Capitulo 21-Mudanças doloridas.

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Já tinha se passado uma semana desde que fui praticamente obrigada a morar na boate de Adriel. A falta de Erza, mesmo que um pouco comprimida, ainda estava presente em meus pensamentos.

Até fiquei feliz com meu novo celular, mas toda vez que pensava que teria que pagar as parcelas do aparelho anterior a minha raiva voltava. Também tentei arrumar emprego nos arredores, mas não consegui nenhum que valesse a pena e penso que Adriel ficou com pena de mim, pois, me deu uma vaga como bar tender. No início foi difícil aprender a fazer as bebidas, admito que minhas primeiras tentativas ficaram com um gosto péssimo, porém, como dizem, a prática leva a perfeição. Nesse pouco tempo consegui fazer várias bebidas famosas como Martini e muitas outras, os clientes não reclamaram, então posso acreditar que ficaram bons.

Exclusivamente essa semana Adriel teve que viajar para os estados unidos, até fiquei feliz, pois, ele era um patrão bem rígido, porém, também fiquei preocupada, se ele tinha assuntos em outro país provavelmente ele não era um peixe pequeno.

Estava terminando de arrumar o balcão e de secar alguns copos para a festa de hoje à noite, costumava ficar bem movimentado aqui e mesmo sem Adriel sua irmã adorava me perturbar e provocar e eu não queria a mira dela em mim.

Antes que pudesse terminar de arrumar tudo, Catarina se sentou no banco a minha frente com um sorriso travesso e me observou sem falar nada.

— Meu irmão pediu para tomar conta de você. Não se engane, não vou pegar leve com você. — Disse se espreguiçando no balcão do bar.

— Não perca sua energia com isso, Catarina, sei muito bem fazer meu trabalho — Respondi à altura, ela já estava me irritando a semana inteira.

— Adoro te ver raivosa. Bem preciso dar uma saída, vou encontrar um velho amigo, cuide de tudo aqui. — Gesticulou se levantando e rindo baixo como se quisesse me provocar.

Apenas soltei um suspiro de impaciência, se ela não ficar esperta vou acabar dando um murro nela.

Após terminar tudo fui para meu quarto para dar uma pequena cochilada, desde que vim para cá meu horário de sono anda desregulado, mas não tem muito que fazer, acabo trabalhando a noite toda praticamente.

Acordei algumas horas depois e fui ajudar Oliver a arrumar as últimas coisas para a festa e quando terminei fui me arrumar com meu uniforme, que era uma fantasia de coelhinha, o arco com as orelhas e o rabo eram brancos já o maior, meias e saltos eram pretos com detalhes branco. Tenho vergonha de admitir, mas eu até que fico bonita no uniforme de coelhinha.

Fiquei a festa inteira no bar atendendo clientes que algumas vezes se provaram ser impróprios o suficiente. Um até tentou passar a mão na minha bunda, aqui sem Adriel está se provando uma verdadeira tortura.

Depois de duas horas a festa tinha ficado mais cheia, porém, o bar tinha esvaziado e tive tempo de admirar o homem alto, moreno e com um corpo atlético que dançava num pequeno palco no meio da multidão, julgo que o nome hoje em dia para o que ele faz seja gogoboy também tinha uma bela mulher alta, com cabelo longo loiro e corpo esbelto dançado do lado oposto ao homem.

Enquanto admirava ambos pensava em Erza, me perguntava como ele estava e como estava, será que ele tinha ao menos tentado me procurar? As perguntas inundavam meus pensamentos que foram interrompidos por um cliente pedindo uma cerveja.

Eram exatamente vinte e três horas quando alguém que eu conhecia bem se sentou no banco a minha frente e me encarou antes de pedir uma bebida, fiquei sem reação, não tinha como Erza entrar na boate, Adriel deixou bem claro que ele não podia.

— Já faz um tempo, Ava... Sentiu saudades? — Disse me encarando enquanto alisava o balcão no bar.

— E-Erza! — Pronunciei apenas seu nome espantada e sem acreditar no que via.

— Acho que isso é um sim. Gostaria de dizer que você está uma delícia nessa roupa. — Murmurou rindo e me olhando de cima a baixo.

— Você não pode entrar aqui... Se Oliver te ver... Eu... — Me interrompeu colocando um dedo em meus lábios antes que pudesse continuar.

— Shhh! ninguém vai me ver... Uma conhecida me deixou entrar, na verdade, você a conhece bem — Respondeu ainda com o dedo em meus lábios e segurei um impulso forte de mordiscar o dedo dele.

— Catarina, suponho? — Proferi com desgosto.

— Sim — sorriu e continuou — Infelizmente não vim aqui para me divertir... Vim resolver algumas coisas com ela, mas não se preocupe, em breve vamos voltar para casa. — Disse de forma calma enquanto se levantava para ir em direção ao fundo da boate.

A sensação do dedo dele ainda estava em meus lábios, e por mais que não gostasse de admitir isso me deixou animada, respirei pesadamente por alguns minutos para tentar me estabilizar, o que funcionou bem. Penso que o tratamento com a Dra. Ana finalmente tinha surtido efeito.

Fiquei curiosa sobre o que ele queria com aCatarina, mas não podia largar o bar. Eu só pude concluir que para ele apareceraqui na ausência de Adriel com certeza não era coisa boa

O Perigo Do PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora