Tomada Hostil

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NanNam


Estamos almoçando na cozinha, eu fico escutando a conversa do NanFah e do Kong e olho para o Pakorn, ele suspira e balança a cabeça, pelo menos eu não vou estar sozinho quando precisar impedir eles de saírem por aí fazendo coisas erradas.

O telefone do Pakorn toca, ele pega do bolso e mostra a tela pra mim, é o detetive amigo dele.

- Alô, Phi!

Ele escuta e dá risada.

- Claro que eu vou estar no casamento do Win.

Ele escuta mais um pouco e continua rindo.

- Vamos fazer isso sim.

Ele ri mais uma vez e começa a ficar sério.

- Ok, espera...

Ele tira o telefone do ouvido e coloca no viva voz.

- Pode repetir?

- O promotor emitiu a ordem de prisão deles hoje, todos eles, o seu pai biológico, esposa e filhos, alguns funcionários  e sócios da empresa.  Pediram bloqueio de bens e será feita uma força tarefa para executar todas as prisões e apreensões amanhã de manhã. Essa informação não pode vazar, mas eu prometi que te manteria informado. Por favor, não contém a ninguém, pode acabar com a operação e a minha carreira.

O Pakorn olha para mim e eu aceno.

- Tudo bem, phi, eu prometo que não vamos dizer nada. Obrigado por ligar!

- Sem problemas, se eu souber de mais alguma coisa eu aviso.

O Pakorn desliga e nós olhamos para o Kong, ele olha para mim e os seus olhos se enchem de lágrimas, eu levanto, me ajoelho ao seu lado e o abraço.

- O que foi que eu fiz, Nam? Eles são a minha família e eu...

Ele deita a cabeça no meu ombro e começa a chorar.

- Não é sua culpa, Lobinho, eles fizeram as próprias escolhas, eles fizeram isso, não você.

Ele continua chorando e eu continuo o abraçando até ele se acalmar, o NanFah e o Pakorn ficam em silêncio o tempo todo, nós sabemos que o Kong precisa desse tempo. Quando ele finalmente se acalma, eu levanto e pego a minha cadeira e sento ao seu lado.

- Lobinho, eu sei que você não quer ter nada a ver com a empresa, mas está na hora de decidir o que vai fazer, amanhã pode ser tarde demais.

O Kong olha para mim e para o Pakorn.

- Eu não sei o que fazer...

Eu seguro o rosto dele e faço ele olhar para mim.

- Você confia em mim, Lobinho?

Ele sorri e acena sem pensar duas vezes, acho que finalmente superamos o nosso passado, os medos e dúvidas. Eu beijo ele e me afasto, pego o celular e ligo para o Hack.

- Oi, NanNam!

- Hack, eu sei que a herança ainda não foi transferida para o Pakorn, mas sabe me dizer se ele tem acesso às ações?

- Ainda não, porque?

- Nós precisamos fazer uma tomada hostil de controle.

- Quando?

- Agora.

- Aconteceu alguma coisa?

- Ainda não.

Ele fica em silêncio, então suspira.

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