Capitulo 14- Ânimo

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Acordei com uma sensação um tanto diferente. Enquanto abria meus olhos vi Erza do meu lado com um meio sorriso e com uma mão em meu rosto, parecia que estava me acariciando.

—Bom dia Ava... — Disse ainda com o meio sorriso.

—Bom...dia— Falei ainda confusa e continuei —Achei que iria me deixar aqui e iria aos seus afazeres... — Murmurei encarando-o com um leve rubor em minhas bochechas.

—hahahaha só você mesmo... Hoje eu estou de folga e pensei em passar mais tempo com você— Respondeu com um sorriso Colgate.

—Quem é que folga na segunda? — Proferi com os olhos semicerrados pela desconfiança.

—Bom, eu? — Respondeu dando outra gargalhada.

—Já, eu, tenho que trabalhar hoje —Gesticulei levantando e pegando as roupas do chão pronta para me vestir.

Erza ficou me olhando sem dizer nada e depois de alguns segundos, que mais pareceram horas, ele finalmente se pronunciou.

—Quer que eu te leve? — Balbuciou ainda deitado na cama.

—Não e tão longe assim... Posso ir sozinha... — Disse enquanto terminava de me vestir.

E antes que conseguisse me virar para sair Erza me abraçou de forma carinhosa, o que fez com que eu perdesse um pouco a noção do tempo e isso era completamente novo vindo dele.

—Que tal me deixar te ajudar? — Sussurrou em meu ouvido dando uma pequena mordida em minha orelha que me fez ficar com o rosto igual a um tomate.

—Tudo bem... Só dessa vez— Respondi com a voz rouca.

—Hm só dessa vez é? — Gesticulou me abraçando com mais firmeza.

—Talvez mais de uma... São que horas? — Disse me desvencilhando de seu abraço e indo até sua cozinha olhar o grande relógio prata que enfeitava a parede.

Erza me seguiu dando risadinhas sem falar nada, o que me irritava profundamente, mas fingi não ver, eram praticamente onze e meia, faltando apenas um minuto para tal.

—Hoje eu pego meio dia... Precisamos nós apressar Erza. — Falei procurando minha bolsa.

—E agora somos nós né? Acho que você deveria tomar um curto banho antes... — Disse analisando meu corpo que estava num estado horrível.

Não o respondi e corri direto para seu banheiro, era como se eu já conhecesse a casa dele, como se eu fizesse parte dali. Erza por sua vez não se importou, mas consegui ter um vislumbre de sua expressão surpresa.

Tomei um curto banho de seis minutos, que só deu tempo de me ensaboar. Coloquei uma toalha qualquer que estava pendurada no boxe de Erza e corri com pressa até meu apartamento sem me importar de estar somente de toalha, podia escutar as risadas altas dele ecoando pelo curto corredor, o que ignorei com maestria e após isso, abri minha porta com certa pressa, fui direto ao banheiro escovar os dentes e rapidamente me vestir com o uniforme da loja de doces, numa rapidez da qual nem eu sabia ser capaz.

Voltei até o apartamento de Erza devolvendo sua toalha e nesse meio tempo ele já estava arrumado com uma camisa branca e uma bermuda cinza juntamente de um tênis cinza, naquele momento senti inveja de como ele conseguia se arrumar mais rápido do que eu.

Descemos as escadas rapidamente e entramos no carro dele com tamanha pressa, tive medo dele bater ou algo pior dado à velocidade com a qual ele dirigia, mas, por algum motivo, isso me  excitava e após minutos de pura adrenalina cheguei em meu trabalho com três minutos de antecedência.

Despedi-me e agradeci a Erza que me beijou em público e quase tive um treco vendo a dona na loja me olhar com um olhar cúmplice. Antes que ela me fizesse perguntas corri para dentro da loja para começar a fazer alguns doces da tarde.

Passei a tarde toda tentando evitar encontrá-la, mas não teve jeito, ela me encurralou no corredor entre a cozinha e banheiro, e após várias perguntas, muitas das quais não sabia responder, ela apenas ficou feliz por mim, o que de certa forma me deixou aliviada.

Após largar o serviço voltei andando até em casa e enquanto subia as escadas vi Erza encostado na porta do meu apartamento, olhando o celular de forma ansiosa. Quando percebeu minha presença, sua feição mudou da água para o vinho e com um sorriso andou até mim de forma lenta.

—Não sabia a hora que você largaria o serviço, então fiquei te esperando aqui— Gesticulou me encarando de forma gentil.

—Com a tamanha pressa não tive tempo de avisar, mas obrigada. Aliás... O que foi aquilo mais cedo? — Perguntei com certa vergonha.

—Aquilo mais cedo? Ah, sim. Você se refere ao beijo? Achei que já estivéssemos namorando, não? — Disse com a sobrancelha levantada em certa confusão.

—E-Estamos? Não me lembro de ter dito isso... — Respondi com vergonha e evitando fazer contato visual com ele por muito tempo.

—Bom... Deixe-me corrigir. Ava você gostaria de namorar comigo? — Proferiu pegando minha mão e a beijando enquanto me olhava fixamente.

—Ah... É, bom... Acho que sim... — Respondi desviando o olhar dele.

— Acha? — Disse se aproximando do meu rosto e dando um chupão em meu pescoço.

—S-Sim... Sim! — Murmurei começando a me sentir excitada.

—Fico feliz... — Proferiu me pegando em seu colo e me levando para dentro de seu apartamento.

Só conseguia pensar no que iríamos fazer dessa vez enquanto encarava a porta do apartamento que se fechava lentamente.

O Perigo Do PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora