá, ela iria até a porta pedir pra que ele fosse embora... mas... um cordeiro jamais deveria aceitar um lobo em casa, não é? Agora era tarde demais... AAAH, UM BICHO... - S/n falou pulando no sofá, era uma barata gigante, aos olhos de Baji, era suculenta. - ELA VOOOOOOOOAAAAA!! - S/n pulou no colo do mais velho com medo...
Douma empurrou ela e arrancou um revólver da cintura.
- Vamos ver o que é mais potente, a dona barata ou meu revólver calibre 15? - Douma disse com um sorriso estranho chacoalhando o seu brinquedinho letal.
S/n puxou a arma da mão dele.
- Oh, idiota, você tá mirando na TV, vai ferrar minha casa com esse "calibre 15". - A Kochō tentou imitá-lo. A mesma parecia se acostumar com as armas, tinha uma até.
- Você tá me chamando de idiota? - O mais velho ergueu umas da sobrancelhas vendo S/n mirar a arma dele. - Ah, mas você não teria coragem?
- A BARATA TÁ NA SUA CAMISA. - S/n apertou no gatilho, Douma fez uma puta cara de assustado, se balançou derrubando a barata.- Oh, antaaa! Ainda bem que essa merda tava descarregada. Me dê isso, que criança, meu deus. Olha o que eu arrumei, ia me matar, era porra? Parece que não gosta de gente boa!? - Douma questionou olhando pra S/n que soltou a arma, ela parecia tá focada em um evento ultra mega raro.
- Baji vs dona Cleides. - Foi as palavras que escaparam da boca da mais nova.
Era o cenário mais ridículo que poderia existir, o escorpião balançava o rabo que nem um chicote, enquanto a barata o atacava no ar.
Tudo o que Baji precisava, era comer aquela barata gorda pra saciar sua fome.
Alguns minutos se passaram, a barata tentava morder a armadura resistente do escorpião, porém violentamente, Baji meteu o ferrão bem no meio do bicho asqueroso, abriu um bocão enorme e meteu pra dentro, ele devorou cada pedacinho aos poucos.- Boa, Baji! - S/n pulou no chão e ofereceu o braço pra o bicho.
- S/n, sua anta. Ele vai te morder. - Douma disse olhando de média distância.
- Ele só morde quando tá com fome, ou quando se sente ameaçado. Foi o que mãe me disse esses dias. - Ela disse sorrindo para o bicho peçonhento. - Eu poderia te reconhecer de qualquer lugar, afinal veio de outro país para a gent... - O sorriso de S/n murchou. - Como você escapou da caixa, docinho?. - O escorpião já estava na palma de S/n.
A mesma caminhou até o habitat do animal, pôs ele dentro e fechou a tampa. Mas ficou muito confusa.
- Você é muito burra. - Douma sussurrou baixo e S/n olhou pra trás e ergueu o rosto para vê-lo.
- O que você disse? - Ela disse com um bico emburrado.
- Que você é muito burra. - Ao profetizar aquelas palavras a mais nova pegou no braço dele e o levou até a saída da casa.
- Vai embora, agora! - Ela disse fazendo o que queria fazer a muito tempo atrás.
- Daqui eu, Douma Aice, não saio. - Ele disse se sentando de frente a porta impedindo que ela abrisse. - Daqui eu não saio e daqui ninguém me tira.
Em um lugar não tão distante de lá, estava Kanae no hospital, enquanto Sanemi encarava o corpo inconsciente da mulher.
- Vamos acorde logo, antes que o chefe perca a paciência. - Ele disse sentado em uma cadeira próxima da maca segurando a mão da moça. - A sua filha está te esperando. - Ele disse nervoso.
A porta do local se abriu e Tokito Muichiro deixou o pirulito cair no chão olhando o Sanemi pondo as mãos da mulher na testa dele enquanto suplicava baixinho para que acordasse.
- O que tu tá fazendo, zé? - Tokito disse se agachando e olhando o pirulito no carpete, ele tinha ido no banheiro por um segundo e quando volta é nessa situação. Ele olhou para Sanemi e depois pra seu pirulito caído no carpete cheio de pêlo.
Então as imagens congelaram ficando preto e branco, instantaneamente tocou a música de fim da novela Avenida Brasil no fundo.
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Como (não) conquistar um traficante Imagine Douma
FanfictionUma cidade, duas pessoas diferentes, um traficante e uma estudante do ensino médio. Um homem vaidoso e galante. Uma garota humilde e gentil. Um assassino nato que esconde sua verdadeira essência para ficar ao lado de uma certa garotinha. Uma garo...