Capítulo 36

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Inocência no olhar

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Inocência no olhar


Agradar a fera chamada Vicky... isso havia se tornado a tarefa mais difícil que já havia aceitado na vida. De fato, combater monstros e ficar cara a cara com um demônio era mais simples do que agradar aquela menina; pelo menos era isso que Hueningkai pensava no momento.

Havia se passado uma semana. Uma semana de planos falhos para tentar agradá-la. Uma semana de xingamentos e sermões. Uma semana... porém, permanecia fiel à sua promessa de comprar um presente para Yuna. Além disso, não era apenas a loira que o dava forças para continuar, com o tempo, tornar-se amigo da "rabugenta” havia se tornado um desafio. Algo que, como homem, queria alcançar.

Afinal, não era possível que o loiro mais amigável e o rapaz mais popular do colégio não conseguisse ter uma simples conversa com uma garota, não?!

Hueningkai estava agora fazendo o que já estava decorado por ele: limpar o chão.

E se esforçava para deixá-lo o mais impecável possível; o que fosse para que ela gostasse.

Quando a viu adentrar a cozinha com as caixas de mantimentos que sempre chegavam toda manhã, ele parou seu serviço, abrindo o maior sorriso que podia e acenando para a funcionária.

— Oi, Vicky!

Ela murmurou um "oi”, mostrando certa desconfiança. Ele estava a tratando de maneira estranha há tempos. Desgostava disso. Não que achasse que suas bajulações e elogios fossem um problema, mas era, no mínimo, bizarro que estivesse a tratando assim depois das brigas que tiveram no seu primeiro dia de trabalho. E se ele estivesse fazendo isso apenas por chacota? Não sabia. Mas havia algo naquele sorriso bobo que a intrigava.

Tenta, sem chance, fechar a porta enquanto segurava a caixa pesada com apenas uma mão. Bufou algumas vezes frustrada ao não conseguir.

Yuna percebe, correndo em sua direção desesperado - quase escorregando no chão molhado - para ajudá-la. Ali estava sua chance para se mostrar prestativo!

— V-Vicky. deixa que eu aiudo!

— O quê? — Perguntou, um pouco assustada com a sua aproximação brusca. — N-Não. Não precisa... eu consigo levar.

— Quê isso, eu insisto. — Disse tomando dela a caixa. Abriu um sorriso gentil no rosto. — Super força, lembra?!

Ela confirmou com um aceno, observando-o enquanto ele levava a caixa tranquilamente para o armazém. Para ele a caixa pesava tanto quanto uma folha de papel.

Vicky então se ocupou de limpar os pratos que se acomulavam na pia. Enquanto os limpava, é surpreendida com a chegada inesperada do loiro nas suas costas.

— Quer ajuda? — Ele gritou ao vê-la trabalhando.

O susto foi tanto que até mesmo deixou cair um prato de sua mão, felizmente, antes que se espatifasse no chão o loiro consegue apanhá-lo.

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