Após ficar rouca de tanto gritar cheguei à conclusão de que Erza não estava por ali, respirando fundo comecei a olhar todo o quarto, talvez eu achasse algo útil, gostaria que meu celular estivesse comigo nessas horas.
Procurei durante um bom tempo, porém não encontrei nada além de uma tesoura afiada o suficiente para cortar ou rasgar algo, o quarto tinha uma janela pequena que tentei abrir, porém, estava trancada com um cadeado, nesse momento eu realmente queria matar Erza com aquele objeto pontudo.
Tentei respirar e me acalmar o que não adiantou muito, pelo menos o quarto tinha um banheiro e eu tomei um banho enquanto pensava se deveria esperar ou tentar quebrar a janela, mas como eu saberia se o quarto era no segundo ou primeiro andar? Afinal a janela tinha filtro solar, seria arriscado.
Após sair do banheiro me sentia um pouco mais renovada, porém, nada satisfeita andei até a gaveta do closet e quando a abrir vi estar cheio de roupas femininas variadas, e todas eram do mesmo tamanho, o meu.
Peguei a peça que julguei ser mais confortável, era uma camisola de renda azul-escuro e quando terminei de vesti-la escutei passos vindo até o quarto, nesse momento lembrei que ainda tinha a arma branca em cima da cama que tinha um jogo de cama lindo, a estampa era lisa e a cor era um vermelho claro muito chique, mas logo fui tirada de meus pensamentos quando escutei a maçaneta fazer um barulho.
Na pressa me joguei na cama e peguei a tesoura, deixando-a atrás de minhas costas enquanto esperava qualquer coisa aparecer pela porta.
— Bom dia, Ava! Desculpe se demorei... — Proferiu sorrindo com uma bandeja na mão-cheia de comidas que eu não conhecia.
Por minha vez, não o respondi, ainda com a adrenalina me deixando atenta e totalmente enfurecida com ele.
— Vejo que já tomou banho e está linda nessa camisola — Falou colocando a bandeja em cima da pequena mesa branca ao lado da cama.
Ainda não o respondia somente o seguindo com meu olhar de puro ódio, Erza não parecia se importar, pelo contrário ele parecia estar adorando isso.
— O gato comeu sua língua? — Disse colocando uma mão em meu rosto, a afastei rapidamente.
— Não me toque — Respondi amargamente enquanto segurava a tesoura com mais força.
— Não precisa ser tão receosa, sei que adorou o quarto, admita — Murmurou colocando as duas mãos em meu rosto conforme ia se aproximando mais.
— Eu disse para não me tocar! — Gritei enfiando a tesoura em um de seus antebraços com toda força que tinha.
— Arg! Sua pu... — Proferiu gemendo de dor.
Aproveitei a oportunidade para me desvencilhar de Erza e corri o mais rápido que podia, eu iria sair dali de qualquer forma.
Desci as longas escadas que levavam ao quarto quase tropeçando nos degraus e sempre olhava para trás com medo de Erza me alcançar, porém, para meu espanto ele não parecia vir.
Logo cheguei no térreo da casa e achei a porta principal, fui direto até ela tentando abri-la, em vão, ela estava trancada. Tentei também abrir a porta da enorme cozinha, área de serviço e todas as outras que via pelo caminho, mas estavam todas fechadas e nesse meio tempo escutei passos pesados e uma risada que eu julgava ser de divertimento, misturada com malícia.
Virei-me para trás vendo Erza com seu antebraço sangrando, os pingos faziam um rastro até mim, ele não parava de rir enquanto se aproximava ficando cada vez mais perto de mim e isso me deixava totalmente desesperada e amedrontada, até onde ele pensou em tudo isso?
— Achou mesmo que deixaria alguma porta aberta para você sair e me abandonar? — Disse sorrindo animadamente sem se importar com seu ferimento e continuou — Eu já disse... Entretanto, irei dizer novamente, você e somente minha e eu sou somente seu, é tão difícil de entender? — Sussurrou próximo ao meu ouvido.
Neste momento meu corpo estava paralisado, não conseguia mover um único dedo sequer, até mesmo o pensamento de falar algo para aquele Erza, o qual eu não conhecia me fazia ter dores fortes na barriga.
— Tudo bem... Não precisa ter medo... Eu te perdoo — Gesticulou alisando meu cabelo e me abraçando.
Ainda não conseguia ter nenhuma reação mesmo ele diferindo algo nele ainda me deixava confortável e eu me odiava por isso.
— Que tal você pegar um kit de primeiros socorros para mim? — Balbuciou calmamente enquanto sorria para mim ainda com seu ferimento sangrando.
— E-Eu não sei o-onde fica — Respondi confusa e totalmente perturbada.
— Está na primeira gaveta à esquerda na cozinha — Disse apontando enquanto se sentava no enorme sofá da sala calmamente com uma mão sobre o machucado.
Sentindo-me culpada pelo que fiz a ele, corri até a cozinha e peguei o kit e voltei na velocidade da luz para perto dele que sorriu gentilmente para mim.
— Você sabe enfaixar uma ferida, certo? — Perguntou seriamente enquanto apertava seu antebraço.
— Sei... — Respondi sem manter contato visual.
Depois que fiz o curativo me sentei do lado dele encarando-o com vergonha, talvez a errada fosse mesmo eu?
— Finalmente você ficou calma, não sabia que tem fetiche em furar homens e sair correndo — Falou em tom de brincadeira enquanto me abraçava perto dele.
— Eu não tenho... desculpe — falei colocando o rosto em seu peito que cheirava a lavanda.
— Não se desculpe, tudo vai ficar bem — Proferiu me abraçando com mais firmeza e beijando o topo de minha cabeça enquanto fazia carinho.
Após esse momento totalmente desesperado meu medo se tornou culpa e depois se transformou em segurança, eu realmente não sabia até onde conseguiria aguentar toda essa loucura.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Perigo Do Prazer
RomanceAva e uma jovem mulher de vinte e quatro anos que possui um transtorno ninfomaníaco é acaba se interessando até demais pelo seu sexy e misterioso novo vizinho Erza. Que por sua vez também esconde segredos alarmantes.