NanFah
Eu tento vestir a camisa, mas tenho que me mover devagar por causa dor, eu coloco uma manga e levanto, depois coloco a outra e paro para respirar, quando começo a fechar os botões a porta abre.
- O que você está fazendo?
Ele vem correndo na minha direção e segura a minha mão.
- Eu vou embora, Pakorn, não aguento mais nem um minuto nesse lugar.
- Você ainda não recebeu alta, mal se mexe sem sentir dor, NanFah.
- Eu não ligo, se é pra ficar sem fazer nada aqui eu posso ficar sem fazer nada em outro lugar. Agora me ajuda com os botões.
Ele suspira e passa a mão pelo cabelo, anda até a cama e aperta a campainha, olha para a porta e para mim, vem na minha direção e começa a fechar os botões. Uma enfermeira abre a porta e olha para nós, ele se afasta e aponta para mim.
- Precisamos de alguém para anestesiar ele.
Eu me irrito, mas ele ignora, a enfermeira fecha a porta e se aproxima.
- Você não pode levantar, se continuar se movendo você vai piorar.
- Eu só preciso que alguém me dê alta ou eu vou embora sozinho. Você pode chamar um médico?
Ela olha para o Pakorn e pra mim, acena e sai.
- Ela está certa, Fah, deita por favor.
Eu ando até ele e beijo o seu pescoço.
- Só se você deitar comigo.
Ele dá um passo para trás surpreso.
- Você só pode estar brincando!
- Vem aqui que eu vou mostrar se estou brincando ou não.
Dou um passo na sua direção ficando próximo e beijo o seu pescoço novamente.
- Vamos lá, Pakorn, você deve estar morrendo de vontade também...
Ele fecha os olhos, suspira segura o meu rosto e me beija, quando a porta abre ele se afasta, um médico já de idade com um óculos fundo de garrafa, coluna encurvada e uma cara de poucos amigos entra no quarto.
- A enfermeira disse que você quer ir embora.
- Sim, eu preciso que alguém me libere.
- E como você está se sentindo?
- Eu estou bem, só preciso ir embora.
- Sente-se, por favor.
Eu sento e ele ausculta o meu coração.
- Respira fundo.
Eu tento respirar e sinto dor, mas tento aguentar.
- De novo.
Eu respiro fundo mais uma vez, ele abaixa o estetoscópio e aperta no meu abdômen, eu sinto uma dor quase insuportável, mas tento ignorar, quando ele aperta de novo eu prendo a respiração e o Pakorn segura a mão dele.
- É melhor o senhor parar com isso.
- Eu tenho que avaliar a situação do paciente.
- Você está machucando ele e sabe disso.
- Ele disse que está bem, eu preciso confirmar.
- Eu não sou médico e consigo ver na cara dele que ele está com dor e consigo ver também que você está machucando ele de propósito, se fizer de novo eu vou te machucar de propósito!
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Selvagem
FanfictionUma aposta e dois corações partidos. Um jogo perigoso que não se pode voltar atras. O presente e o passado se chocam trazendo dor, sofrimento, redenção e duas lindas histórias de amor. _________________ Para começar a ler Selvagem é preciso entend...