Ramiro-flashback
Ramiro não entendia seus sentimentos o suficiente, ele foi criado pra ser um monstro cruel e sem escrúpulos, mas agora se encontrava em um momento de sua vida em que um homem não saía de seus pensamentos.
Estava animado pra aquela festa mas depois que Kelvin o deixou ali sentado sozinho banhado por aquela Luz vermelha e ouvindo aquela aquela cantoria sem sentido, ele se sentiu traído.
Mesmo sem querer admitir ele tinha um sentimento muito ruim que crescia em seu peito sempre que a possibilidade de Kelvin ser de outro passava mesmo que vagamente em sua cabeça.
Ele então sai decidido a ir lá fora e nem que ele tenha que fazer uma loucura, iria trazer Kelvin pra dentro novamente e fazê-lo lembrar de quem ele originalmente gostava.
Kelvin era importante demais pra perder ele assim tão facilmente.
Mas quando chegou na porta do bar, depois de passar por uma multidão de pessoas, ele para...
De longe ele vê seu Kevin rindo pra outro homem, não querendo deixar o ciúmes o chegar novamente, caminha até os dois mas quanto mais ele vê aquela cena à sua frente mais vontade de despachar o tal Jorge aumenta.
Depois de conseguir encarar com muito esforço aqueles olhinhos tristes do seu loirinho lhe pedindo pra ficar, ele dá partida no carro se sentindo um monstro por transformar toda a felicidade que aquele baixinho sentia em tristeza.
Ramiro sempre era o motivo da tristeza alheia, pelo menos era isso que ele pensava e era isso que a família La Selva sempre fazia questão de lhe dizer.
Ele jamais poderia dar a Kelvin o que ele e seu coração pediam, apesar das muitas insistências, dos beijinhos inocentes no rosto, dos apertões e até mesmo das palavras de conforto ditas por Kelvin quando via Ramiro chorar, isso ainda não queria dizer que eles tinham algum tipo de vínculo amoroso.
Não podia existir amor romântico entre dois homens, foi oque ouviu a vida inteira, então que sentimento era esse que apertava seu peito e o fazia querer dar meia volta com aquele carro só pra se desculpar com Kelvin?
O que era essa sensação de posse que seu coração se achava no direito de ter sobre aquele pobre rapaz sempre que outra figura masculina se aproximava?
Ramiro não tinha respostas pra nada disso, e não havia ninguém a quem ele pudesse recorrer já que seu único amigo era também o causador de seus questionamentos.
Ao chegar na sua humilde casinha nos limites das terras de Antonio La Selva ele se depara com uma figura um tanto curiosa parada na varanda contemplando as estrelas.
- Munda ocê tá fazeno oque aqui? - Ele pergunta visivelmente confuso, afinal a moça o odiava agora.
- E você acha que eu sei Ramiro? Ah todo mundo foi pra aquele show e eu num conheço praticamente ninguém na cidade então eu vim aqui caso ocê quisesse companhia.
- É, eu fui no show também mas achei mió voltar cedo, amanhã eu trabaio e o patrão não gosta quando eu atraso.
- Você é muito pau mandado mesmo né.
-Ó ocê num começa ofender não.- O homem fala e se senta ao lado de Munda na escada da varanda.
-Isso não é ofensa, é um fato, cê sabe que faz tudo que aquele homem mandar até de olho fechado. - Ela que antes encarava a escuridão à frente deles de repente se vira para o encarar.- Ma o que que houve nessa festa aí procê tá tão acabado desse jeito? Eu lembro que ocê não é tão fraco pra bebida.
- Nem eu sei.- Ele cospe um raminho que mastivaga. - Quando parece que eu tô tomando um rumo na minha vida as coisa se embola tudo de novo.
- Tá falando daquele loiro sem sal? Ainda não sei oque você viu nele que não tem em mim.
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Our Feelings-Kelmiro
Fiksi PenggemarKelvin e Ramiro dois corações que se querem mas que se afastam ao mesmo tempo, um por não conseguir aceitar o amor, o outro por amar tanto que chega a doer