Capitulo 8- Felicidade suspeita

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Após uma noite bem dormida, diferente da anterior, fiz toda minha rotina matinal e fui me arrumar e sair para o trabalho. Quando fechei a porta do meu apartamento instintivamente olhei para o de Erza que estava fechado. Provavelmente ele já deveria ter saído para seu trabalho.

Fiquei encarando a porta por alguns segundos sentindo minha ansiedade aumentar. Teria que escolher uma roupa e dar uma geral no visual indo a um salão.

Logo afastei esses pensamentos da minha cabeça e segui para meu trabalho. Ao chegar lá, arrumei algumas coisas que estavam desorganizadas e depois abri a loja.

A manhã passou calmamente sem muitos clientes e à tarde teve um pequeno movimento que acabou em uma hora. Após aquilo fiquei esperando dar o horário de fechar. Encarando o relógio com ansiedade queria que desse logo dezessete horas para que eu pudesse ir embora e tomar um banho.

Depois de muito esperar finalmente deu meu horário arrumei as coisas e fechei a loja em tempo recorde e fui correndo para casa tomar um bom banho. Após terminar meu banho fui até meu quarto, abri o guarda roupas e depois de ficar entre a cor vermelho e a preta, escolhi a preta. Peguei um vestido midi, florido e um salto preto bem simples, o resto o salão que iria resolver.

Fui até um salão próximo de meu apartamento e pedi para a cabelereira fazer uma escova em meu cabelo e fazer uma maquiagem bem natural, porém bonita, não iria pagar horrores num salão caro para sair de lá com a minha face natural.

Quando sai do salão recebi uma mensagem de texto de Erza perguntando onde eu estava, no início estranhei, mas acabei mandando a localização para ele e, para que ele não me visse em frente ao salão, fiquei um quarteira adiante.

Depois de alguns minutos vi um carro preto chegando e parando a minha frente, imaginei que fosse de Erza. Logo os vidros do carro baixaram e era mesmo Erza que com um rosto analítico me olhou de cima abaixo.

—Uau... Você está deslumbrante! Não vai entrar? — Disse ainda me observando minuciosamente.

Abri a porta do carro e me sentei de forma lenta no banco que era bem confortável.

—Aliás, como você conseguiu o número do meu celular? — disse enquanto fechava a porta do carro.

—Peguei com a síndica do prédio. Ela é bem útil quando precisamos, não? Gesticulou colocando ambas as mãos no volante.

Não respondi, por alguns segundos nervosa e ansiosa para saber para onde íamos e o que iríamos fazer depois. Minha mente começou a se inundar de pensamentos obscenos cada vez mais que pensava no que poderíamos fazer e sem contar a roupa dele que estava linda, um terno azul escuro e isso só me fazia ter mais vontade de arrancar as roupas dele ali mesmo, mas me segurei, não posso parecer uma maníaca por sexo na frente dele.

—E para aonde vamos? Balbuciei sorrindo.

— É uma surpresa, mas você vai gostar— Deu uma piscadela ligando o carro e seguindo viagem.

Apenas dei uma risadinha e fiquei olhando a paisagem já conhecida para evitar ficar olhando para o rosto dele que era bem atraente, mas de nada serviu de momentos em momentos eu olhava para o rosto dele e podia ver o fantasma de um sorriso.

Depois de um tempo nesse silencio constrangedor finalmente chegamos num restaurante um tanto chique. Ficava me perguntando de onde ele tirava tanto dinheiro, mas se ficasse pensando nisso não curtiria a noite.

Ele estacionou, saiu do carro e andou até minha direção abriu a porta para mim e estendeu a mão para que eu a pegasse.

—Tem certeza que estou com a roupa certa para esse restaurante? — Gesticulei com insegurança.

—Bobeira... Você está perfeita. —Proferiu sorrindo e me guiando até a entrada luxuosa do lugar.

—Boa noite, sejam bem vindos, vocês têm alguma reserva? Disse o garçom com roupas sofisticadas.

—Temos. Meu nome e Erza e essa é a Ava— Respondeu segurando minha mão com firmeza.

—Oh sim! Achei vocês na lista... Acompanhem-me até a mesa três, por favor— Murmurou o garçom andando até a mesa.

Seguimos o garçom que puxou as cadeiras para que cada um de nós pudesse se sentar e depois nos deu um cardápio.

—Assim que escolherem o que vão querer, por favor, aperte esse pequeno botão na mesa, com sua licença— Gesticulou se afastando.

Enquanto escolhia o que comer olhava para Erza vez ou outra ainda pensando se deveria fazer as perguntas que queria ou não. Em meio a pensamentos escolhi um prato de carne com legumes, era a única coisa que conseguia entender lendo o cardápio com letras difíceis e estrangeiras.

Erza se contentou em pedir a mesma coisa e para acompanhar pediu um vinho de mil novecentos e bolinha. Enquanto nossos pedidos não chegavam, me contentei em fazer perguntas sutis para ele.

—Erza, você não está namorando nem nada, não é? — Disse me sentindo ridícula de perguntar isso, mas me sentia obrigada a isso.

— É uma pergunta bem diferente de fato— murmurou me olhando com as sobrancelhas elevadas e depois deu uma gargalhada baixa e continuou — Porque eu te chamaria para um encontro se eu estivesse? — Balbuciou me encarando com curiosidade.

—Desculpe, não deveria ter feito uma pergunta dessas— disse ficando com o rosto vermelho de vergonha.

—Não se desculpe por isso, perguntar não ofende— Gesticulou sorrindo.

Após esse momento sem lógica de minha parte nossas comidas chegaram e nós comemos com calma e conversamos sobre várias coisas. Perguntei sobre a vida dele, que falou que trabalhava como bancário, coisa que eu já imaginava, mas por algum motivo isso não batia, mesmo sendo bancário, não daria pra pagar um restaurante desses. Antes que meus pensamentos me dominassem escutei alguém me chamar, era Erza.

—Ava... Ava está me escutando? Suspirou me olhando.

—Desculpe... Só estava pensando em como você está bonito hoje— Falei sem perceber.

—Oh, sim... Obrigado — Gesticulou com seus olhos ficando num brilho diferente, parecia diversão com excitação.

Logo a vergonha bateu em mim novamente e já tínhamos terminado de comer e eu só tive tempo de vê-lo se levantar e ir até o banheiro com certa pressa.

Logo entendi que provavelmente ele também estava animado...

O Perigo Do PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora