Domingo - S/N - pt.2

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Este capítulo não contém imagens

Por um milagre eu acordei primeiro que o Rodrigo, ainda estou por cima dele, sinal de que nenhum de nós nos mechemos durante a manhã. Olhei o relógio e são três horas da tarde, três, ainda bem que hoje é a folga dele.

Levantei de fininho para não acordá-lo, escovei os dentes, lavei e hidratei o rosto, e tomei banho no banheiro fora do quarto. Deixei meu cabelo preso em um coque baixo firme.
Vim para cozinha e preparei um café, querendo ou não é hora do café da tarde. Fiz café expresso para o Rodrigo na cafeteira chique dele, e leite quente com chocolate para mim, fiz uns pãeszinho de queijo e de calabresa no forno elétrico em meia hora - o sono do Nestor está pesado hoje, o que não é normal - cortei maçã e banana para ele e eu fiquei com as uvas verdes e o mel mesmo.

— Amor - Minha vez de acordá-lo com selinhos e café — Amor, amor, amor - Balancei-o. Ele acordou

— Bom dia - Sorriu — Eu tô em casa mesmo ou no paraíso?

— Ta no paraíso - Roubei um selinho — Boa tarde. São três da tarde já

— Vish - Se levantou e sentiu a perna — Porra - Segurou-a

— Meu Deus não me assusta assim - Sentei na cama — Que dor é essa? Colocou muita força ontem para chutar?

— Toda força que eu tinha, eu precisava te dar o gol

Sim precisava, mas não era necessário ter uma lesão no dia seguinte.

— Porra Rodrigo. Eu disse para não chutar com tanta força. Vai ver isso no CT - Olhei-o preocupada — Por favor

— Calma eu vou, já era para eu estar lá, tô atrasado - Se levantou devagar sentindo dor — Calma, eu tô bem - Falou ao ver a lágrima descer pelo meu rosto

Eu sou muito sensível quando se trata dele. Sério eu queria muito o gol, mas não queria que ele ficasse assim, ter lesão no São Paulo é uma merda, falam que é só alguns dias fora mas acabam ficando meses e não quero ver o Rodrigo fora por muito tempo, ele vai perder o espaço que conquistou ontem.

— Não queria que pegasse lesão - Passei as costas das mãos nos olhos

— Não é lesão amor - Abriu os braços e fui abraçá-lo — Fica calma ta tudo bem comigo

— Não ta não - Funguei o nariz — Eu conheço lesões, quer ver - Me soltei — Anda ai

Ele levantou com dificuldade e não aguentou dar um passo. Como que isso ai não é lesão? É lesão sim.

— Eu disse - Me desesperei com as mãos no rosto

— Ô s/a não chora assim. Eu vou tratar para voltar até o próximo jogo - Conseguiu vir até mim e me abraçar — Que cheirinho bom é esse? De queijo

E se ele não conseguir voltar até o próximo jogo? Olha eu lá, chorando, na televisão.

— Eu fiz pãeszinhos pra gente. Café da tarde - Passei as mãos nos olhos parando de chorar — E café para você também - Sorri minimamente

— Fez um café da tarde para mim? - Confirmei — Pode pegar lá? Eu não aguento ir

— Ta eu pego. Vou ligar para o Renan te ajudar, eu não aguento te carregar e mesmo se aguentasse, eu não faria isso porque não consigo ver você assim - Ajudei-o a sentar na cama

— Ei bê - Segurou meu rosto me fazendo olhá-lo — Relaxa. Eu tô bem. Isso aqui tem tratamento, todo mundo fica uns dias fora e uma hora ia chegar a minha vez. É bom até para eu descansar um pouco, trabalhei muito para fazer esse gol - Beijou minha testa — Ta tranquila?

Uma Verdadeira Fã - Rodrigo NestorOnde histórias criam vida. Descubra agora