Primeiro emprego e...Problemas!
— Sai de perto de mim! — Berrou o loiro
caído no chão.A cena que Hueningkai presenciava era comparada a de um filme de terror. Via na sua frente um monstro, sedento por sangue... O seu sangue!
Ela se aproxima devagar, carregando em suas mãos sua “arma” uma vassoura, enquanto com a outra estendia na direção do pescoço do rapaz. Os olhos enfurecidos pareciam arder de ódio. Proferiu, deixando-se abrir em seu rosto o seu sorriso mais assustador:
— Eu vou mostrar pra você o que acontece com tarados que ficam nus em público.
Porém, antes que ela concretizasse seu ato, a porta é esmurrada com brutalidade. Um grupo de jovens, também funcionários, aparecem com expressões desesperadas. Estavam na sala dos funcionários ao lado quando escutaram os berros e foram correndo ver o que estava acontecendo. Os olhos arregalados intercalaram entre o rapaz e a garota, sucessivamente. Alguns acabaram por rir da cena, outros correram preocupados na direção da jovem, tentando impedi-la de atacar o loiro.
Enquanto três rapazes seguravam a garota enfurecida, outra foi até o rapaz para ajudá-lo a se levantar. Agora de pé, Hueningkai se colocava atrás da mulher, como se a mesma fosse seu escudo.
— O que está acontecendo aqui? — Perguntou um dos rapazes que segurava a garota.
— Ela quer me matar, não percebeu?! —
Hueningkai berrou, ainda encolhido atrás da mulher.— Esse cretino ficou pelado na minha frente! — Ela explicou enquanto se debatia.
— Eu estava me trocando! Você que não bateu na porta.
— Onde já se viu se trocar aqui?! — Ela rebateu, fazendo o loiro se calar constrangido e desencadeando mais uma porção de risos ao seu redor. Se desvencilhou dos rapazes com brutalidade, jogando o objeto no chão e se retirando impaciente. Não ficaria ali para servir de piada para eles. — Apenas tirem esse babaca da minha frente!
Hueningkai soltou um suspiro aliviado ao vê-la longe. Jogou-se no chão, normalizando os batimentos rápidos do seu coração. Os outros funcionários permaneceram na sala, ainda confusos após toda a situação. A curiosidade aumentou ao comprovarem quem era o rapaz: um integrante do txt.
Em meios aos murmúrios, um dos jovens, um rapaz de cabelos negros, se colocou à frente para dizer:
— Está bem pessoal, o circo já acabou. Está na hora de trabalhar!
Eles assentiram, indo em direção a porta para voltarem aos seus cargos. O mesmo rapaz se aproxima do loiro, estendendo a ele o braço para que pudesse se levantar. Ele aceitou a ajuda, erguendo-se com um pouco de dificuldade.
— É o novo estagiário, não? — Ele perguntou, notando os uniformes jogados em cima da mesa do gerente. — Prazer, meu nome é Hajoon.
—Ah, eu sou o Hueningkai. E sim, sou novo aqui. — Disse com um sorriso torto, ainda constrangido pelo acontecido.
— O que foi aquilo agora a pouco? — Ele perguntou com uma risada, fazendo o loiro corar ainda mais. — Achei que ela fosse te matar.
— Eu também achei... — Comentou sentindo seus membros ficarem tensos novamente. Ainda escutava ecoar na sua mente as ameaças da garota, uma delas sobre o local em que ela iria "enfiar" o cabo de vassoura. Engoliu seco. Sua virgindade quase fora violada por aquela lunática.
— Não se preocupe, a Vicky é um pouco violenta, mas no geral ela só ameaça mesmo.
— E-Espera aí... — Gaguejou, tomando uma feição novamente desesperada. — Não me diga que ela é a Vicky?!
– É, por quê? O chefe falou alguma coisa dela?
— Sim... disse que ela iria me mostrar como funcionam as coisas por aqui, algo assim.
Não podia ser verdade. Rezava para que as palavras rápidas de seu gerente tivessem sido mal interpretadas por ele.
O destino seria muito cruel em colocá-lo como aprendiz dela.Para seu desespero, o rapaz riu. Sentiu o corpo gelar novamente. Ele colocou a mão sobre seu ombro, como um consolo.
— Bem, boa sorte para você!
Após dizer isso, o moreno deu as costas para o garoto, ignorando seus olhares de súplica e o deixando novamente sozinho na sala.
Aquilo era um castigo mesmo, só podia ser isso; pensava o garoto.
Não imaginava que custaria tanto para
pedir a mão de sua amiga em namoro...[...]
Agora devidamente vestido, o mais novo funcionário observava atento a sua "professora", escondido atrás da porta da cozinha, enquanto ela arrumava com rapidez as mesas desocupadas da cafeteria.
Já deveria estar trabalhando, era irresponsabilidade de sua parte estar se escondendo, ele sabia disso. Mas o que faria? Seu corpo não conseguia chegar perto da garota sem que suas pernas começassem a tremer e sua testa a suar.
Após alguns minutos de auto encorajamento no banheiro, saiu a procura da garota para enfim perguntar sobre suas tarefas. Poderia pedir para os outros funcionários, mas pensava que estaria sendo inconveniente, afinal, aquela tarefa já havia sido colocada ao encargo de Vicky. Além disso, todos pareciam estar muito ocupados.
Respirou fundo, repetiu mentalmente quais eram seus motivos de estar ali e tomou a frente. A cada passo em direção a garota, mais o ar parecia escasso. Chegava uma hora que suas pernas já não conseguiam ter mais forças para continuar e sua mente gritava para que desse meia volta. A única coisa que o acalmava um pouco era o fato de que as vassouras estavam agora guardadas na sala dos funcionários, nos fundos. Mas o alívio passou ao ver nas mãos da garota um pedaço de pano.
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Mundos Opostos | Txtzy
Hayran KurguElas eram superheroínas, viviam suas vidas com a responsabilidade de ajudar as pessoas e lutar contra o mal. Eles, o contrário, eram vilões! Renascidos do inferno com o único propósito de trazer a desordem ao mundo. Diferentes, mas nem tanto... talv...