De volta à Nova Primavera

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Duas semanas depois.

Ramiro não se aguentava de ansiedade,  finalmente veria Kelvin novamente e essa ideia o fazia  rir até para o vento, ali sozinho em sua caminhonete à caminho de Nova Primavera, ele se permitia sentir toda a saudade que acumulou durante essas semanas intermináveis.

Que se tornaram piores ainda quando Kelvin parou de atender suas ligações ou responder suas mensagens.

Ele deduziu o mais básico, o loiro podia ter simplesmente quebrado o celular, e como ele não tinha o número da Luana acabou que não tinha muito a quem recorrer pra ter notícias.

Felizmente, sua mãe já estava quase completamente curada quando ele saiu de lá o que foi um alívio, pois ele sabia que não ficaria tranquilo em deixá-la sozinha se ainda estivesse doente.

Ao cruzar o limite da cidade, ele estava oficialmente em seu lugarzinho de novo, o lugar onde ele havia deixado seu coração para um certo garçom, loiro e baixinho cuidar.

Ao guardar suas coisas em seu casebre, Ramiro vai rapidamente até o escritório do patrão que o libera pelo resto do dia para que possa resolver tudo antes de retornar ao trabalho no dia seguinte.

O peão fica em êxtase pois poderia fazer uma visita e ainda passar a tarde e a noite inteira com seu loirin.

Quando ele entra no bar, tudo está igual, Nando treinava uma música no violão e Zezinho batia em suas panelas.

Mas mesmo assim era estranho, seu olhar segue em direção ao pole dance e ele vê ali um grupo de pessoas sentadas nos sofás cochichando, ele reconhece apenas três delas.

Luana, Berê e Jorge, e eles estavam acompanhados por um homem bem vestido que Ramiro nunca havia visto pela cidade.

- Ramiro que bom que você chegou. - Luana vai em direção a ele e o puxa pelo braço.- Acho que você precisa saber de uma coisa...

- Agora não Luana, eu vim vê o Kevin, prometi pra ele que ele ia ser a primeira pessoa que eu ia procurar quando chegasse.

- Eu sei, eu só ia avisar pra você estar... bom... preparado. - Ela abaixa a cabeça e sai andando em direção ao grupo de pessoas novamente.

- Ei peão!- Jorge grita antes de Ramiro sumir de vista.

Ramiro o fuzila com o olhar mas espera pela continuação do que o homem tem a lhe dizer.

- Se você magoar ele, eu te quebro.

- Ocê tá pedino otra surra.- Ramiro rosna.

- Parou os dois! Eu disse que vocês iam fazer as pazes e vocês vão! - ninguém notou quando Kelvin foi parar ali ao pé da escada.

Mas ali estava ele, e pra surpresa de Ramiro, ele não estava nem um pouco parecido com seu Kelvin.

O garçom que antes amava se vestir com roupas curtas e chamativas, agora vestia calça social e camisa de botão fechada até o pescoço, ele usava cinza da cabeça aos pés, não tinha sequer seu all star amarelo ou seu tão característico delineado de gatinho.

"O que fizeram com o Kevin?"

Pensou Ramiro, porém ele não esternalizou.

- Kevin a gente precisa conversar, vamo falar lá em cima. - O peão diz na intenção de sair de perto daquelas pessoas e matar a saudade que estava do rapaz.

- Ramiro...eu acho melhor a gente conversar lá fora mesmo. - O loiro sai andando sem dar chance de resposta ao outro que apenas o segue calado.

- Kevin ocê num tá bem...

- Claro que tô Ramiro, por que não estaria? Eu me sinto melhor do que nunca. - Ele sorri e anda até o carro com as mãos nos bolsos.

Ramiro que sempre prestava muita atenção em Kelvin nunca o viu falar algo empolgado sem mexer as mãos pra um lado e pro outro, já o viu até mesmo bater boca com Nice só pra poder continuar fazendo esses gestos e de repente ele não faz mais isso? A cabeça do peão começa a fritar.

- Kevin... por que ocê num me atendeu esse tempo todo? Eu prometi que ia ligar e liguei mai foi ocê que num atendeu. - Ele para na frente do jovem.

O moreno encosta ambas as mãos no carro prendendo Kelvin entre seus braços, já nem se importando se alguém os veria tão próximos, ele só precisava matar a saudade que a falta de contato com o outro lhe trazia.

- Meu celular quebrou Ramiro, por isso eu não atendi, mas que bom que você voltou.

- Eu sinti saudade Kevin...- Ramiro confessa de cabeça baixa.

Pra ele era difícil lidar com palavras mas a falta delas por parte do loiro era pior ainda.

- Eu...olha Ramiro...- Kelvin não continua.

Ramiro o olha confuso como se esperasse encontrar a resposta pra alguma de suas perguntas no olhar do outro.

Ele então perde a paciência e bate uma das mãos com força na lataria da caminhonete, Kelvin se assusta e desvia o olhar se encolhendo.

- Para de me chamar de Ramiro, ocê diz que tá bem mai num quis me levar pro seu quarto, num diz que sintiu minha falta e não me chamô pelo apilido que ocê sempre chama. - Ele não queria chorar, mas foram duas semanas esperando por esse reencontro.

Ramiro pensava e refletia quase o tempo todo em sua história com Kelvin, sobre seus sentimentos e em como aquilo afetava sua vida, e cada vez que pensava uma pontada nova de certeza o enchia e lhe dizia que se era difícil estar com Kelvin pior seria estar sem ele.

- Se ocê quer que eu apele eu apelo...ocê sabe que eu sei implorar também. - Ramiro sussurra no ouvido de Kelvin. - Me beija...meu loirin.

E ele afasta a cabeça, mas como Kelvin não toma a iniciativa é ele quem se aproxima, mas pra sua surpresa pela primeira vez desde que se acertaram Kelvin rejeita seu beijo.

O loiro o empurra com força e sai andando em direção ao bar.

Ramiro fica ainda mais confuso e sente seu coração apertar tanto quanto da primeira vez que ele e kelvin brigaram.

Ele encosta em seu carro e permite que uma lágrima solitária escorra por sua bochecha.

É então, que um tempo depois ele nota Luana parada ao seu lado também encostada no carro.

- Foi a mãe dele. - É tudo o que ela diz.

- Que mãe? Como assim?

- Ela chegou dando uma de boa samaritana, mas se juntou com a Nice e as duas fizeram uma lavagem cerebral naquele garoto, ele acredita em tudo que ela diz.

- Mai o Kevin num é assim...ele sempre é tão respondão.

- Não com ela, ele obedece tudo calado, tá passando agora pela tal cura gay dessas duas missionárias de satanás, até o celular dele elas tiraram.

- Mai ele me disse que tinha quebrado...

- Se até pra você que era nossa última esperança de botar juízo na cabeça dele, ele tá mentindo, a gente não tem mais o que fazer, arruma outro amigo Ramiro, aquele ali tá só entrando num buraco sem fundo, mas a gente vai cuidar dele daqui. - Ela coloca a mão no ombro do homem como um gesto de solidariedade e sai o deixando sozinho.

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Hi, gente agr eu preciso preciso escrever uma continuação logo pra esses dois se acertarem kkkk vou fazer isso agr, hj eu só paro de escrever quando eles fazerem as pazes nem q eu só revise tudo depois.

Ah eu nem lembrei de comemorar 8k de leituras, tamo quase dos 10k eu quero chorar aaaahhhhh

Our Feelings-KelmiroOnde histórias criam vida. Descubra agora