[Volume 1] Han Jisung, um ómega lúpus, formado em medicina veterinária, é um rapaz misterioso, totalmente fora dos padrões. A sociedade dizia que os ómegas se deveriam submeter a qualquer ser superior, aos alfas, acatando a todas as ordens sem recla...
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O despertar de Jisung foi abrupto e desconfortável. A sensação de calor excessivo dominava o seu corpo, e uma dor incómoda no ventre o fez contorcer-se na cama. A sua mente, num estado de confusão e torpor, lutava para compreender o que acontecia naquela turbulenta manhã.
Enquanto as ondas de dor o atingiam repetidamente, Jisung tentou reunir os fragmentos de clareza. Os sintomas eram familiares de uma forma que ele não estava preparado para admitir. Eram sinais de um cio, um estado que os ómegas experimentavam periodicamente, acompanhado de uma forte necessidade de acasalamento.
Embora as histórias sobre o cio fossem contadas nas comunidades ABO, Jisung nunca enfrentara isso pessoalmente. Era uma parte da sua natureza que ele sempre quis evitar e ignorar, mas agora não havia como escapar. A sua mente estava confusa e as suas emoções tumultuadas, enquanto a sua biologia tomava o controlo.
A febre que o consumia era a manifestação física da mudança que ocorria no seu corpo. Sentia-se fervendo por dentro, a sua pele quente ao toque. As dores no ventre eram como uma constante pressão, uma lembrança constante da sua condição.
O quarto onde ele estava hospedado estava preenchido com um aroma que o confundiu ainda mais. Era uma mistura rica de café e canela, um aroma que ele associava a Minho, o alfa lúpus que também vivia ali. Minho era um homem enigmático, e a relação entre eles não era exatamente amistosa. A sua interação até aquele momento tinha sido marcada por desentendimentos e provocações.
Jisung sabia que precisava de ajuda. A sua mente estava nublada pelo efeito das hormonas que o inundavam, mas ele recordava vagamente que os ómegas em cio muitas vezes buscavam alfas para acasalamento. O seu orgulho e a vergonha competiam com a necessidade avassaladora que sentia.
Mesmo estando sobre o mesmo teto, Jisung achou melhor não sair do quarto e acabar por atrair atenções, talvez, indesejadas. Consequentemente, com um esforço hercúleo, o pequeno lúpus pegou no seu telemóvel, mãos trémulas digitando o número de Jeongin, o seu melhor amigo ómega. Cada toque nas teclas era uma tortura, mas ele estava determinado a receber uma quantidade dos seus supressores.
A chamada foi atendida depois de alguns toques, e a voz de Jeongin soou do outro lado da linha, preocupada.
— Jijico? Estás bem? O que aconteceu?
A voz de Jeongin era um raio de luz na confusão de Jisung. Ele sabia que podia contar com o seu melhor amigo, mesmo que estivesse a enfrentar algo tão íntimo e pessoal.
— Innie... — Jisung murmurou, a sua voz trémula. — Preciso de ajuda. Estou... num cio. Os meus supressores...
Houve um momento de silêncio do outro lado da linha, e então a voz de Jeongin soou novamente, agora cheia de compreensão e receio.
