Capitulo 2- Surpresas

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É segunda e estou no meu trabalho que é em uma loja pequena que vende bolos, tortas e doces variados. Já era quase meio dia e eu queria ir almoçar, já estava com o estômago roncando.

—Será que minha chefe se importaria se uma fatia de torta de brigadeiro sumisse? — Falei comigo mesma paquerando a torta redonda e lindamente decorada girando na vitrine ao lado da porta do pequeno estabelecimento.

—Melhor não, tenho amor ao meu emprego— pensei rindo para mim mesma.

Depois de esperar mais vinte minutos minha chefe disse que eu poderia ir almoçar, o que fiz sem nem pensar duas vezes. Atravessei a rua e fui ao único restaurante que tinha na redondeza, para minha sorte, a comida era boa e barata.

Pedi um prato executivo de bife acebolado, afinal, se era pra comer, que fosse algo saboroso. Quando terminei de comer, veio o Oliver, um dos funcionários do restaurante. Ele sempre era encarregado de recolher a louça e levar bebidas até a mesa dos clientes.

Como é segunda-feira o movimento estava lento, então tive tempo de conversar com ele, que pelo tempo que frequentava o lugar tínhamos construído uma grande amizade. O vi se sentar na cadeira vazia a minha frente, e enquanto conversávamos sobre assuntos cotidianos reparei que ele estava com um semblante mais cansado que o normal. Seu olho castanho esverdeado parecia estar um pouco mais opaco, seu cabelo loiro estava preso em um coque envolvido pela touca de cozinha.

Desci meu olhar para as mãos brancas dele que estavam com marcas de cortes e logo percebi que andam o explorando mais do que eu achava ser possível.

—Te colocaram novamente para descascar legumes e frutas, Oliver? — Disse com o rosto sério.

— Ah, eu estou tentando melhorar nisso... Mas por mais que eu tente, fica difícil.... Sabe como é, mãos grandes e estabanadas haha— Murmurou colocando as mãos em baixo da mesa.

Quando estava prestar a aconselhá-lo a mudar de emprego olhei para o relógio pendurado na parede ao lado, vendo que só tinha mais cinco minutos do meu horário de almoço, me despedi dele que, por sua vez, entrou na cozinha com vários pratos na mão.

Voltei para a loja pensando se eu me preocupava demais com ele, afinal, ele é adulto e sabe bem o que faz, mas não conseguia tirar esse sentimento de me sentir como uma irmã mais velha, mesmo ele sendo dois anos mais velho que eu.

Voltei para o balcão da loja que ficou sem movimento por uma hora, e após esse pequeno período de puro tédio, olhei em direção à porta e vi Erza entrando na loja, entrei em pânico na mesma hora.

—Como ele sabe que eu trabalho aqui? Mas que anta eu sou também... Essa é a loja mais próxima do apartamento... Talvez ele só queira comer doces ou trabalha por perto, não veio aqui por mim... Acalme-se Ava, se acalme — Pensei enquanto o encarava sem graça fazendo com que um silêncio constrangedor reinasse no lugar.

—Oh, você trabalha aqui, Ava? Não sabia— Falou com um rosto surpreso.

—Ah, sim... Acho que nunca tive a chance de te contar né? — Disse ajeitando minha postura.

—Sim... — Balbuciou analisando a loja com uma mão no queixo como se estivesse pensando no que iria levar.

Fiquei o olhando quase hipnotizada, ele sempre ficava bonito com roupa formal, seu terno azul escuro era bem estiloso, senti meu rosto corar e isso fez com que eu soltasse um suspiro exasperado, o que fez com que ele olhasse novamente em minha direção sorrindo.

—Desculpe... É que tem tantas opções...Mas vou querer uma fatia da torta de maracujá e uma de limão, por favor. — Disse me encarando sem desviar o olhar, seu olhar era novamente como um animal esperando pacientemente para dar o bote em sua presa.

— Ok, você quer pra viagem ou pra comer aqui? — Murmurei dando um meio sorriso.

—Pra viagem, por favor. — Continuou me olhando daquele jeito desconfortável.

Após poucos minutos eu embrulhei as duas fatias, colocando-as numa sacola e dei para ele que pagou e saiu da loja cantando uma música que eu desconhecia, e mesmo se conhecesse estava cantando baixo, seria difícil saber qual era.

Fui para os fundos da loja sentindo meu coração acelerar e encostei-me à parede com a respiração ofegante, mordi meu lábio inferior, e por longos segundos a excitação continuava ali, acabei por esfregar um pouco as pernas uma na outra, e eu queria muito me tocar, mas não queria ser pega pela minha chefa, então tentei me controlar, o que consegui com mérito. Após algum tempo voltei pro balcão para atender os clientes de forma consciente novamente, esse Erza, sempre me deixa desconcertada.

O Perigo Do PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora