Our Feelings-Kelmiro

Perdão

Já era fim de tarde que ando Ramiro parou o carro no limite até onde podia ir com ele, eles teriam que andar apenas mais alguns metros para chegar de fato ao rio.

O clima não estava tão pesado durante o percurso, quanto mais tempo passavam juntos, mais eles se sentiam a vontade, mas mesmo assim Ramiro continuava calado e acanhado como sempre ficava quando as situações envolviam interações sociais com mais pessoas além de Kelvin.

Apesar de uma das mulheres naquele carro ser sua mãe, há muito o moreno não se sentia confortável em ser ele mesmo em sua presença, muito pelo contrário, sentia que precisava ser aquele velho Ramiro ou sua mãe o repreenderia como quando o mesmo era uma criança.

Kelvin por outro lado, gostava cada vez mais da companhia das mulheres, afinal, por agora saber de um segredo tão íntimo que elas compartilhavam isso só os tornava ainda mais próximos.

Foi no meio de muito assunto jogado fora durante o caminho que o loiro e Zefa descobriram que compartilhavam o mesmo apresso pela literatura, quado a mesma o revelou que era uma professora de linguagens aposentada.

Quando finalmente saem do carro, Ramiro e Kelvin como sempre abrem a porta para as mulheres como verdadeiros cavalheiros, o moreno aproveita para ajudar Zefa a carregar a cesta que ela carregava em suas pernas, a deixando apenas com o pano que carregava sobre o ombro.

-Que que tem aqui?- Ele indaga enquanto a os quatro se dirigem em direção às margens,

-Umas coisinha pra nós beliscá- Ela o responde.

-Acho que aqui já tá bom.- Kelvin para e estende o tecido que Zefa carregava no chão se sentando logo em seguida e tendo seu ato acompanhado pelos demais.

Quando todos já estão sentados, eles voltam a jogar conversa fora enquanto espalham os petiscos à sua volta transformando aquilo em um verdadeiro piquenique.

-Então dona Zefa voltando ao assunto, sabia que eu já quis ser professor por um tempo? Na verdade meu sonho sempre foi ser ou cantor ou ator, mas quando esses sonhos pareciam impossíveis eu pensava que me daria bem como professor.

- E ocê é um prefessor muito bom Kevin.- Ramiro o olha orgulhoso, nunca cansaria de enaltecer aquele que lhe ensinou a ler e a escrever sem receber nada em troca.

- Ah é mesmo, eu que ensinei o Rams a ler e escrever né? Ele agora já escreve quase tudo certinho sem precisar de ajuda, eu também gosto muito de ler pra ele. - O loiro sorri ao lembrar de todos os momentos de leitura divertidos que passou ao lado do amado, e cora um pouco ao lembrar dos muitos poemas eróticos que já recitou para o mesmo.

- E ocê é professor agora Kevin? Ocê num disse com o que ocê trabaia. - Antônia pergunta querendo fazer parte do assunto.

- Ah não não, era só um sonho bobo mesmo, eu nunca levei pra frente, depois de sair de casa eu trabalhei de garçom num bar que tinha aqui na cidade, mas ele pegou fogo então eu perdi o emprego.- Aquelas palavras ainda eram amargas ao seu paladar.

Ramiro que até então evitava contato físico com Kelvin desde que haviam chegado, coloca a mão grande cobrindo a do outro que estava apoiada no chão.

- E ocê saiu de casa muito cedo? - A mulher tenta trocar de assunto ao perceber que aquele era um tema sensível.

- Eeehhh mãezinha que tanto de pergunta é essa?- Ramiro defende o namorado por conhecer o passado de seu amado e saber que aquele era mais um tema pesado.

- Deixa Rams, tá tudo bem... Eu fui expulso de casa sogrinha, acho que você deve imaginar o motivo, não é como se eu conseguisse esconder né? - Ele dá um sorriso meio sem jeito na tentativa pede evitar estragar o clima agradável que estava instaurado ali.