"A dor que eu sinto, dizem que é hipocrisia. Não importa, eu sempre fico preso nos meus problemas. Se não nós, quem fará isso?"
Louder than bombs
NAMJOON
Estávamos pedalando lado a lado com nossas bicicletas. Seo Yun decidiu que eu precisava de uma pausa por causa do meu machucado. Mesmo eu afirmando que não precisava e que estava completamente bem, ela consegue ser mais teimosa do que eu. Não quero deixá-la irritada, então apenas acato suas ordens. Colocamos cadeados nas bicicletas e fomos comprar água, não muito longe dali.
Tudo parecia estar indo bem, mas já sentiram a estranha sensação de estar sendo seguido? É o que estou sentindo agora, mas tento me distrair. Não quero estragar esse momento com Seo Yun, que parece tão animada. É a primeira vez que encontro alguém que gosta de andar de bicicleta tanto quanto eu. Quero aproveitar isso com ela ao meu lado. Ter a companhia dela me faz esquecer tudo de ruim que aconteceu. Ainda me assusta como ela tem todo esse poder sobre mim. Não quero me apegar tanto a você, Seo Yun. Não seja tão legal comigo. Não quero me machucar e nem te machucar. Eu não me perdoaria por fazer mal a uma pessoa que me faz tão bem.
Nos sentamos em um banco na praça, ainda bebendo água e observando as pessoas passarem. Um garotinho correu com uma florzinha para entregar à mãe, mas as pétalas foram levadas pelo vento, deixando-o chateado. Ri com o nível de fofura. Peguei uma flor próxima e fui até o garoto, entregando-a a ele. Vi um sorriso com poucos dentes se formar.
- Obrigado, ajhussi.
- Você também gosta de crianças, Ajhussi Namjoon? - Seo Yun me perguntou.
- Sim, gosto muito. Eles são pequenos e fofos. Viu aquele garotinho? Ele nem tinha todos os dentes. Isso é tão fofo! - Sentei-me ao seu lado novamente.
- Concordo, mas não quero pensar que vou ficar fofa quando for uma velhinha sem dentes.
- Eu não falei dessa forma. - Comecei a rir com sua linha de raciocínio. - Você seria uma senhorinha linda de cabelos grisalhos e usando próteses.
- Essa conversa tomou um rumo estranho.
- Vamos recomeçar então. Pensa em ter filhos?
- Assim, direto? Hum... talvez. - Ela parecia bastante pensativa em responder.
- Por que talvez?
- Eu sou enfermeira. Ajudo a cuidar de pacientes o tempo inteiro. Sei que cuidar de uma pessoa requer muita paciência e atenção. Não sei se eu conseguiria dar amor suficiente para um serzinho tão pequeno.
- Então é medo de não ser uma boa mãe?
- Sim. Agora me diz, Kim Namjoon, pensa em ser pai? Pelo que vi, você leva jeito com crianças.
- Sempre foi o meu sonho. Quero dois meninos, apesar de dizerem que tenho cara de pai de meninas. Não ficaria triste em ter dois garotos e uma garota.
- Três? Não seria demais?
- Não. Três é um número perfeito, mas...
- Mas?
- Eu não estou preparado, e não sei se vou ou quero ter algo sólido com alguém.
Depois de dizer isso, percebo que apaguei o seu brilho. Seu sorriso desapareceu.
- Desculpa, não era minha intenção te deixar triste.
- Tudo bem. Eu estou disposta a fazer você esquecer todas as coisas ruins. E quando isso acontecer... Talvez você seja capaz de amar novamente.
O assunto se tornou complicado demais para continuarmos a falar. Consequentemente, mudamos para séries, combinando assistir juntos e sem dublagem, para que Seo Yun pratique seu inglês. Ela ainda não acredita que aprendi inglês apenas assistindo a "Friends".
Não passou muito tempo até decidirmos voltar para as bicicletas. Acabei esbarrando em alguém. A sensação ruim retornou, mas ignorei mais uma vez.
- Você está bem? - Ela me perguntou, talvez eu tivesse deixado algo transparecer. Nunca fui bom em esconder as coisas.
- Estou bem. É só uma sensação estranha, nada mais.
- Quer voltar mais cedo? Não tem problema se não estiver bem.
- Não, estou bem. Vamos apenas continuar o nosso dia, Namjoonie, ok?
- Namjoonie? Por que não Seo Yunie Day?
- Desculpa, mas só brilha em mim.
- Eu te odeio.
- Por que? Você realmente me odeia? - Faço uma expressão triste, tentando fazer com que acredite em mim.
- Não! Não foi isso que quis dizer. Eu não te odeio de verdade. Foi só uma forma de falar... Por que está rindo?
Não consigo evitar rir.
- Não teve graça! - Ela fala séria, subindo na bicicleta e indo embora sem mim. Me apresso para acompanhá-la.
A rua começa a ficar íngreme. Ela ganha velocidade muito rapidamente. Fico preocupado ao vê-la quase bater em um carro estacionado. Na tentativa de desviar, ela acaba caindo ao lado.
- Seo Yun!
Deixo minha bicicleta e vou até ela.- O que aconteceu? Por que não usou o freio? Machucou muito?
- Não sei. Antes de sairmos, os freios estavam funcionando. Meu joelho dói e, principalmente, meu tornozelo. Acho que torci ele.
- Consegue andar? Acho que não. - Respondo por ela ao ver sua expressão dolorida.
A ajudo a sentar na calçada com cuidado.
- Não saia daqui.
- Nem se eu quisesse.
Deixo-a por um momento, guardo as bicicletas e, por sorte, um táxi passa por ali. Na minha imaginação, isso só acontece em doramas.
No táxi indo para o hospital, minha tensão só aumenta.
- Nam?
- O que? Está doendo? Onde?
- Relaxa. Você está uma pilha de nervos. Acho que foi apenas um mau jeito. Não deve ser nada grave.
- Mas você disse que doía muito. - Falo, apontando para o joelho ensanguentado dela.
Tiro o meu casaco e amarro em sua perna, fazendo-a hesitar por um momento.
- Não será bom se continuar sangrando assim. O casaco vai ajudar a estancar o sangue.
- Onde aprendeu isso?
Em filmes e doramas.
Continua...
Escrito em: 23/05/2023Não estou muito certo do que incluir nesta nota final. Minha criatividade parece ter me abandonado ultimamente. Mas me digam, estão gostando da história?
Será que o incidente com Seo Yun realmente foi um acidente, ou há alguém por trás disso? 🤨
Alguém estava seguindo Nam? Tirem suas próprias conclusões.
No próximo capítulo, teremos mais... Beijinhos e até a próxima atualização!
Annyeong 🤗
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Indigo: TONS DE AZUL
Mystery / ThrillerUm sonho, o mesmo de todas as noites, uma mulher misteriosa sempre estava lá naquele campo de flores à sua espera, era tão real, tão intenso. Mas por quê? Era o que Namjoon se perguntava. É como um imã os mantivesse juntos ou um fio vermelho. Era as...