Capitulo 12- Discussão

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Cheguei em casa às dez horas da manhã completamente enfurecida e me sentindo humilhada por Erza, quem ele achava que era para simplesmente aparecer e sumir do nada?

E ainda me sentia mais idiota por sempre ceder aos caprichos, toques e ações dele.

Enquanto andava pela casa irritada pelo ocorrido fui até meu quarto e coloquei minha bolsa na cama e peguei algumas roupas mais confortáveis, um short cinza claro e uma blusa sem manga cinza escura junto de um chinelo branco e fui até o banheiro.

Tomei um banho mais caprichado, afinal o que tomei na boate não podia nem se chamar de banho. Após terminar de me lavar escovei meus dentes e vesti as minhas roupas, me sentia mais confortável e calma, banhos realmente têm um efeito relaxante.

Olhei para o meu celular e vi que já eram onze da manhã, praticamente estava quase no horário do almoço. Cinco minutos depois meu estomago começou a roncar e decidi esquentar no microondas uma marmita congelada de filé de frango e legumes, e nessas horas que agradeço por ter nascido na era da tecnologia.

Depois de comer e lavar a louça sentei no meu sofá e assisti uma série de drama, que por piada do destino falava de algo semelhante ao que eu estava passando, comecei a ficar irritada novamente e desliguei a TV tentando tirar um cochilo no sofá, que de nada adiantou, por mais que fechasse os olhos não conseguia cair no sono.

Levantei-me e num impulso de raiva decidi bater na porta do apartamento de Erza, ele precisava me explicar o que estava acontecendo, e dessa vez não o deixaria fugir.

Abri a porta do meu apartamento em tempo Recorde e com passos rápidos e estrondosos bati na porta de Erza que não parecia estar em casa, mas eu sabia bem que ele estava em casa a essa hora, ele não conseguiria me enganar.

—Eu sei que você está em casa, Erza, abre essa maldita porta antes que eu a derrube— Murmurava completamente enfurecida.

Mesmo dizendo aquilo não vi resposta nem mesmo um barulho, algo não estava certo, foi então que me lembrei da mensagem que recebi dele e decidi mandar uma mensagem bastante enfurecida para aquele numero que me respondeu logo em seguida.

''Olá, Ava, vejo que está muito enfurecida, não e bom para seu coração. Eu não estou em casa, estou numa reunião de negócios, mas caso queira esperar por mim, minha chave fica em baixo do tapete. ''

Pensei se deveria pegar ou não a chave, mas se não a pegasse não teria outra chance, peguei a chave e, depois de abrir a porta, entrei ainda receosa no apartamento dele.

Estava tudo muito bem organizado e arrumado nem parecia que um homem morava ali, na curiosidade olhei cada cômodo da casa entretida em descobrir algo novo sobre ele, mas a única coisa que descobri foi que ele tinha um armário lotado de camisinhas de varias marcas e sabores, o que me fez rir.

Depois de me sentir meio mal por bisbilhotar a casa dele decidi usar a cozinha dele para fazer uns biscoitos de limão, se bem me lembro ele comprou bolo de limão na loja que trabalho, então ele deve gostar de coisas azedas e acho que ele não vai se importar, afinal e pra ele de toda forma.

Logo depois que terminei de assar os biscoitos e colocá-los num prato de vidro branco com rosas azuis escutei um barulho na fechadura da porta, e na velocidade da luz coloquei o prato em cima da mesinha e me sentei no sofá dele, que por sinal era confortável demais.

—Desculpe a demora, você esperou muito? Perguntou-me colocando a bolsa de trabalho dele na cadeira de canto.

—Ah não, não demorou muito— Respondi surpresa pela minha raiva ter se tornado quase nula.

—Você usou minha cozinha?Gesticulava cheirando o ambiente e olhando para a mezinha e vendo os biscoitos ali.

—Estava entediada, e acho que com comida e sempre melhor para conversar, não?Murmurei sorrindo.

—Achei que estivesse com raiva— Balbuciou colocando o sobretudo dele na mesma cadeira e andando até minha direção e continuou —posso me sentar do seu lado sem medo?Falou sorrindo e se sentando antes que eu respondesse.

—Pode... Você já sentou mesmo...— Respondi sem manter contato visual e continuei — Porque você ficou fingindo que não me conhecia por uma semana?— Proferi pegando um biscoito e o mordendo.

Erza não me respondeu e apenas se levantou e foi até a varanda sentindo a brisa da tarde que estava fria. Levantei-me e andei até o lado dele começando a ficar irritada de novo.

— Porque você sempre faz isso, Erza?Disse encarando-o.

—E porque você vive me perguntando coisas das quais não tenho resposta?Respondeu virando o rosto para mim.

—Então você simplesmente se afastou por motivo nenhum?Pigarreei começando a sentir as lagrimas querendo sair.

—Sim, feliz?Falou desviando o olhar de mim.

—E eu ainda me dou o trabalho... Quer saber... Vai se fuder— Pestanejei começando a chorar e me preparando para ir embora com passos largos e rápidos.

Antes que pudesse pegar meu celular para ir embora senti a respiração quente de Erza no meu pescoço que logo me abraçou.

—Já vai?Assim? Não vai terminar de me xingar? Sussurrou de forma sexy enquanto me abraçou com mais firmeza.

—Só me deixa ir embora... Erza— Respondi com a voz quase inaudível

Erza percebeu que eu estava chorando e me virou na direção dele e com o polegar tirou uma das lagrimas de meu rosto.

—Olha... Eu realmente gosto de você... Mas tem coisas que me fazem querer me afastar de você, entende?Questionou segurando meu rosto com as mãos.

—Então o problema sou eu, é isso?Exprimi as palavras com a voz rouca pelo choro.

—Lógico que não, o problema sou eu, me apaixonar por você me assusta... Pra ser honesto— Pronunciou com um sorriso fino.

Naquele momento deveria ter ficado triste, mas por algum motivo me senti feliz e sem conseguir me conter o beijei de forma intensa quase o fazendo tropeçar.

E depois daquilo fiquei o olhando como se tivesse medo do que veria a seguir, mas ele por sua vez apenas sorriu e sussurrou palavras safadas e nada fofas em meu ouvido, o que só me fez querer comê-lo ali mesmo.

O Perigo Do PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora