No.2

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"Meu bem, não olhe mais para trás. Por trás das memórias vividamente misturadas, essas vidas restantes permanecem como um bônus. Você fez o seu melhor."

NAMJOON

Foi agradável ter a senhorita Lee conosco; durante um breve momento de conversa, descobri que assim como eu, ela é apaixonada por livros.

- Qual é o seu livro favorito? - Perguntei com entusiasmo.

- Demian, de Hermann Hesse.

- Sério!?

- Sim.

- É um dos meus favoritos também.

- Já leu 'Como eu era antes de você'?

- Ainda não, mas ouvi falar e estou curioso para lê-lo.

- Posso emprestar se você quiser; afinal, já o li.

- Vou adorar.

- Vai se surpreender.

- O que vai acontecer?

- Desculpe, mas não vou dar spoilers.

- Gente, ainda estou aqui. - Proferiu Hobi, entediado com nossa conversa.

- Desculpa, acho que nos empolgamos - Lee disse um tanto sem jeito.

- Tudo bem, não tem problema. Talvez quando você tiver um tempinho, eu também possa ler. Quero entender o entusiasmo de vocês. A bela senhorita poderia me emprestar seus livros qualquer dia desses?

- Hoseok! - Disse em repreensão, pois ele deixou a moça totalmente sem graça.

- Ah, claro, eu lhe emprestarei quando quiser.

Algo me incomodava ao ver Hoseok sendo mais gentil do que o normal com Seo yun; nunca tinha sentido isso antes.

- Obrigado pela refeição, senhor Hoseok, certo? - Perguntou, ainda em dúvida sobre o nome dele.

- Sim, mas sem o "senhor"; temos quase a mesma idade, não precisa ser tão formal. Se quiser, pode me chamar de Hobi. Meus amigos me chamam assim.

- Ok, Hobi - Proferiu, pegando a bandeja da minha cama. - Tenha uma boa noite, Namjoon.

- Você também, Lee Seo yun. - Disse, forçando um sorriso.

- Será que ela tem namorado? - Sussurrou Hobi.

- Não sei. - Logo me virei, cobrindo-me com o lençol.

- Que mau humor, não custa responder direito. - Resmungou.





YOONGI

- Finalmente nos encontramos, Dong Hae, disse, segurando o seu ombro antes que ele entrasse em casa.

- Quem são vocês? - Falou logo afastando minha mão de si.

- Bem, acho que você nos conhece melhor do que ninguém. Sabemos que estava espionando nosso amigo há alguns dias. Foi você quem o atropelou, por quê? - Jin segurava o homem pela camisa enquanto o bombardeava com perguntas.

- Eu não sei do que você está falando.

- Apenas diga logo, por que quis matar o Namjoon!? Qual é o seu problema com ele? - Murmurei, impaciente.

- Eu não sei do que vocês estão falando e não conheço nenhum Namjoon!

- Ok, Jin, você pode soltá-lo.

- Como assim? Vamos deixá-lo escapar?

- Não, mas vamos levá-lo à delegacia. Temos a gravação das câmeras de segurança e o dono da locadora de automóveis pode dar um depoimento. Esse idiota vai apodrecer na cadeia.

- Não, por favor, não façam isso.

- Por que não o entregaríamos? Por muito pouco, não matou nosso amigo - Disse.

- Eu não queria matar ninguém, eu juro! - Nesse momento, as lágrimas do homem começam a transbordar.

- Então, por que fez isso? - Perguntou Jin.

- Minha mãe, ela está doente. Eu precisava muito de dinheiro para pagar o tratamento dela. Aí aquela mulher apareceu e me ofereceu um trabalho, que era acabar com o amigo de vocês. Eu não tinha outra opção. Desculpa.

- Que mulher? - Questiono, movido pela curiosidade.

Sujin, esse é o nome dela. Ela não me disse o motivo. Às vezes, quando eu perguntava, porque esse tal Namjoon não parece ser uma pessoa ruim, ela ficava furiosa e dizia que eu não estava sendo pago para fazer perguntas e sim para matá-lo.

- Como podemos encontrá-la?

- Ela sempre marcava nossos encontros em seu apartamento.

- Qual é o endereço? - Jin se apressa em perguntar.

- Rua Ho jun. No condomínio Hera, seu apartamento fica na cobertura. É tudo que eu sei.

- Como saberemos se você não está blefando? - Pergunto.

- Acho que vocês não têm outra escolha a não ser acreditar.




...



Consegui entrar no condomínio escondido; era a única forma, já que aquele cão de guarda intitulado de porteiro não me permitiu a entrada. Mas Jin o distraiu e aqui estou, tudo neste lugar parece ser tão caro. Pego o elevador com algumas senhoras ricas.

Uma dessas senhoras tenta me apalpar descaradamente; por sorte ela sai no seu andar.

Finalmente, chego ao apartamento.

- É, Sujin, hoje nós vamos nos conhecer, sua vadia. - Sussurro antes de tocar a campainha.

A porta se abre e sinto o chão desaparecer sob meus pés. Não posso acreditar no que vejo diante dos meus olhos. Era ela o tempo todo?

- Guinho?. - Proferiu a mulher, com uma voz um tanto surpresa, mas com um sorriso aparente.







Continua...
Escrito em: 08/02/2023

Indigo: TONS DE AZULOnde histórias criam vida. Descubra agora