69 - Jackson

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Aos poucos nossa casa foi se esvaziando e o silêncio foi reinando

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Aos poucos nossa casa foi se esvaziando e o silêncio foi reinando. Analu subiu para se banhar e aproveitei para fazer seu chá, assim como venho fazendo todas as noites.

Subo os degraus silenciosamente e ao entrar no quarto vejo ela sentada balançando suavemente os pés que não alcançam o chão. Seu olhar estão recaídos sobre suas mãos inquietas enquanto morde nervosamente seus lábios, seus cabelos estão úmidos, e sua respiração esta pesada.

Desde a nossa pequena conversa no banheiro ela esta assim, inquieta. É como se ela estivesse se culpando por querer saber de algo de meu passado. Algo que ela não tem idéia do que ouve, mas ainda sim, sabe que seu pai é o culpado.

Se fosse algum tempo atrás, eu poderia ter lhe dito um não, ou simplesmente ter ignorado-a, ou até mesmo surtado por ela querer saber algo que ainda me corroí aqui dentro. Mas hoje, agora, depois de tudo que passamos, não me incomodo de compartilhar o que venho carregando comigo a tanto tempo.

Analu é uma parte de mim. A parte em que jamais achei que eu precisasse até ter. Eu quero ter tudo dela, cada partezinha do seu ser. Quero seu passado, seu presente e seu futuro, e nada mais justo do que ela ter isso de mim também.

Caminho até ela. O sorriso que me dá não alcança seus lindos olhos. Acaricio sua bochecha suavemente lhe oferecendo seu chá. Ela pega bebendo um pouco e logo em seguida coloca em cima do criado mudo. Seus olhos param em mim e antes de ter alguma chance de dizer algo, pois sei que ela tentará se desculpar por achar que esta me forçando a falar algo que não desejo. O que não é o caso. A impeço.

__ Vamos conversar. __ Digo suavemente, me aconchegando em nossa cama. Encosto-me na cabeceira e abro os braços para que se junte a mim, o que não demora a se fazer.

__ Não precisa fal..

__ Eu quero. __ a corto gentilmente. Ela anui se ajeitando aida mais em meus braços. Cheiro seus cabelos e sorrio de alívio mais uma vez por saber que não estou sonhando.

Ela realmente esta aqui.

A aperto em meus braços e respiro fundo. Por mais que eu queira lhe contar tudo o que deseja saber, falar sobre Afonso ainda é dolorosamente perturbador.

__ Alguns anos atrás um policial aposentado me procurou. __ começo baixo.__ Afonso. Esse era seu nome. Ele passou dias tentando me convencer a ajudá-lo em algo que ainda não tinha se quer me explicado. Recusei tantas vezes que mal me lembro de quantos não eu lhe disse. __ Suspiro. __ Contundo, ainda ele permanecia lá, em frente a empresa, dia a pós dia. Manhã, tarde, e até mesmo algumas noites, me esperando. Sua persistência era admirável, e por conta disso resolvi dar uma chance de escutá-lo.

Analu se remexe deitando um pouco desengoçada sobre meu peito somente para me olhar. Acaricio seu rosto,  voltando as lembranças que me vem no momento.

__Afonso me contou que seu único filho foi preso por alguma armação, e desconfiava de alguém do departamento de polícia em que seu filho trabalhava. Mas Afonso não queria a minha ajuda para libertar seu filho... O mesmo tinha sido morto após duas semanas na prisão.

Sinto as mãos de Analu repousa sobre meu peito como um conforto.

__ Will tinha apenas 36 anos. Deixou uma esposa e três filhos. O terceiro filho ele nem chegou a conhecer.__ Os olhos de Analu lacrimejam. Continuo a acariciar sua pele carinhosamente. __Passei quase quatro anos juntando, acumulando provas, junto com Afonso.

Foram quatro anos fodidos, entre vigiar, espionar e até mesmo subornar e pagar milhões para obter o que precisávamos. Foram quatro anos ao lado de Afonso, onde queríamos justiça. Foram quatro anos de amizade. Uma amizade que cheguei, na época, a pensar que aquele homem, era o ser em que me tiraria da merda da minha solidão, pois com ele eu podia ser eu mesmo por completo. Não precisava me ressentir do que falar, do que pensar, e do que não sentir. Ele me via de um jeito em que eu mesmo nunca me vi. Afonso foi o mais perto de preenchimento que meu vazio sentiu. Afonso ocupou um lugar importante em minha vida. Ele se tornará parte da minha família.

__ Conseguimos provas o suficiente para prender e condenar quem armou para Will, e até mesmo alguns envolvidos. Com isso, com as provas,  descobrimos que se tratava de uma organização criminosa de puro poder e corrupção.

__ Meu pai.. __ ela murmura com pesar. Anuo.

A raiva e o ódio em que eu sinti, sinto, por Lerman, é algo em que carregarei pelo resto da minha vida. E me lembrar de tudo o que ele fez...

__ Estavamos decidios. Iriamos colocar cada fodido sem se importar com seu poder, cargo ou o caralho que fosse, atrás das grades. Queriamos justiça por Will. __ fito os olhos de minhas mulher, tentando controlar a maldita raiva que quer me consumir. __ Passei algumas noites em um hotel revisando provas, evidências como fotos e gravações que tínhamos. Estavamos prontos para conseguirmos o que tanto queríamos.

Respiro fundo.

__ Afonso e eu, combinamos de irmos juntos e entregarmos as provas a um juiz amigo meu. Fizemos tudo certinho, em sigilo e em segurança. Sabíamos que se fossemos pego tudo estaria acabado. Estávamos mexendo com gente perigosa.__ a mão dela não sessa por nenhum momento os seus carinhos assim com não ouso parar os meus. __Mesmo com todo o cuidado que tivemos... não foi o suficiente.

Continua...

Não me abandonaram, não é???!

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Não me abandonaram, não é???!

Minha Secretária - Livro 05 'Os Fisher's'Onde histórias criam vida. Descubra agora