Capítulo 27

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CAPÍTULO 27

Minhas filhas estavam prestes a nascer, e nada mais me importava naquele momento.

O voo de duas horas e meia pareceu interminável. Quando desembarquei em Orlando, corri para pegar um táxi. Não tinha tempo para chamar um carro por aplicativos, muito menos alugar um. O táxi me pareceu a saída mais rápida.

- Vamos para o hospital AdventHealth, em Daytona Beach - falei, ofegante.

O taxista me lançou um olhar incrédulo.

- Senhor, estamos em Orlando.

- Eu sei. Preciso que me leve para Daytona. Por favor, minha esposa está dando à luz. Eu preciso estar lá.

- Ah, por que não disse logo?

Ele acelerou imediatamente, arrancando o carro com um solavanco que me lançou contra o encosto do banco de trás.

Durante o caminho, o motorista tentou puxar conversa.

- Então, você é piloto?

Só então me atentei para o fato de que ainda estava de uniforme.

- Sim - respondi, monossilábico.

- Legal! E você pilota o quê?

- Aviões.

- Daqueles bem grandes?

- Sim.

Ele devia ter percebido que eu não estava muito a fim de conversar. Mas continuou tentando:

- É seu primeiro filho?

- O quê?

- Que sua mulher está dando à luz... é o primeiro de vocês?

- Não. Já temos um.

- Bom, espero que dê tudo certo e que você chegue a tempo. Vou fazer o possível aqui nessa estrada.

- Obrigado.

Talvez eu pudesse ter sido mais gentil com o rapaz, mas minha mente estava focada em outras coisas, de muito maior importância.

Jolene foi atenciosa o suficiente para me enviar mensagens, me atualizando sobre a situação de Jessie e de nossas bebês ao longo do caminho:

"Jessica começou a se sentir muito mal e apresentou inchaço nas mãos e no rosto. Como ela já quase havia sido internada alguns dias atrás, devido à pressão arterial estar alta, decidi trazê-la ao hospital. Um novo exame constatou que as gêmeas não progrediram muito em seu crescimento, o líquido amniótico na bolsa já era inexistente e seu fluxo sanguíneo estava indo apenas para o cérebro. A pressão arterial foi medida novamente e estava muito alta. Também havia resquícios de proteína aparecendo na urina. Disseram que Jess estava apresentando sinais de pré-eclâmpsia e que as meninas vão precisar nascer, antes que as três corram ainda mais riscos. Estamos aguardando o obstetra."

Meia hora depois, recebi uma nova atualização:

"Jessica recebeu duas injeções de esteróides para ajudar no desenvolvimento dos pulmões das meninas. Os médicos esperam que ela consiga passar a noite estável para que elas nasçam amanhã de manhã."

Essa última mensagem me trouxe algum alívio, apesar de ainda estar apreensivo. Eu só queria chegar logo. Nunca iria me perdoar se perdesse o parto das minhas garotinhas.

A viagem de táxi até Daytona durou cerca de cinquenta minutos, que pareceram uma eternidade, mas finalmente consegui chegar. O gentil taxista me desejou boa sorte enquanto eu saltava para fora do carro sem nem pegar o meu troco.

Sob O Pôr Do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora