Uma Verdadeira Fã - Rodrigo Nestor

Sexta - Nestor

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O despertador tocou para ela levantar para ir para a escola. Eu ainda não acredito no que aconteceu ontem, é inacreditável, como que aquele filho da puta fala aquelas coisas para a s/n, caralho a menina só percebeu que estava sendo enganada, precisava mesmo humilha-la daquele jeito? Não.
Antes de acordá-la enviei os prints da conversa para mim, apaguei para ela e da galeria dela, enviei-os para o Costa que estava querendo muito saber o que tinha rolado na conversa, está tão puto quanto eu. Nem dormi direito, fiquei de olho nela com medo que a garota acordasse e pegasse o whisky de novo.
Não queria mandá-la para a escola mas preciso resolver esse assunto e não quero que ela veja tudo isso, vai saber mais tarde mas não vai presenciar.

— Ei, s/a, amor, ei, vida - Chamei-a — Acorda para ir para a escola

— Eu não quero ir - Se virou — Não quero sair

— Amor é seu primeiro dia, no seu histórico está excesso de falta e já vai colocar mais uma. É o último ano princesa. Hoje é sexta dia de sair da dieta - Tentei animá-la

— Eu não vou - Se virou de bruços colocando a cabeça em cima dos braços cruzados

Alisei suas costas na tentativa de acalmá-la mas logo ela começou a chorar.

— Você tava certo esse tempo inteiro, eu fui muito burra - Fungou o nariz — Eu não queria ser assim, eu sou muito trouxa

— Não amor, você não é, não acredita nas palavras daquele muleque

— Ele era tão legal... gostava tanto dele como amiga... ai ele ficou desse jeito horrível - Começou a soluçar — Eu quero matar ele

Eu também quero... mas infelizmente não podemos.

— Ele me enganou esse tempo inteiro e eu só percebi agora. Eu sou tão fácil assim de ser enganada? - Virou a cabeça para mim e me olhou

Não, nunca caiu nas minha enganações, que ressaltando aqui eram de brincadeiras. Ela sempre foi muito esperta, os outros jogadores acham o mesmo, inclusive alguns até ficaram impressionados.

— Não, pode apostar que não. Pergunta para o elenco, você é bem esperta meu amor - Coloquei seu cabelo para trás — Você só não estava enxergando, agora eu só não sei se era porque não queria aceitar ou porque não estava mesmo vendo

— É porque ele sempre foi bom... ficou desse jeito depois que... - Eu cheguei — Você apareceu - Sabia

— Não foi uma boa idéia ter deixado você continuar a amizade, olha ai no que deu. E você ainda chorou quando eu quase proibi - Lembrei-a — Iria doer menos se tivesse parado antes

— Eu sou muito burra - Voltou a chorar exagerado — Eu vou quebrar ele - Ia levantar mas eu deitei-a de volta. Quem vai fazer isso é o Davi quando souber o que aconteceu, ela não.

— Não, você vai levantar, tomar um banho, se arrumar, comer, beber bastante água, remédios de ressaca e vai ir para a escola nova - Contrariei sorrindo — Eu te deixo lá hoje que é seu primeiro dia

— Eu tô muito abalada, não quero ir... também não quero trabalhar, eu não quero fazer nada - Passou a coberta por cima da cabeça

Já vi que vai ser difícil a missão de tirá-la de casa.

— Amor eu não tenho mais desculpas para falar para a sua patroa, ela espera por você hoje e a escola nova também - Puxei-a pelo pés igual fez comigo ontem

— Eu não quero ir - Se segurou na cama

É, eu não vou mesmo conseguir, tenho que treinar cedo hoje. Não queria deixá-la sozinha, a não ser que eu a leve para o treino, ela vai gostar de ver os meninos.