Sábado - Nestor

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Este capítulo contém uma imagem no final

Acordei com o barulho que seria o último que eu queria ouvir nesse hospital, o da máquina que vê os batimentos do coração dela apitando indicando que minha princesa está morrendo mais uma vez. Levantei as pressas para chamar um médico mas percebi que só estava com o barulho infernal porque ela tirou o aparelho do dedo para vomitar fora da cama, está em pé no chão. De qualquer forma sai e chamei uma enfermeira, deve ter algum problema com certeza.

É tão bom ver que ela acordou antes do previsto, era para acordar de tarde, são nove da manhã ainda e ela já está de pé, o que também é bom já que está com o pé engessado.

— Oi, tudo bem? - A enfermeira falou com ela, que só sinalizou que não — Ta sentindo alguma dor no corpo? - Confirmou — Consegue voltar para cama?

Eu sei que tem que ter paciência mas essa calmaria para resolver está me estressando.

— Não seria melhor ela ir ao banheiro? - Perguntei — Deixa que eu ajudo-a - Fui para o lado da s/a. Estava ansioso para poder tocar nela de novo com ela acordada

Contornamos a situação que ficou o chão e deixei ela no banheiro, queria entrar junto mas quem entrou junto foi a enfermeira, passou antes de mim.

— Com licença - Fechou a porta

Pronto, mais um dia que eu só tenho que ficar esperando para saber o que houve, vou enlouquecer se continuar assim.

Cocei os olhos e me espriguicei indo chamar uma senhora da limpeza para resolver aquilo ali, por mim eu mesmo limparia se estivesse com os produtos.
Falei com a primeira moça que achei, ela subiu e eu só fui lá fora dois minutos tomar um ar e subi depois.
Hoje está muito calor, tenho treino e amanhã tem clássico. Queria simplesmente poder faltar nos dois mas não é assim que funciona no São Paulo, se eu estiver sem nenhum arranhão vou para o jogo normalmente.

— Eai? - Voltei vendo que já está tudo limpo e meu docinho está na cama novamente com outra roupa de hospital — Tudo certo? - Fiquei ao seu lado

— Sim, ela só está com um pouco de dores no braço e no pé, o que é normal porque levou um tiro, e... na barriga. Vamos ver o que é através de uma ressonância magnética, e se encontrarmos algo fora do normal aviseramos para você - Explicou

— E ela ta bem? Não de físico assim, aquelas coisas, se sabe o nome, a idade, quem sou eu - As duas deram uma risadinha — Pela risada ela ta bem - Sorri de orelha a orelha

— Eu tô - Falou e mostrou um sorrisinho fraco

— Que bom meu amor que bom - Abracei-a no impulso. Tava querendo fazer isso desde ontem — E ta com fome? - Negou — Como não? Passou horas sem comer

— Deve ser pela dor... - A enfermeira opinou

— Aé, a dor - Fiquei sem jeito. Elas riram

— Eu já volto para buscá-la - Avisou e foi saindo

Fiquei admirando minha princesa sorrindo, eu não posso mesmo perder a minha garotinha, nem hoje nem nunca. Estou muito feliz que ela acordou, não muito bem, mas acordou.

— O que acha de todo mundo autógrafar esse gesso aqui? Hm? - Tentei dar uma animada. Ela sorriu — Uma ótima idéia né - Concordou — Te amo tanto... nunca chorei tanto na minha vida como ontem

— Também te amo. Não é nada legal morrer...

— É eu imagino que não. Mas quase voltou para sua família, os anjos do céu iam receber a integrante mais bonita do reino - Ela deu uma risadinha — É pô, foi quase. Me abandona assim não - Acariciei sua mão e me lembrei do acontecido de ontem — Tava me ouvindo ontem a noite?

Uma Verdadeira Fã - Rodrigo NestorOnde histórias criam vida. Descubra agora