Saí do apartamento do Erza com total desespero, mas só depois que sai pela porta do apartamento e senti um calafrio e que percebi que estava pelada, não sei onde estava com a cabeça para conversar com ele pelada, mas mesmo assim o fiz, talvez porque mesmo com medo das consequências eu me sentia tranquila perto dele.
Com vergonha de alguém me ver eu voltei correndo para dentro antes que ele pudesse ter uma reação para fechar a porta.
—Já sentiu saudades? — Murmurou olhando para trás enquanto se vestia com uma camisa branca e um short preto.
—Porque não me avisou que eu estava sem roupas? — Falei totalmente envergonhada e enfurecida.
—Hã? Achei que tivesse percebido— Disse apertando os lábios prestes a rir da minha cara.
—Só me dá minha bolsa... a chave está dentro dela— Pigarreei tampando os seios.
—Sabe... Não adianta tampar eles agora, eu vi eles a noite toda— Balbuciou rindo baixo.
Virei-me na direção oposta dele na frágil tentativa de conter minha vergonha e fiquei mexendo os dedos dos meus pés de forma impaciente, queria sair dali, e ficar perto dele não estava me ajudando
Olhava de soslaio para vê-lo se movimentar pela casa enquanto procurava a bolsa, após alguns segundos procurando, ele a encontrou jogada numa mesinha de canto perto da cozinha.
—Você é realmente diferente....aqui— esfregou a bolsa nas minhas costas fazendo cosquinha.
—Ah claro... Devo ser uma piada pra você— me virei pegando a bolsa com o rosto inchado de raiva.
—Pelo contrário... Diria intrigante— sorriu colocando a palma da mão esquerda no meu rosto.
Afastei-me dele por impulso, queria entender como ele estava tão calmo, mas não quis responder ao que ele falou, me conhecendo, isso me levaria novamente a momentos libidinosos.
Sai com pressa dali sem olhar para trás, demorei alguns segundos para achar a chave na bolsa e, quando achei, abri a porta com certa dificuldade. A dor de cabeça só parecia aumentar, sem contar o medo de alguém me ver pelada.
Consegui abrir a porta e entrei com uma vontade de vomitar horrível e isso me fez ir ao banheiro, levantei a tampa junto com o assento de vaso e vomitei por segundos que pareceram horas.
Depois escovei os dentes, tirei meu brinco, cordão e anel, colocando-os num cesto próximo e como já estava nua fui tomar um banho rápido e bem reflexivo, enquanto a água batia na minha cabeça e corpo eu só conseguia pensar como fui burra de ficar bêbada e sair me jogando num desconhecido qualquer, mesmo que fosse Erza, que garantia eu tinha de sair ilesa, afinal, eu mal o conhecia.
Sai do Box pensando que deveria mudar meus hábitos antes que eles me matassem de vez, me sequei com a toalha que estava pendurada ao meu lado e depois coloquei um suéter velho cinza me dirigindo até a cozinha, onde peguei um comprimido de dipirona para aliviar minha dor de cabeça.
Como estava acabada fui pra minha cama e dormi bastante, quando acordei era de tarde já, fui pra cozinha e fiz uma omelete com ovo, não era uma refeição completa, de toda forma, não estava tão animada pra comer algo pesado.
Peguei novamente minha bolsa e abri meu celular, tinha umas trinta mensagens junto de ligações perdidas do Oliver, ele deveria estar preocupado, nunca fiquei sem responde-lo mais do que trinta minutos.
— Estou bem, apenas tive alguns imprevistos aqui, mas fico feliz que se preocupou tanto comigo—Dei uma desculpa esfarrapada, eu não queria explicar que eu fui para uma festa e transei com meu vizinho nela, e como se não fosse só isso, ainda acordei na cama dele.
Foi então que escutei um barulho vindo do apartamento de Erza, ele parecia discutir com alguém pelo telefone, eu não me considerava fofoqueira, mas nesse momento eu acabei sendo, coloquei o ouvido na parede para escutar melhor.
—Meu amor, eu posso explicar... Eu tive que fazer um trabalho ontem à noite, fiquei muito cansado e acabei dormindo demais— Disse com uma voz de sono.
Eu continuei escutando alarmada, pelo jeito se envolver com ele não era bom, ele parecia ter namorada, ou até mesmo esposa, onde eu estava com a cabeça?
Enquanto me perdia em pensamentos eu escutei uma voz alta vindo de lá, parecia ser de uma mulher de meia idade, mas mesmo assim, era uma voz um tanto bonita.
—Eu não vou aturar isso, Matheus... Eu sempre te dei tudo que você quis, mas foi eu pedir para você me fazer companhia durante uma noite só e você some, não responde mensagens nem nada, acabou você ouviu? Acabou! — Murmurou com a voz rancorosa.
—Não faz isso... Eu posso explicar meu bem—Falou num tom desesperado— Essa vadia... Desligando na minha cara... — Disse com a voz fria.
Eu fiquei mais confusa ainda, o nome dele não era Matheus e ele nunca disse que namorava, mas também eu nunca tinha perguntado. A partir dali eu fiquei em choque, será que ele era comprometido? As perguntas inundaram minha mente, mas eu sabia que só descobriria perguntando para ele.
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O Perigo Do Prazer
RomanceAva e uma jovem mulher de vinte e quatro anos que possui um transtorno ninfomaníaco é acaba se interessando até demais pelo seu sexy e misterioso novo vizinho Erza. Que por sua vez também esconde segredos alarmantes.