Selvagem

Suspeito

NanNam

Antes
Eu toco o seu rosto, está tão frio...

- Eu estou indo embora, vou ficar nos Estados Unidos por seis meses, talvez um ano. Está na hora de seguirmos em frente, eu vou me esforçar para te esquecer e você tem que fazer o mesmo, vamos parar de nos ferir, vamos esquecer de tudo que aconteceu... Lobinho, eu sinto muito pelo o que fiz, sinto muito por ser covarde, sinto muito por te machucar...

Eu me levanto, beijo a sua mão, coloco ao lado do seu corpo e cubro, beijo ele mais uma vez e falo no seu ouvido.

- Adeus, Kong... Eu te amo!

Eu acordo, abro os olhos e percebo que estou chorando, fecho os olhos e a imagem dele deitado naquela cama surge tão vivida que parece que ele está aqui. Eu respiro fundo e pego o telefone, aperto o número 1 dos contatos favoritos e coloco o telefone no ouvido.

"O número chamado não existe, por favor verifique o número discado e tente novamente".

Eu sinto um aperto no coração, desligo e ligo novamente.

"O número chamado não existe, por favor verifique o número discado e tente novamente".

A minha mão começa a tremer e a minha visão fica embaçada, mesmo assim eu tento mais uma vez.

"O número chamado não existe, por favor verifique o número discado e tente novamente".

"O número chamado não existe, por favor verifique o número discado e tente novamente".

"O número chamado não existe, por favor verifique o número discado e tente novamente".

"O número chamado não existe, por favor verifique o número discado e tente novamente".

Agora
Vejo o Kong e o Pakorn partindo para o bar e viro para o meu irmão.

- Ok, fala o que está acontecendo, nós dois sabemos que o Nathee não precisa estar no escritório pra hackear. Que história é essa?

- Você reparou, não reparou? Os seguranças na casa.

- Eram muitos , eu achei suspeito.

- E os bandidos que ele andou contratando.

- Isso é suspeito também, mas no que você está pensando?

- No dia que pegaram o Pakorn no mercado achando que ele era o Kong, nos levaram para um depósito cheio de caixas, estavam bem lacradas e não tinham identificação, o lugar tinha câmeras por todos os lados e ninguem trabalhando.

- Você acha que algo ilegal?

- Eu acho que tudo isso não pode ser só por causa da herança do Kong, esses processos não fazem sentido. E se ele está fazendo isso...

- Para manter o Kong longe, pra ele não descobrir o que eles estão fazendo.

Eu falo isso baixo e faz sentido.

- Funcionou até agora, Nam, sem a gente o Kong teria jogado tudo nas mãos de algum advogado de novo e deixaria pra lá.

- E você quer ir lá?

- Pra falar a verdade eu pensei em falar com o Nathee para ele hackear as câmeras primeiro, para termos uma ideia melhor do que está acontecendo, mas não dava pra fazer com o Pakorn e o Kong aqui, se precisarmos ir até lá o Pakorn não ia querer que eu fosse e você não ia deixar o Kong ir. Uma briga desnecessária, vamos resolver nós dois como sempre fizemos. Eu deixo uma mensagem agendada para o Pakorn, se acontecer alguma coisa e eu não cancelar a mensagem ele vai nos encontrar.