Epílogo

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   — Quem é ele? —

   — Dizem que é um dos mestres do Fogo Secreto que sobreviveu até os dias de hoje —

  — Ah, eu ouvi dizer que é só um mago piromante que copia a habilidade com as chamas —

  — Não, um piromante não consegue usar todas as habilidades de um servo do fogo. E dizem que ele enfrenta centenas de monstros e ainda se recupera para enfrentar mais no dia seguinte, deve ter a vitalidade mágica —

   — Então na verdade ele é um dragão! Um dragão disfarçado de hum... —

   — Acho melhor você romper os votos e beber, não é possível que fale mais insanidades bêbado do que sóbrio! —

   A caserna se encheu de risadas atropelando uma às outras. Um fogo crepitava na lareira do alojamento, bebidas estavam na mesa mas nenhuma era alcoólica. Isso era evidente devido às vestes que os soldados ali reunidos trajavam. Capas vermelhas com uma estrela como ombreira, a Sacra Cavalgada e os cavaleiros vermelhos.

   — Do que estão rindo? — Uma voz grave perguntou, vinda dos fundos. O dono era alto, forte e de semblante indiferente, seus cabelos eram loiros mas começavam a ficar grisalhos. Uma barba curta lhe preenchia o rosto junto dessa cabeleira lisa, apelidada de juba do leão.

    — Nada, senhor comandante — Um dos cavaleiros mentiu, preocupado.

   — Ainda não receberam de mim um golpe na cabeça forte o suficiente para perderem o juízo, Lutz, não ririam sem motivo — O comandante os olhava de cima, severo. — Aquele que me disser a verdade pode ficar com os espólios que Lutz obteve na última missão —

   — Mas senhor...por favor... — O tal do Lutz olhou desesperado para seus companheiros.

  — Estávamos conversando sobre os tais rumores da batalha em Arwend, aqueles que os refugiados estão trazendo — Um dos cavaleiros confessou prontamente. Lutz fechou a expressão, desgostoso, e entregou um machado feito de algo que parecia opala.

    — E o que decidiram durante a conversa? — O comandante questionou, ainda inexpressivo.

   — Que não pode ser verdade aquilo sobre o servo do fogo em Arwend — Lutz murmurou.

  — E por que isso não pode ser verdade, Lutz? — O líder deu um sorriso de canto.

  — Os servos do fogo estão todos mortos. O senhor estava lá quando isso aconteceu, sabe mais do que ninguém que Prometheia foi destruída com todos eles lá —
  
   O comandante pareceu se surpreender com a resposta, realmente franziu a sobrancelha e depois deu uma risada curta.

  — Os demônios voltaram, Lutz. Por que os servos do fogo não voltariam? Justo eles, tão difíceis de matar — O oficial olhou para a própria mão e a fechou. — Não há com que se preocupar... —

   — Como não, comandante Morrigen? — Um dos cavaleiros ali presentes perguntou, admirado.

  — Claro que não — Criston Morrigen respondeu, da bainha puxou uma longa espada marcada por muitas runas. Era feita de prata élfica e suas marcas emitiam uma intensa luz dourada. — Se eles realmente estiverem voltando, nós matamos todos eles de novo —

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  — Onde ela está? — A voz de Felagund era carregada de ódio, impregnada de fúria.

  — Eu não sei! Eu juro! — Ela berrava com horror na voz, se debatia para se livrar da criatura. Era terrível olhar nos olhos dele, a faziam sentir dor sem que ele a tivesse atingido vez alguma.

As Crônicas de Terror e Encanto - 𝐈Onde histórias criam vida. Descubra agora