Já tinha se passado alguns dias depois da situação caótica que tivemos. No início, ainda fiquei no quarto sob ''supervisão'', como Erza gostava de chamar, ele não confiava totalmente em mim e eu entendia que isso levaria tempo. Afinal, eu o tinha atacado, não me espantaria vê-lo ficar com a guarda alta. Porém, mesmo com seu jeito mais sério, tínhamos momentos íntimos dos quais eu nunca conseguiria esquecer e muito menos resistir.
Depois de dois dias, Erza finalmente me deixou sair do quarto e andar pela casa, a princípio foi estranho, mas depois veio a sensação de liberdade e alívio.
Erza ainda não me deixava sair de casa, creio que ele estivesse com medo que eu fugisse. Não conseguia culpá-lo por isso, pois as cenas do incidente com a tesoura não saiam da minha cabeça, eu só conseguia imaginar sem parar, Erza sangrando horrores em minha frente e isso me deixava insegura.
Finalmente, após mais alguns dias sem poder pisar fora da casa, Erza permitiu que saíssemos depois que eu o azucrinei com isso várias vezes. Parecia mentira que eu poderia sair e ver gente, a felicidade estava em seu maior ápice dentro de mim.
Fui correndo até meu quarto, que sempre estava organizado mesmo Erza sempre dizendo que poderia contratar empregadas, eu sempre insistia em arrumá-lo eu mesma e peguei um vestido com tecido bem fino que era um tanto curto, mas sua cor azul-marinho me chamava a atenção, sua estampa era com rosas-brancas e outra bege, parecia-me a roupa perfeita para um passeio tranquilo com Erza.
Após encontrar o vestido perfeito, procurei algumas sandálias até achar uma com a estampa parecida com o vestido, porém, os detalhes do sapato eram um pouco diferentes, sua sola era marrom e seu entorno era em um preto opaco, porém, combinou perfeitamente com as rosas que estampavam a roupa.
Por fim, arrumei meu cabelo que crescera bastante com toda essa bagunça, não tive tempo nem para cortá-lo, é normal que esteja enorme, como ele estava em um bom complemento deu para fazer um coque muito bonito. Arrumei ele de um jeito charmoso e simples, após isso, estava pronta e desci a escada animada para encontrar Erza que estava em pé me esperando impacientemente, seu pé direito batia no chão a cada dois segundos.
— Já era hora... Se demorasse mais um pouco eu subiria — Disse rindo com um tom de sensualidade.
— Desculpe... Sabe como é, se for para sair desarrumada prefiro não sair — Adverti em tom de brincadeira.
Após aquele momento admirei lentamente a beleza de Erza que estava com uma bermuda jeans preta, uma camisa casual cinza e um tênis cinza-claro combinando com sua roupa da parte superior, suponho que o calor finalmente decidiu ser gentil comigo e me mostrou essa beldade, voltei a mim com a mão de Erza tocando a minha.
— Vamos? Vai ficar parada aí para sempre? — Proferiu com impaciência.
— Oh sim! Vamos. — Falei pegando na mão dele.
Fomos até o carro de Erza e quando entrei nele era como se tivesse ficado anos sem entrar no automóvel, parecia tudo tão nostálgico. Sentei-me no banco da frente ao lado de Erza, não sabia para aonde iríamos, mas conhecendo ele como o conhecia, me levaria em algum lugar mais calmo e sem muitas pessoas, no passado ficaria desconfiada, entretanto, ultimamente, não ligo desde que esteja com ele.
Logo chegamos a uma pequena cafeteria um tanto chique, quando olhei o preço de uma simples bebida, quase tive um treco que fez Erza conter uma gargalhada quase se engasgando com ela.
Nosso momento ali foi bom, diria que, quase calmante, porém, quanto mais tempo passava fora de casa mais eu queria voltar, era como se não me sentisse bem ali, não conseguia entender esse sentimento muito bem, mas como fora eu que sugeri durante dias para saímos tentei relaxar e aproveitar o momento.
Conversamos, bebemos e comemos várias coisas deliciosas, pela primeira vez na vida não precisava me preocupar com a conta. Afinal, Erza pagaria por tudo.
Após mais algumas horas, Erza foi ao banheiro e me contive para não segui-lo, sem ele ali, era como se estivesse dentro de um buraco onde não tinha ar suficiente, toquei minha testa que estava com gotas de suor, ficava sempre olhando o relógio do lugar, para contar os minutos que mais pareceram horas e após esperar por milênios, Erza finalmente voltara, o que me deixou mais calma novamente.
— Você está bem? Você parece... Nervosa? — Murmurou me encarando e segurando em uma de minhas mãos.
— Estou..., contudo acredito que deveríamos ir embora? — Respondi enquanto mantinha o olhar fixo em nele.
— Realmente já é tarde, quer levar algo para viagem? A torta daqui e ótima! — Disse animado com a ideia de levar guloseimas para comer mais tarde em casa.
— Não gosto muito de doces... — Gesticulei com certa apreensão.
— Se importa se eu levar algumas fatias para mim? — Perguntou sorrindo.
— Não, se você gosta, não sou contra. — Balbuciei sorrindo.
Após isso me levantei junto de Erza que pegou quase todas as fatias de torta do estabelecimento, o que me fez rir.
— Tem certeza que aguenta comer tudo isso? — Perguntei descrente.
— Você está me subestimando — Respondeu com um sorriso.
Não discuti mais com Erza e quando chegou nossa vez de pagar tomei um susto com o valor, porém, como não seria eu a pagar não me importei.
Voltamos ao carro sem pressa e finalmente voltamos para casa. Enquanto voltávamos, peguei-me pensando que talvez estivesse muito apegada a ele? Isso não era normal, mas logo esqueci tais pensamentos quando senti a mão de Erza na minha, o que realmente importava era ele estar ali comigo.
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O Perigo Do Prazer
RomanceAva e uma jovem mulher de vinte e quatro anos que possui um transtorno ninfomaníaco é acaba se interessando até demais pelo seu sexy e misterioso novo vizinho Erza. Que por sua vez também esconde segredos alarmantes.