Acordei sentindo um cheiro delicioso de comida que parecia ser bacon e mais algumas coisas como manteiga. Passei a mão no lençol e notei que Erza já havia se levantado e foi então que percebi que o cheiro deveria ser do café da manhã.
Levantei-me e fui até o banheiro tomar um banho rápido e após isso vesti um longo vestido prateado com transparência nos seios e na região do pubis. Erza sabia mesmo escolher roupas, voltei a mim quando escutei minha própria risada ecoar pelo quarto.
Quando descia as escadas lentamente, encontrei Erza animado na cozinha terminando de preparar o café da manhã, ele estava com um sobretudo preto e um short da mesma cor. Andei até ele calmamente para não o espantar e quando ele percebeu minha presença me olhou com surpresa devido a minha roupa provocativa. Quando entendi que ele estava me comendo com os olhos, cobri meus seios com meus longos cabelos.
— Bom dia, Erza! — Disse animada e um pouco envergonhada.
— Bom dia! — Respondeu colocando o prato com bacon, ovos e torradas na pequena bancada da cozinha que estava a minha frente.
— Isso tudo é para mim? — Murmurei confusa e espantada pela quantidade.
— Se o bacon ficasse mais dias na geladeira iria estragar você não quer? — Reclamou colocando as mãos na cintura me encarando.
— Só me espantei com a quantidade... então, irei comer! — Gesticulei animada mordendo a torrada e depois o bacon.
Erza me encarava com expectativa como se quisesse que eu analisasse seu prato.
— Delicia! — Falei enquanto olhava-o com carinho e acariciava seu rosto.
— E tem muito mais! — Disse mostrando várias fatias de bacon e ovos fritos.
Após o exagero de Erza eu só soube rir, entretanto, acabamos comendo tudo e isso me surpreendeu. Ajudei Erza a limpar a bagunça da cozinha e depois a lavar a louça, nesse meio tempo acabamos nos molhando mais do que eu achei que seria possível. Ele espirrou água em meu braço e eu também não deixei barato, joguei água em seu tórax, o que fez com que ele risse bastante. Era engraçado ver Erza sendo brincalhão assim e era muito bom vê-lo de bom humor para variar.
Ao terminarmos a louça subimos para o quarto para nos trocarmos e dessa vez eu coloquei um vestido mais curto e não transparente e Erza usou suas roupas usuais, uma camisa bem larga azul e uma bermuda de malha branca.
Descemos novamente para ir até à sala e ficamos sentados juntos vendo televisão por um longo tempo, chegou até a me dar sono e não me lembro quando apaguei, mas em algum momento eu o fiz.
Um estrondo me fez acordar e ainda sonolenta, esfregando meus olhos, percebi que a porta estava arrombada e uma movimentação estranha acontecia no local. Pus-me de pé com os sentidos alerta e não acreditei no que vi, Erza e Adriel entrelaçados e trocando golpes no chão. Paralisada de terror, notei que tentavam alcançar e ao mesmo tempo impedir que o outro alcançasse um objeto próximo a eles. Era uma arma automática e não demoraria até que um deles a pegasse.
Quando Erza percebeu minha presença, deu vários socos e pontapés em Adriel, se desvencilhou dele e pegou a arma, levantou-se rapidamente, veio em minha direção e me puxou para a varanda da casa. Para nossa surpresa, o lugar estava cheio de homens de ternos pretos e com armas apontadas para nós. Fomos pegos, empurraram-nos de volta pra dentro e, apavorados, fomos obrigados a nos render. Erza colocou a arma na mesa de centro à nossa frente e se afastou de volta para trás.
— Não posso deixar você escapar Erza! — Disse Adriel andando calmamente enquanto limpava seu nariz que sangrava.
Com Adriel à minha frente e Erza me segurando firme pelo braço, pude entender que eu não poderia sair dali com os dois e que precisava fazer algo. Só conseguia ouvir Erza rogar pragas e olhar para todos os lados, provavelmente estava pensando em um plano.
Foi então que, numa tentativa desesperada, corri até a mesa e peguei a arma, apontei para meu coração, tanto Adriel quanto Erza ficaram surpresos e apreensivos.
— Deixa o Erza ir e eu volto com você, Adriel! — Disse com a arma tremendo em meu peito e segurando o gatilho.
Erza se mostrou desesperado e nesse seu desespero, exasperou em alto tom virando-se para mim.
— Não, não, não! Você não vai me deixar de novo, eu não vou permitir — esticou suas mãos e tentou tomar a arma de mim que a segurava de maneira firme.
— Idiota, não faça isso, a arma está carregada! — Adriel gritou enquanto caminhava na direção de Erza.
Um estalo seco, cheiro de pólvora e sangue no ar, os sentidos tornaram-se mais lentos e o corpo parecia não responder aos meus comandos. Meu corpo vergou-se ao peso e à gravidade. Fui ao chão, uma poça de sangue se formava, roupas úmidas e a sensação de sangue quente que se esfriava logo em seguida. Minhas mãos estavam sujas e em estado de choque eu tremia e chorava enquanto a cena e o som do tiro se repetiam infinitamente em minha mente. Se é verdade que os olhos são a janela da alma, perceber que a luz dos olhos se esvai quando a morte se apresenta, foi o que me causou maior dor. A vida se esvaía em poucos segundos.
Adriel já estava agachado ao meu lado enquanto pedia para seus homens chamarem uma ambulância, ele olhava para mim e dizia muitas coisas, coisas estas que eu não ouvi, pois, meu ouvido zumbia. De fato eu só conseguia enxergar o corpo de Erza em meus braços e murmurar chorando, enquanto me agarrava a ele.
— Me desculpa, desculpa!
Oliver e Catarina se aproximaram e me arrastaram para longe de Erza enquanto eu gritava seu nome eu sentia estar enlouquecendo, me esperneava e gritava com a frágil esperança de conseguir me desvencilhar deles. Senti uma picada e algo correndo pelas minhas veias, depois disso, meus olhos foram se fechando enquanto me levavam dali.
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O Perigo Do Prazer
RomanceAva e uma jovem mulher de vinte e quatro anos que possui um transtorno ninfomaníaco é acaba se interessando até demais pelo seu sexy e misterioso novo vizinho Erza. Que por sua vez também esconde segredos alarmantes.