Me destrua

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"O amor é uma violência, você sabia que em algum dia alguém iria quebrar todo esse silêncio. Estamos nos desequilibrando, perdendo todos os pilotos, perdidos em um sonho, perdidos na cidade, você implora por toda a misericórdia. Apenas pegue tudo (apenas pegue tudo), me destrua e seja feliz para sempre..."

Don't ever say love me







YOONGI

A cada dia que passa, tudo se torna mais insuportável. A comida é horrível e tenho que dividir a cela com pelo menos 5 pessoas. Paz e privacidade não existem nesse lugar miserável; é um inferno, sem dúvida alguma. Diariamente, devo enfrentar provocações para evitar brigas, caso contrário, eu poderia passar mais tempo aqui por mau comportamento. No entanto, o que está acontecendo agora é que minha paciência está se esgotando.

- Ei, garoto, você aí, esquisito. Onde arrumou caneta e papel? - Hyun Woo, preso por tráfico de drogas e furtos, 26 anos e 4 prisões, esse cara era um verdadeiro pé no saco.

- Não é da sua conta. - Ele tentou pegar meu caderno onde escrevo algumas composições, mas não permiti.

- Olha só, ele não quer que a gente veja o diário dele, deve ter os nomes dos menininhos de quem ele gosta. - Os murmúrios e risadas começaram, isso estava parecendo a 5ª série, aquela fase que todos passamos em algum momento da vida, porém é a mais insuportável e infantil.

- Claro, sinto muito decepcionar, mas você, com certeza, não está nessa lista. Sabe, sou bastante seletivo. Idiotas sem cérebro nunca foram do meu interesse.

Isso foi suficiente para fazê-lo avançar sobre mim. Caras como ele sempre partem para a briga quando perdem em um argumento. Até considerei revidar seus socos, mas sinto que não vale a pena me defender. Afinal, o que adianta? Já estou totalmente ferrado. A realidade tem se transformado em um dos meus piores pesadelos. Talvez eu realmente quisesse que Hyun Woo me terminasse de uma vez por todas; pelo menos me livraria disso.

Às vezes, me pergunto se sou um bom amigo ou apenas um completo idiota. Namjoon, você é um bastardo, mas não consigo ficar com raiva de você. Sempre foi assim desde a infância. Lembro-me quando você quebrava meus bonecos, não por querer, mas por ser incrivelmente desastrado. Pelo menos, espero que esteja melhor do que eu neste exato momento.

Os guardas começaram a chegar, como se realmente se importassem com um bando de infratores. Que hipócritas, devem estar saboreando suas rosquinhas com café enquanto fofocam sobre atores de doramas.

Depois de sangrar horrores, sou levado para a enfermaria. Aquele cara estava cego de raiva; comecei a pensar que ele fosse realmente encubado. Sinto-me miserável, fraco e dolorido, e o pior de tudo é estar preso por algo que não fiz. Se eu soubesse que minha vida seria assim, teria aproveitado mais. Lembro-me das tangerinas guardadas na geladeira; a essa altura, elas provavelmente nem existem mais. Só espero que Namjoon não as tenha jogado fora. Isso seria imperdoável. Se ao menos eu pudesse transformar uma tangerina em uma pessoa, eu com certeza me casaria com ela.

Depois de receber curativos e anestesia, sou mandado para outra cela, algo parecido com uma solitária. Pelo menos não há ninguém para me importunar. Apenas me deito naquilo que eles chamam de cama e tento dormir, apesar da sensação de que quase todos os meus ossos foram quebrados. Talvez eu esteja exagerando, mas realmente dói pra caramba.

Só quero que Taehyung me tire daqui.






JUNGKOOK

Após aquele beijo, Jimin tem fugido de mim como o diabo foge da cruz. Pior ainda, não tenho ideia do que fazer para mudar isso. A cada vez que penso que tudo está indo bem, volto a estaca zero.

Eu simplesmente não entendo. Por quê? Eu me esforcei ao máximo para transmitir confiança e apoio a ele. A audição foi perfeita, Jimin sempre foi talentoso, apesar de suas inseguranças e principalmente sua falta de autoconfiança.

Não posso continuar sem respostas; isso está me corroendo. Pego meu celular e minhas chaves, tanto as da casa quanto as do carro e vou até o estúdio de dança. Suponho que ele ainda esteja lá a essa hora.

Chego ao estúdio e vejo Hoseok arrumando suas coisas, prestes a fechar o estabelecimento.

- O Jimin está por aqui?

- Olá para você também, Jeon.

- Oi, hyung Hobi. O Jimin está? Preciso falar com ele.

- Ele está no vestiário. - Me apresso e vou para lá.

- Jungkook, você não pode simplesmente entrar assim. Ele provavelmente está tomando banho. - Hoseok grita do mesmo lugar.

- Não me importo!

Abro a porta e dou de cara com Jimin, apenas com uma toalha em volta da cintura. Seu corpo ainda está molhado; não consigo desviar o olhar nem por um segundo e fico sem palavras.

- O que você está fazendo aqui, Jeon!?

- E-eu... Eu não aguento mais. - O empurro contra a parede fria e o beijo, erguendo seu corpo contra o meu.

- Ji, você está me deixando louco aos poucos.

- Mas e-eu n-ão fiz nada. - Deixo beijos em seu pescoço enquanto trocamos algumas palavras.

- Esse é o problema. Você não fez nada. Eu quero que me ame em todos os sentidos, Park Jimin. - Eu o encaro, percebendo as marcas que deixei em seu pescoço e seu olhar perdido.

- Como assim?

- Quer ser meu namorado? Eu não planejava pedir isso a você em um vestiário, quase pelado, com o Hoseok lá fora, mas ter você assim é bem satisfatório.

- Pervertido! - Ele dá um tapa no meu ombro.

- Você gosta disso, caso contrário não estaria tão...

- Tão tão nada!

- Me responde. Quer ser meu namorado?

- Você realmente quer isso? Não está dizendo isso apenas para não perder minha amizade ou por pena?

- Por que eu teria pena de você? Eu gosto muito de você, Jimin. Passo 24 horas do meu dia pensando em você de várias formas. Não me chame de pervertido, afinal, você deve se sentir da mesma maneira.

- Tenho que treinar canto e dança na empresa, vou me atrasar. - Jimin se afasta de mim, me deixando sem resposta.

Vejo-o se vestir na minha frente, como se fosse uma provocação. Fico apenas encarando, boquiaberto.

- Meu namorado não vai me dar carona? Você está com o seu carro? Acho que vou deixar minha moto com o Hobi.

- Então, isso foi um sim!?

- Sim, foi um sim, Jeongguk.















Continua...
Escrita em 16/05/2023

Indigo: TONS DE AZULOnde histórias criam vida. Descubra agora